Reportagem Especial: 116 anos da Imigração Japonesa no Brasil

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Um encontro de culturas, uma milenar e uma com mais de cinco séculos, há 116 anos, aconteceu a imigração japonesa no Brasil, comemorada nesta terça-feira, 18 de junho, com celebrações em todo o território nacional brasileiro.

Na manhã de 18 de junho de 1908, depois de 52 dias de viagem e 12 mil milhas percorridas, o navio Kasato-maru chegou ao Porto de Santos com os primeiros 781 imigrantes japoneses, de 165 famílias (600 homens, 181 mulheres, além de 12 “espontâneos”). Os principais destinos deles eram as fazendas e colônias agrícolas, inicialmente de São Paulo e Paraná. Com o passar dos anos e com a chegada de mais japoneses, os imigrantes começaram a ir para todas as regiões do Brasil. Cerca de 2,7 milhões de descendentes moram atualmente no Brasil.

O navio zarpou em 28 de abril, partindo do porto de Kobe, e passou por Cingapura e pelo Cabo da Boa Esperança. A viagem de navio era longa e desafiadora, durando cerca de 50 dias. Os imigrantes enfrentavam condições difíceis, com espaço limitado, alimentação básica e pouca higiene. Durante a viagem, muitos passavam o tempo conversando, cantando músicas tradicionais e se preparando mentalmente para a nova vida que os aguardava.

Veja aqui a exposição referente ao Centenário da Imigração Japonesa no Brasil

Os primeiros imigrantes

O recrutamento de japoneses interessados em emigrar começou em fevereiro daquele ano. Representantes de cada província fizeram parte do chamamento, mas menos de mil pessoas aceitaram o desafio. Segundo relatos, a maior dificuldade foi de reunir famílias inteiras e apenas aqueles que possuíam bens puderam bancar os custos da viagem. Entre eles, japoneses de Okinawa, Kagoshima, Kumamoto, Fukushima e de Hiroshima.

Em São Paulo, os imigrantes foram levados para grandes fazendas como trabalhadores rurais. De acordo com histórias contadas, houve muito descontentamento entre os japoneses por causa do tratamento recebido e das condições difíceis, com protestos e greves.

Ao longo do tempo, os imigrantes começaram a se estabelecer nas fazendas, alguns como agricultores independentes, e núcleos de colonização japonesa se formaram.

Primeiros Trabalhos e Desafios

Os primeiros imigrantes japoneses foram contratados para trabalhar nas plantações de café. Enfrentaram diversos desafios, como a adaptação ao clima tropical, barreiras linguísticas e culturais, além das difíceis condições de trabalho. Muitos também sofreram com a discriminação e a exploração por parte dos empregadores.

Guerra e Pós-Guerra

Durante a Segunda Guerra Mundial, a comunidade japonesa no Brasil enfrentou um período de grande hostilidade. O governo brasileiro, alinhado aos Aliados, impôs restrições severas, como a proibição do uso da língua japonesa e a confiscação de propriedades. No pós-guerra, a situação começou a melhorar, e os japoneses puderam retomar suas atividades e reconstruir suas vidas.

Principais Colônias Japonesas no Brasil

As principais colônias japonesas se estabeleceram em estados como São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. A cidade de São Paulo, em especial, abriga o bairro da Liberdade, que se tornou um importante centro cultural e comercial da comunidade japonesa.

Dekasseguis e a Emigração para o Japão

A partir da década de 1980, muitos descendentes de japoneses (nikkeis) começaram a emigrar para o Japão como trabalhadores temporários, conhecidos como dekasseguis. Essa migração foi motivada pela crise econômica no Brasil e pela demanda por mão de obra no Japão.

Atualmente

Pela estimativa da Embaixada do Japão no Brasil, cerca de 2,7 milhões de japoneses e descendentes moram no nosso país O estado com mais nikkeis — termo japonês para descendentes de japoneses — é São Paulo, com 1,333 milhão, seguida do Paraná, com 276 mil e Bahia, com 150 mil.

