Por Redação
O calendário oficial dos ensaios técnicos organizados pela Liga RJ sofreu algumas alterações, em comum acordo, as escolas de samba Estácio de Sá e Porto da Pedra trocaram entre si a data do ensaio técnico. Com isso, a Estácio de Sá fará seu ensaio no dia 2 de abril e a Porto da Pedra, dia 9 de abril. Já a Acadêmicos de Vigário Geral e União da Ilha do Governador trocaram a posição de ensaio no dia 2 de abril. A Unidos de Bangu abre os ensaios técnicos do dia 9 de abril.
Já no Grupo Especial, a alteração ficou somente no horário de início dos ensaios, começando às 20h.
Para o público que pretende assistir aos ensaios técnicos, será necessário comprovar a vacinação contra Covid-19, de acordo com o calendário da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. A comprovação poderá ser feita através do certificado de vacinação digital – disponível no aplicativo ConecteSUS –, caderneta de vacinação ou comprovante de vacinação.
Confira a seguir a programação deste sábado (LigaRJ).
19h – Unidos da Ponte (C)
20h – Acadêmicos do Cubango (B)
21h – Império da Tijuca (C)
Confira a seguir a programação deste domingo (Liesa).
20h – Paraíso do Tuiuti (B)
21:15h – Vila Isabel (C)
22:30h – Mangueira (B)
Acompanhe tudo aqui no Portal Sambrasil e pelas redes sociais: @portalsambrasil
Seguem as informações sobre as agremiações que farão seus ensaios técnicos neste final de semana.

3 A_ GRES Unidos da Ponte
SINOPSE DO ENREDO: Santa Dulce dos Pobres – O Anjo Bom da Bahia
Primeiro relato de amor: Irmã do silêncio e o oratório dos pedidos
Amada Dulce, irmã de bondade e doçura, recebi teus chamados todos. Estive contigo em tuas preces de silêncio a ouvir teus clamores por medicações, leites, equipamentos médicos, terrenos para construções das tuas obras e apoio para subsidiar teus projetos sociais.
No interior do Nordeste, em casas pobres de palafitas, tu levaste posto médico com atendimento básico às comunidades carentes de tudo. Nestes lugarejos de abandono, tu enviaste a cura, mas entregaste também amor aos esquecidos. Trabalhaste a fé com operários plantando esperança no corpo e na alma.
Querendo mais pelo próximo, finalizaste o curso oficial de farmácia. No convento, tocaste feridos, resgataste enfermos, amparaste desalentados que moravam nas ruas. E quando não podia mais, ainda assim, ajudaste. No murmúrio das inquietações e incertezas, rezaste, mantendo esperança.
Não separaste os excluídos da vivência em sociedade, levaste amparo sanitário à presidiários de um centro de detenção da Bahia. Olhaste por crianças sem referência de família, entregaste esperança para o olhar dos filhos do abandono. Lembraste das pessoas com deficiência e dos idosos esquecidos. Enfrentaste poderes internos e externos e iniciaste um hospital num galinheiro como prova de humildade. Com muito diálogo e olhar de brandura convenceste presidentes e governadores a ampliar o feito assistencial. Ganhaste áreas territoriais para construir teu legado social de amor ao próximo.
Irmã Dulce, testemunhei teu esforço incansável. Sei que fizeste da tua vida, uma chama viva de oratório. Quando o esgotamento parecia te abater e o silêncio te era a resposta, rezaste a me chamar intercedendo pelos teus.
A fé te foi companheira, a oração foi tua morada, tua fortaleza e teu renascimento.
Segundo relato de amor: Tua fé que transcende e toca a santidade
Tua obra correu as nações sendo espelho para tantos peregrinos de amor. No labor caridoso da tua alma, o mundo se rendeu te indicando ao prêmio Nobel da Paz. Quando teu corpo e olhar bondoso não conseguiam mais habitar os planos terrestres, àquele que também seria santo, te beijou, era João Paulo II soprando a paz do descanso para tua alma. E assim, numa tarde tranquila de brisa leve, tua obra ficou eternizada no coração dos baianos que gritavam “obrigado, Dulce”. Sinos e atabaques ecoaram por toda Salvador.
Tornaste venerável para a igreja porque tu, irmã Dulce, viveste em grau heroico de comunhão com as virtudes cristãs da fé, esperança e caridade. Teu testemunho de vida foi um conforto para os pobres e um exame de consciência para os ricos.
