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WILSON DAS NEVES, por Marcelo Faria – Copyright 2013 – Portal Sambrasil / Agência Sambrasil

† WILSON DAS NEVES, por Marcelo Faria – Copyright 2013 – Portal Sambrasil / Agência Sambrasil
In Memoriam – Imagem produzida durante a premiação da 25ª edição do “Prêmio da Música Brasileira”

Por Marcelo Faria

In Memoriam – Imagem produzida durante a premiação da 25ª edição do “Prêmio da Música Brasileira”

Wilson das Neves (Rio de Janeiro, 14 de junho de 1936 – † Rio de Janeiro, 26 de agosto de 2017) foi um baterista, cantor e compositor brasileiro.

Aos 14 anos, através do ritmista Edgar Nunes Rocca, o “Bituca”, tocou na Escola Flor do Ritmo, no bairro do Méier. Anos mais tarde, deu começo à sua carreira de baterista na orquestra de Permínio Gonçalves.

Conhecido pelo bordão “ô sorte”, com o qual é saudado e reconhecido no meio artístico, mas segundo o próprio Wilson a criação deste bordão foi do cantor e compositor Roberto Ribeiro, que assim costumava comprimentar o amigo baterista nas rodas de samba na Escola de Samba Império Serrano. Sua grande paixão, o Império Serrano sagrou-se campeão do carnaval carioca da Série A em 2017. Em entrevista ao Portal Sambrasil – www.sambrasil.net , durante o ensaio técnico, antes do desfile oficial, deixou a seguinte recomendação para a diretoria da agremiação e a toda a comunidade. “-O Império tem que deixar de ter medo de ganhar, tem que ter garra e organização.” A escola ouviu o conselho do Baluarte e venceu o carnaval.

No ano de 1958, passou a integrar o Conjunto Ubirajara Silva e, no ano seguinte, fez a sua estréia em estúdio gravando pela Copacabana Discos. Participou de vários conjuntos, entre eles o de Steve Bernard em 1963, da Orquestra de Astor Silva em 1964. Neste mesmo ano fundou o grupo Os Ipanemas, com o qual chegou a gravar apenas um LP no mesmo ano.

Em 1968 atuou como baterista da Orquestra do Maestro Cipó na TV Tupi de São Paulo. Neste mesmo ano gravou pela Odeon o LP “Elza Soares – Baterista: Wilson das Neves”. No disco, ambos interpretaram “Balanço Zona Sul” (Tito Madi), “Garota de Ipanema” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), “Copacabana” (João de Barro e Alberto Ribeiro) e “Saudade da Bahia”, de Dorival Caymmi, entre outras. No ano seguinte, pela gravadora Polydor, lançou o disco “Som quente é o Das Neves”, no qual incluiu “Se você pensa” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), “Irene” (Caetano Veloso), “Jornada” e “Wilsamba” (composta em homenagem à batida singular do baterista), ambas de autoria de Roberto Menescal.

Entre 1980 e 2000 trabalhou com Chico Buarque, Ney Matogrosso e João Donato, entre muitos outros. Em 1996, lançou o CD “O som sagrado de Wilson das Neves” pela gravadora CID, com 14 composições suas, 13 em parceria com Paulo César Pinheiro e uma em parceria com Chico Buarque. O disco, agraciado com o Prêmio Sharp, trouxe as participações especiais de Chico Buarque em “Grande Hotel” (c/ Chico Buarque), em “Som Sagrado” (c/ Paulo César Pinheiro), a participação de Paulo César Pinheiro e ainda a participação especial de João Nogueira em “Um samba pro Ciro Monteiro”.

Em 2013, apresentou o show de lançamento do CD “Se me chamar, ô sorte!”, no Teatro Rival, no Rio de Janeiro, recebendo como convidados Áurea Martins, Rogê e BNegão. Em 2014 conquistou os prêmios de “Melhor Canção”, pela música “Samba pra João” (Wilson das Neves e Chico Buarque) e “Melhor Álbum de Samba”, pelo disco “Se me chamar, ô sorte!”, na 25ª edição do “Prêmio da Música Brasileira”.

Em 2016 participou da Cerimônia de Abertura das Olimpíadas 2016, no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, tocando samba em um pequeno instrumento musical de couro, que imitava uma caixinha de fósforos, enquanto o passista-mirim Thawan Lucas da Trindade sambava ao seu lado. Nesse mesmo ano apresentou-se na casa de shows Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro, em comemoração aos seus 80 anos de vida, em show de repertório majoritariamente autoral, recebendo no palco artistas como Ney Matogrosso, Claudio Jorge e também o amigo Chico Buarque.

Seu talento, sua carreira e credibilidade ilibada, os credenciam como um dos maiores nomes do samba. Ô Sorte!

Após completar 81 anos em julho, nos deixou em agosto 2017, por complicações de um câncer.

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