O embaixador do Japão no Brasil, Teiji Hayashi, avalia que as relações entre os países são “muito boas”. Em entrevista à imprensa, Hayashi citou a primeira visita do Primeiro-Ministro do Japão, Fumio Kishida, ao país em 10 anos, a doação de purificadores de água para o Rio Grande do Sul depois das enchentes, e o potencial renovável dos países juntos. Além disso, Hayashi pontuou o sucesso no aumento de 60% de turistas brasileiros no Japão depois do acordo de isenção de visto. “Temos desafios, mas estamos tomando medidas para superar”, finaliza.

Preservação da cultura e língua japonesa

Um exemplo vivo de preservação de cultura e língua é o Bairro da Liberdade, localizado na cidade de São Paulo. Hoje ele é conhecido como a maior comunidade japonesa na cidade que, por sua vez, abriga a maior colônia japonesa do mundo fora do Japão.

Um exemplo dessas iniciativas de conservação da comunidade ao longo dos tempos é o fato de que nas escolas que se formavam pelo interior do país, as crianças eram ensinadas em japonês e aprendiam a história e geografia do Japão. A tradição culinária também foi amplamente preservada: fabricavam missô, reproduziam suas conservas e outras receitas, adaptando-as com ingredientes brasileiros.

Apesar de os nisseis (segunda geração), sanseis (terceira geração) e yonseis (quarta geração), terem se flexibilizado e se integrado à sociedade brasileira, a língua e cultura japonesas permanecem nas famílias, onde os avós e bisavós ainda falam somente o japonês.

Cultura popular

As mais novas gerações também têm sua maneira de resgatar e manter a rica cultura nipônica, chamada de J-Pop (cultura popular japonesa). Os famosos mangás, os animes (desenhos japoneses) e a moda japonesa são exemplos disso. Uma das últimas tendências é o cosplay (atividade de se fantasiar como personagens), sem citar as convenções dedicadas a anime, como o Anime Friends, que ocorre no Brasil.

E qual é a criança – ou o adulto – que não se tornou fã dos simpáticos personagens da franquia Pokémon? Na área do esporte, práticas de judô e jiu-jítsu ainda são as prediletas nas academias, disseminando os valores tradicionais japoneses. E podemos nem notar, mas o Japão está presente em muitas palavras do nosso dia a dia, como quimono, gueixa, samurai, arigatô, xogum, katana, caratê, sumô, anime e muitas outras.

Culinária japonesa

Podemos afirmar que hoje a influência da cultura japonesa ultrapassou as famílias imigrantes e entrou no gosto popular. Sua culinária sedutora é uma das mais queridinhas pelos brasileiros, com seu  sushi, sashimi, ramen (lámen), missoshiru, tempurá, temaki, guioza, e mais uma infinidade de pratos japoneses.

Aprender japonês

Civilização milenar, cultura fantástica, gastronomia sutil e refinada, além de uma sábia filosofia de vida: fazer aulas de japonês é certamente uma escolha fascinante e proveitosa que qualquer um pode fazer. Para tanto, basta tentar.

Curiosas contribuições da cultura japonesa no Brasil

Além das influências já mencionadas, existem algumas curiosidades sobre a contribuição da cultura japonesa no Brasil que vale a pena destacar:

– Os desenhos japoneses chegaram ao Brasil na década de 60 e conquistaram uma legião de fãs. Animes como “Cavaleiros do Zodíaco” e “Dragon Ball” se tornaram verdadeiros fenômenos culturais no país.

– O amendoim japonês foi criado por descendentes de japoneses no Brasil. Essa iguaria é um sucesso entre os brasileiros e é consumida em festas juninas e durante todo o ano.

– A escola de samba já teve uma ala dedicada à cultura japonesa com 600 foliões. Essa iniciativa mostrou como as duas culturas podem se unir em uma festa tão tradicionalmente brasileira.

– Assai é um município paranaense fundado por imigrantes japoneses. A cidade preserva suas tradições e realiza eventos culturais para celebrar sua origem nipônica.