Passo próximo, tu te consagraste como beata da igreja. O primeiro milagre operou-se num pós-parto. O desânimo dos homens da terra configurou-se após inúmeras cirurgias que não rompiam um sangramento. Vida e morte se encontravam e no desespero final, na hora do adeus, o pároco intercedeu pela vida da serva clamando por teu nome: “Óh, venerável, não permita que esta mãe deixe seu filho”, prontamente a sangria cessou.
Tu que te tornaste irmã, venerável, beata, consagrou-se como Santa. O segundo milagre foi para um filho teu que não enxergava mais, mas te sentia. O amor por ti foi tão maior, que no momento de dor na região dos olhos, tateou uma pequena imagem tua e a encostou sobre as vistas num grito de esperança, pedindo tua intercessão de anjo bom. Dormiu anestesiado do teu amparo e ao acordar, as dores cessaram e a escuridão findou. Ele sentiu e viu o mundo com as cores da fé.
Pequena grande, em santidade tu foste, tu és e sempre serás grande, generosa, a flor amarela do amor, do olhar pleno, bondoso, caridoso e atencioso para com teus devotos.
A procissão em teu nome pelas ruas da Bahia revela a vitória da tua pobreza, lembrando os humanos do amor que se deve irmanar ao próximo e de prestar solidariedade aos humildes, humilhados e esquecidos pelo poder.
Terceiro relato de amor: Bahia de todos os santos e de Santa Dulce dos Pobres
As escadarias de Nosso Senhor do Bonfim recebem, agora, sinos que badalam também por ti, Santa Dulce. Num elo de irmandade entre as religiões que querem o amor no coração de todos, a Bahia é o retrato de todos os santos, de todas as representações e manifestações de esperança por dias melhores.
Receba os sinos, as velas, as preces, as orações e a mística da fé das baianas que lavam as escadarias de Bonfim com as águas de cheiro para celebrar tua baianidade santa. Tua Bahia é santa e também cultural.
Tenho lembranças de quando fundaste o cineteatro Roma, em Salvador, fazendo da arte um meio para arrecadar fundos para os teus necessitados. Recebeste artistas consagrados e espalhaste amor com música para os filhos esquecidos. Tocaste sanfona, gritaste gol com teu time baiano e brincava com as crianças o futebol da vida para espantar a solidão. Na partida, só a fé de sorrir era a vencedora.
Fizeste de Salvador um porto sagrado e quando andarilha corria para o mar – tua paixão – a repousar energias para o ritmo de trabalho como gestora da caridade.
Hoje, os peregrinos caminham por seu amor santo, levam sonhos nas romarias, cantam e choram por devoção. Tu és a mãe de muitos brasileiros órfãos. Santa Dulce leva tua esperança para encher de vida os olhos dos teus meninos e meninas que carregam desassossego dentro da alma. Leva tua bandeira da paz e da doação sem limites para com o próximo.
Intercedas por todos os pedidos emocionados – como os teus dirigidos à minha interseção – que no cruzamento da fé, nos encontraremos em comunhão.
Eis-me aqui, com este sentimento que agora se configura no mesmo plano de espírito e ideais de caridade.
Olhai por teus filhos pobres.
Guiai os oprimidos por um caminho de paz e animosidade.
Caminhai ao lado dos enfermos e necessitados.
Sigamos juntos pela vigilância dos desvalidos do mundo concedendo a eles cobertor, proteção e misericórdia em nome do pai, do filho, do espírito santo.
Amém!
De seu fiel vigilante das horas de nuvens nubladas e dos tempos de clarões de luz,
Fernando Martins de Bulhões
Santo Antônio.