– Os nikkeis representam cerca de 0,7% da população brasileira, mas respondem por aproximadamente 15% dos aprovados na Fuvest, um dos vestibulares mais concorridos do país. Isso demonstra a dedicação dos descendentes de japoneses aos estudos.

– A religião budista foi introduzida no Brasil pelos imigrantes japoneses. Hoje em dia, existem diversos templos budistas espalhados pelo país onde é possível conhecer mais sobre essa filosofia milenar.

– O bairro da Liberdade em São Paulo é um ponto turístico conhecido por sua influência japonesa. Lá é possível encontrar lojas com produtos típicos do Japão, restaurantes tradicionais e até mesmo festivais culturais.

– O beisebol se popularizou no Brasil graças aos imigrantes japoneses. Hoje em dia, existem diversos clubes espalhados pelo país onde é possível praticar esse esporte tão amado pelos nipônicos.

– A técnica de bonsai foi desenvolvida com sucesso no Brasil. Os brasileiros abraçaram essa arte milenar e hoje em dia existem diversos cursos e exposições dedicadas ao bonsai em todo o país.

– A cidade de Bastos é a maior produtora de ovos do país, graças a um japonês que levou suas galinhas para lá. Esse pequeno ato acabou transformando toda uma região em um importante polo avícola.

– O uso do bambu é comum na confecção de artesanato brasileiro. Os imigrantes japoneses trouxeram essa tradição consigo e hoje em dia é possível encontrar diversos produtos feitos com bambu em feiras e lojas pelo país.

– O caqui doce foi introduzido no Brasil pelos imigrantes japoneses. Essa fruta deliciosa conquistou os brasileiros e hoje em dia é amplamente consumida em todo o país.

– As sandálias de dedo têm origem nas zori japonesas. Essas sandálias tradicionais foram adaptadas pelos brasileiros para se tornarem confortáveis chinelos usados principalmente nas praias.

– A criação de carpas foi impulsionada pelos japoneses no Brasil. Hoje em dia é possível encontrar belos lagos ornamentais com carpas coloridas em muitos jardins brasileiros.

– A cerejeira, árvore nativa do Japão, é cultivada no Brasil. O Parque do Carmo em São Paulo é um exemplo disso, onde as cerejeiras encantam os visitantes durante sua curta temporada de florescimento.

– A raça de cão akita chegou ao Brasil nos anos 70 e era conhecido por acompanhar os samurais. Hoje em dia são cães muito populares no país e são conhecidos por sua lealdade e beleza.

Essas são apenas algumas das curiosidades que mostram como a influência japonesa está presente na cultura e arte brasileiras. É fascinante ver como duas culturas tão diferentes podem se misturar e enriquecer uma à outra ao longo dos anos. A contribuição dos imigrantes japoneses para o Brasil é inegável e merece ser celebrada e valorizada.

Curiosidades sobre a Influência Japonesa na Cultura e Arte Brasileiras:

O Brasil abriga a maior comunidade japonesa fora do Japão, com mais de 2,7 milhão de descendentes.

A imigração japonesa para o Brasil começou em 1908, com a chegada do navio Kasato Maru ao porto de Santos.

A cultura japonesa influenciou diversos aspectos da cultura brasileira, como culinária, moda, música e artes marciais.

O sushi, prato típico japonês, tornou-se muito popular no Brasil e é consumido por pessoas de todas as origens.

O estilo arquitetônico japonês também deixou sua marca no Brasil, com a construção de jardins japoneses e a influência na arquitetura de alguns edifícios.

No campo das artes, o origami (arte de dobrar papel) é bastante apreciado no Brasil e muitos artistas brasileiros utilizam essa técnica em suas criações.

A pintura japonesa, com suas características únicas, também influenciou alguns artistas brasileiros, que incorporaram elementos dessa arte em suas obras.

O mangá e o anime, formas populares de entretenimento japonesas, têm uma grande base de fãs no Brasil e influenciaram a produção de quadrinhos e desenhos animados brasileiros.