SAMBA ENREDO: Santa Dulce dos Pobres – O Anjo Bom da Bahia
Compositores: Sandra de Sá, Diego Nicolau, Dudu Senna, Deodonio, Richard Valença, Renan Diniz, Márcio de Deus e Telmo Motta
Letra:
Na cura da alma, um manto azul
A “Ponte” entre o divino e a devoção
A fé, mulher
Fez da bondade, tua peregrinação
E pé ante pé, nos trilhos da paz
Em oração bradou a caridade
Unir tantos elos, a nobre missão
E no olhar, a serenidade
Me cobre em teu manto, enxuga meu pranto
A bênção, Senhora de São Salvador
Estenda a mão pra acalentar os filhos teus
Tudo é possível aos olhos de Deus (bis)
Oh! Minha pequena, rogai por nós
E seja voz daqueles que não tem voz
E vai
Percorrer o destino que vai espalhar o bem
Mesmo no desatino quem vai te levar além
É aquela coragem que te fez singular
E onde houver dor traga a cura
No dissabor seja candura
Luz dos herdeiros julgados nas bênçãos da fé
A fé, sempre a tua bandeira
Colo de mãe brasileira
Bem-aventurada
Nessa prece Imaculada
Anjo de amor, luz que me guia
Santa Dulce dos Pobres, Maria! (bis)
Em nome do Pai, na Cruz do perdão
Nos dê sua proteção
MINI DESFILE: @PORTALSAMBRASIL / @LIGARJ TV https://youtu.be/ZPlGwfMS0Ek
FICHA TÉCNICA | ||
Presidente: | Rosemberg Azevedo (Berg) | |
Carnavalescos: | Guilherme Diniz e Rodrigo Marques | |
Direção de Carnaval: | Burunga, Mauro Tito e Wallace Oliveira | |
Direção Geral de Harmonia: | Júlio César Cajú e Cátia Cristina | |
Intérprete: | Charles Silva | |
Comissão de Frente: | Valci Pelé | |
Mestre de Bateria: | Branco Ribeiro | |
Rainha de Bateria: | Lilian Brito (Lili Tudão) | |
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: | Yuri Souza e Camylla Nascimento | |
2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: | Emanuel Lima e Thainara Matias |

2 A_ GRES Acadêmicos do Cubango
SINÓPSE DO ENREDO: O Amor Preto Cura: Chica Xavier, a Mãe Baiana do Brasil
“O Amor Preto Cura: Chica Xavier, a Mãe Baiana do Brasil”
Pedi ao tempo inspiração para o nosso povo cantar sobre coisas de afeto.
Pedi ao tempo axé para soprar na alma o princípio de tudo o que encanta.
Ele me respondeu em sonho com a imagem maternal de Chica Xavier.
Veio como vento que balança a folha.
Folha que espalha essência.
Essência que traz a cura.
Cura que vem do amor preto.
E o amor preto reencanta, reconecta, liberta.
Está no lufar da brisa mansa, na força da tempestade bravia, no farfalhar do verdume
em folha, no cheiro molhado do mato, na essência do que se é.
O fundamento que a tudo principia, energia elementar, o rebentar primordial do amor,
da vida.
Chica é voz, ancestralidade e movimento!
É palco e terreiro onde agora eu vou cantar!
Mãe Chica, Baiana do Brasil
O meu canto se faz “nós”, em coletivo, para nos elevar à mãe Chica de Oyá, a doce
baiana que acalanta tantas filhas e filhos do Brasil.
Aquela que protege com um sorriso, acalma com um abraço e acolhe com a palavra.
Menina trazida ao mundo na Roça da Sabina, em Salvador, louvou santos de reza e
deuses de dança. Foi assim que aprendeu a agradecer cantando.
Entregou a própria voz como oferenda em cânticos a Maria, pontos aos caboclos e
orixás, hinários a Santo Antônio e São Benedito.
Dobrou-se ao amor por Clementino Kelé, companheiro de toda a jornada.
Ao deixar a terra-mãe, o casal veio cumprir irrenunciável missão no Rio de Janeiro.
E, à nova terra, Chica chegou rainha em dia de reis. Ouro, incenso e mirra trazidos em
nobre caravana.
Filha de Dionísia1
, fez da arte de representar a voz amplificada de todos os griôs.
Mais tarde, incorporou a mãe de santo Majé Bassã. Propagou, como vento de virtudes,
a Tenda dos Milagres de Jorge Amado, a universidade do povo que o gênio baiano
soprou no imaginário popular.
Prudente e sábia, firme e amorosa, suave e altiva, brisa e tempestade, fez-se Chica
Xavier, a ialorixá do terreiro Brasil.
Devota, ofertou o rosário de búzios à Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos
Homens Pretos, cruzando fés que não se excluem.
Protagonista no elenco da luta antirracista, teceu-se artesã dos segredos da cena.
Tornou-se combativa lutadora pela real inserção do povo preto na sociedade.
Um dia, um raio chicoteou revolto no céu.
Rum dobrado em estampido solitário.
E Mãe Chica se encantou… mas seu legado se perpetua na Irmandade do Cercado de
Boiadeiro, onde entidades benfeitoras produzem, religiosamente, milagres de fé.
“Lá na Jurema, debaixo do pé de Ingá
É onde o luar clareia, Jurema, para os caboclos passar”
E cá estamos nós, de pé, ventando em todas as direções, espalhando sementes.
As sábias curandeiras, pretos velhos e caboclos erguem uma tenda de milagres sob a
qual maceram ervas para afastar quizila, tirar quebranto, calundu… batem folha,
orvalham aromas, defumam altares e entoam cantares para curar o mundo.