A cerimônia do chá, um ritual tradicional japonês, também é apreciada no Brasil e existem diversos espaços dedicados a essa prática em algumas cidades brasileiras.

A moda japonesa também teve impacto no Brasil, com a popularização do uso de quimonos e estampas orientais em roupas e acessórios.

Calendário da celebração dos 116 anos da imigração japonesa no Brasil

Confira a lista de eventos abaixo, em homenagem ao Dia da Imigração Japonesa, comemorado no dia 18 de Junho, dia da chegada do navio Kasato Maru a Santos, trazendo os primeiros imigrantes japoneses ao Brasil em 1908.

Dia 15 de junho, no sábado, foi realizada a homenagem aos idosos a partir dos 99 anos – Hakujusha Hyoushou. Na Igreja de São Gonçalo teve uma missa católica em japonês em memória dos imigrantes japoneses e no Parque do Ibirapuera foi prestada homenagem aos imigrantes pioneiros.

Dia 18 de junho, o monumento ao Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, foi iluminado com as cores da bandeira do Japão em comemoração aos 116 anos da Imigração Japonesa no Brasil. O Cristo Redentor iluminado, sendo o símbolo do Rio de Janeiro e do Brasil, reforça os laços de amizade e fraternidade que unem as nações japonesa e brasileira. A ação é uma parceria entre o Consulado Geral do Japão no Rio de Janeiro e o Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor.

No dia, 19 de junho, o Bunkyo, Kenren e Butsuren promovem o Culto Budista aos Pioneiros Imigrantes Japoneses, no grande auditório do Bunkyo. O Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil leva ao público (até 28 de julho) a Exposição “Katsura, a 1ª colônia japonesa no Brasil” com obras de artistas, como Tomoo Handa e Tomioka, que retrataram Iguape e os imigrantes em atividades agrícolas, além de alguns objetos da época usados e doados pelos imigrantes da região.

Nos dias 22 e 23 de junho (sábado e domingo), o Gueinosai – Festival de Música e Dança Folclórica Japonesa, no bairro da Liberdade em São Paulo, irá reunir mais de 50 grupos de diversos estilos e gran finale por conta da Companhia Fujima de Dança Kabuki. Apresentações de valor inestimável, que contribuem para preservação das tradições, no Grande Auditório do Bunkyo.

No dia 23 de junho, Paróquia Nipo-brasileira da Arquidiocese de Londrina, no Paraná, celebra Missa em Ação de Graças pelos 116 anos da imigração japonesa

O pároco da Paróquia Nipo-brasileira, padre Emanuel José de Paula, vai apresentar aos paroquianos a imagem de Nossa Senhora de Akita, que ficará exposta no salão paroquial, trazida diretamente do Japão para a comunidade.

Nossa Senhora de Akita é o título de uma aparição de Nossa Senhora relatada em 1973 na região remota de Yuzawadai, pertencente à cidade de Akita, no noroeste do Japão, pela freira Agnes Katsuko Sasagawa. Nossa Senhora de Akita foi a última aparição mariana do século XX reconhecida pelo Vaticano.

Nos dias 29 e 30 de junho (sábado e domingo), o 32º Festival do Imigrante Japonês, também como Imin Matsuri, ocorre na Expo Barigui, em Curitiba. O festival terá várias atividades que apresentam a rica cultura dos imigrantes japoneses. Algumas das atividades programadas são a exposição de ikebanas, apresentações artísticas e culturais no palco de taiko, karaokê, artes marciais e danças tradicionais japonesas. Além disso, haverá concurso de cosplay, oficinas, estandes de artesanato e uma praça de alimentação dedicada à gastronomia típica do Japão.

Hakujusha Hyoushou

15 de junho às 9h

Grande Auditório do Bunkyo – R. São Joaquim 381 Liberdade/SP

Entrada Franca, aberto ao público

Missa em Memória dos Imigrantes Japoneses

18 de junho às 8h

Igreja São Gonçalo – Praça Dr. João Mendes, 108 – Centro/SP

Entrada Franca, aberto ao público

Homenagem aos Pioneiros Imigrantes Japoneses

18 de junho às 10h

Parque Ibirapuera SP – Av. Pedro Álvares Cabral, s/ n°, port. 10

Entrada Franca, aberto ao público

Cristo Redentor iluminado com as cores da bandeira do Japão

18 de junho às 18h

Santuário Cristo Redentor

Rio de Janeiro

Culto Budista aos Pioneiros Imigrantes Japoneses

19 de junho às 14h

Grande Auditório do Bunkyo – R. São Joaquim 381 Liberdade/SP

Entrada Franca, aberto ao público

Exposição “Colônia Katsura, em Iguape”

19/6 a 28/7, ter. a dom. das 10h às 17h

Museu da Imigração Japonesa – R. São Joaquim, 381 – Liberdade/SP

Ingresso: R$16 inteira, 4ªf gratuito

Dia Internacional do Nikkei

20 de junho às 19h

Salão Nobre do Bunkyo – R. São Joaquim 381 Liberdade/SP

Entrada restrita a convidados

VEJA UM VÍDEO DE 1976 SOBRE O BAIRRO DA LIBERDADE, TRADICIONAL REDUTO JAPONÊS – Cinejornal produzido pela Agência Nacional

Gueinosai: festival de música folclórica japonesa

22 e 23 de junho às 10h

Grande Auditório do Bunkyo – R. São Joaquim 381 Liberdade/SP

Entrada Franca, contribuição de 1kg alimento não perecível

Missa em Ação de Graças pelos 116 anos da Imigração Japonesa

23 de junho, às 8:30h

Paróquia Nipo-brasileira da Arquidiocese de Londrina, no Paraná – Rua Belo Horizonte, 795

Festival do Imigrante Japonês

29 e 30 de junho às 10h às 18h

Centro de Eventos Positivo – Curitiba

Ingressos: R$12 (1 dia) ou R$20 (2 dias)

Sobre o Kasato Maru, o Navio da Esperança

O navio da esperança. Assim pode ser visto o Kasato Maru, que atracou em Santos em 18 de junho de 1908, há 99 anos, com os primeiros 781 imigrantes japoneses, de 165 famílias. Ao longo dos anos e décadas seguintes à escala pioneira do Kasato Maru, numerosas embarcações do Japão trouxeram cerca de 260 mil imigrantes. O Kasato Maru foi o mais marcante por ser o primeiro, mas outros transatlânticos também escreveram a sua história nas páginas do fenômeno da imigração.

Carlos Botelho, secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, e Ryu Misuno, diretor da Companhia Japonesa de Imigração Kokoku, assinaram em 6 de novembro de 1907 o contrato que permitiu a vinda do Kasato Maru ao Brasil, mais especificamente a Santos, onde atracou no cais do Armazém 14, em 18 de junho de 1908.

Os imigrantes do Kasato Maru seguiram no mesmo dia para São Paulo, de onde foram encaminhados para as fazendas de café da Alta Sorocabana.

Épocas críticas para a economia de um país são fundamentais para determinar o fenômeno da emigração, a saída de cidadãos de uma nação, à procura de melhores oportunidades em terras estrangeiras e estranhas.

O imperador japonês Meiji, após romper séculos de isolamento do país com o Ocidente, detonou profundas mudanças administrativas, a partir de 1886.

Uma das transformações foi implementar uma reforma agrária, que deu direito aos camponeses de acesso à propriedade de terras, reformulando a legislação do imposto territorial rural. Outras medidas adotadas provocaram uma situação crítica para a economia interna do Japão.

A emigração era proibida pelo governo, que teve de rever a posição e aceita-la como necessária para reduzir as tensões sociais, agravadas pelo aumento da população.

No Brasil, o país onde o sol se põe, a situação também não era das melhores, no final do século retrasado e início do século passado. A Lei Áurea, de 13 de maio de 1888, que libertou os escravos, provocou séria crise agrícola.

Tanto que, em 5 de outubro de 1892, o presidente da florescente República, Floriano Peixoto, sancionou a Lei nº 97, que surgiu como decorrência das pressões de fazendeiros de café, que precisavam de mão-de-obra. A lei era o ponto de partida para permitir a vinda de imigrantes asiáticos.

Como consequência, em 5 de novembro de 1895 foi assinado o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre o Brasil e o Japão, que abria as portas das terras brasileiras aos japoneses.

Superados numerosos obstáculos políticos para a entrada dos primeiros imigrantes, ocorreu o início de uma nova era entre brasileiros e japoneses, com a vinda do Kasato Maru.

O despachante aduaneiro Laire José Giraud, de Santos, pesquisador de assuntos marítimos, apurou que, no dia 28 de junho de 1910, chegou à Cidade a segunda remessa de imigrantes japoneses: 906 pessoas pelo vapor Royojun Maru. Elas seguiram para as fazendas da Alta Mogiana.

O Kasato Maru partiu para o Brasil uma segunda vez, em dezembro de 1916, aportando em 1917, mas como cargueiro, a serviço da Osaka Sosen Kaisha (OSK) Line. Quando ele retornou, veio para fazer pesquisa de frete, com o objetivo de se instalar uma linha marítima comercial entre os dois países.

Anos mais tarde, em1920, a OSK Line começou a receber subsídios do governo japonês para operar na linha para a América do Sul. Na época, a armadora tinha 11 navios mistos (de cargas e de passageiros), que continuaram no tráfego até 1935, quando a companhia adquiriu novas embarcações.

A frota da OSK Line contou com navios como Buenos Aires Maru, Montevideo Maru, Santos Maru e Manila Maru, entre outros.

Navio-hospital russo – antes de navegar sob bandeira japonesa, o Kasato Maru era um navio-hospital russo, aprisionado em Port Arthur, durante a guerra entre os Japão e a Rússia, que terminou em 1905, segundo o pesquisador Laire José Girard, que lembra que a Esquadra Imperial do Japão triunfou no conflito, sob o comando do almirante Tojo.

Outro navio que marcou uma nova etapa entre os imigrantes japoneses foi o holandês Ruys, que restabeleceu o fluxo de entrada de cidadãos japoneses a Santos, que estava suspenso desde o início da Segunda Guerra Mundial.

O Ruys trouxe 112 pessoas, de 22 famílias, que se estabeleceram na Colônia Agrícola Federal de Dourados, em Mato Grosso, conforme noticiou A Tribuna na edição de 9 de julho de 1953.

Após a Segunda Guerra Mundial, surgiram em 1954 dois navios para passageiros, imigrantes e cargas, o Brazil Maru e o Argentina Maru, que partiam de Kobe, com escalas no Rio de Janeiro, Santos e Buenos Aires.

Na passagem do 80º aniversário da imigração japonesa, o cargueiro Llouyd Gênova, da hoje extinta Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, teve o nome no casco alterado para Kasato Maru, com o objetivo de encenar a chegada dos primeiros 781 japoneses ao Brasil.

E, pouco antes do aniversário dos 90 anos de imigração japonesa, o transatlântico Nippon Maru, da Mitsui Osaka Sosen Kaisha (fusão da Mitsui com a OSK), foi a Santos para comemorar a data. Ele escalou no dia 12 de junho de 1998 no cais do Armazém 29.

O Nippon Maru não trouxe imigrantes, mas sim 400 passageiros japoneses, que faziam uma viagem de volta ao mundo iniciada há dois meses e previsão de terminar na segunda quinzena de julho de 1998.

Autor: Armando Akio, Jornal A Tribuna, colaboração de Laire José Girard.

Fontes de pesquisa:

Imigração Japonesa – www.imigracaojaponesa.com.br

Escola de Origami – https://origami.club/

Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – Bunkyo – https://www.bunkyo.org.br/br/2024/06/16-anos-imigracao/

Arquivo Nacional – https://www.gov.br/arquivonacional

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