E quem viu milagres como eu, há de sentir a presença de mãe Chica como raio poderoso
a luzir na mata, a dobrar o vento e a debelar a dor. Hoje, ela é infinito!
Bênção, Mãe Chica Xavier! Que seu axé se espalhe sobre nós.
O Amor preto há de nos curar!
(Ele vai nos curar)
João Vitor Araújo
Carnavalesco
Texto: João Gustavo Melo
SAMBA ENREDO: O Amor Preto Cura: Chica Xavier, a Mãe Baiana do Brasil
Compositores: Cláudio Russo, Jr Fionda, Robson Ramos, Sardinha, Anderson Lemos, Rafael Duda, Alessandro Falcão e Rildo Seixas
Letra:
Pra vencer toda quizila
Um caminho de amor
Rezava o Rosário de Maria
Ouvia os tambores do lugar
Seguia a minha fé em romaria
Na velha guia e no patuá
A chica de quelé, Exu deu direção
No ilê axé de São Sebastião
Janeiro começou já era dia seis
Rainha em dia de reis
A eparrei! Ela é Oya, bela Oya
Magé bassã yalorixá (bis)
Sou filha de Oxóssi caçador
Odé odé oke aro
Bradei a voz da cor
Meus ancestrais foram pilares
Francisca do clã nagô
Forjada em ventre de Palmares
Mamãe chamou a luz de Orum vi clarear
E fiz morada no infinito de Oxalá
Ê baiana dos ventos e trovões
Que a força de Iansã leve amor aos corações
Batuqueiro toma frente na batalha
Desce a mão no couro pro senhor da palha
Na pedra fria, no pé do morro
Dizem que mora um velho lá
Sou Cubango de atotô, axé!
Chama viva da negrura
Chica Xavier! (bis)
Sou Cubango de atotô, axé!
Chama viva da ternura
Me chamo Chica Xavier
MINI DESFILE: @PORTALSAMBRASIL / @LIGARJ TV https://youtu.be/Isqoyn2eWp8
FICHA TÉCNICA | ||
Presidente: | Patrícia Cunha | |
Carnavalesco: | João Vitor Araújo | |
Direção de Carnaval: | Allan Jones e Leandro Azevedo | |
Direção Geral de Harmonia: | Allan Guimarães e Jorginho do Império | |
Intérprete: | Pixulé | |
Comissão de Frente: | Fábio Batista | |
Mestre de Bateria: | Demétrius Luiz | |
Rainha de Bateria: | ||
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: | Diego Falcão e Aline Flores | |
2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: | Rodrigo Machado e Mariana Azevedo |

07 B_ GRES Império da Tijuca
SINOPSE DO ENREDO: Enredo: Samba de Quilombo: a Resistência pela Raiz
Estou chegando. Venho com fé, respeito mitos e tradições. Trago um canto negro e aquela gente de cor, com a imponência de um rei, vai pisar na passarela. Vamos esquecer os desenganos, viver a alegria que sonhamos, mas depois da ilusão…será que o samba ainda está em nossas mãos?
A poesia do negro partideiro ficou pra escanteio quando “visual virou quesito”. Valendo apenas quem se veste mais bonito as custas de muito dinheiro. Falsos valores escritos por “brancas mãos” de intelectuais e acadêmicos que invadiram nossos terreiros. Carnaval virou mercado, produto de Estado. Mas não me incomodem, por favor. Samba é verdade do povo, ninguém vai deturpar seu valor!
Nasci manifesto, preto protesto à luz de Candeia, na viola de Paulinho, na poesia de Nei e Moreira. Batizado pela resistência e bravura de Palmares, da união e insatisfação de irmãos baluartes. Compositores “quilombolas” cantando com pés no chão fundaram a “Nova Escola”.
Em meu pavilhão, o branco inspirado na simplicidade da paz, sintetizando um mundo de amor, simbolizado no dourado e lilás. Aqui todos podem colaborar, mas ninguém pode imperar. A sabedoria é meu sustentáculo e meu princípio é o amor. Sou a casa da nossa cor, que carrega no peito a ancestralidade e tradição, desabrocha sua arte e lugar de fala, no corpo, na voz e nas mãos.
Se manifesta no girar da baiana; no versar de um partideiro. Por poemas, filmes e melodias; pelos debates e discursos no terreiro. Movimento pelo compositor, por reconhecimento das barreiras que preto enfrenta nesse país. Mas exaltando toda a riqueza de nossa raiz e compreendendo que o samba é quem faz nossa gente mais feliz. Extraio o belo das coisas simples que me seduzem, sendo lar de sambista e centro das artes da negritude.
No barato tecido, um folclore negro colorido, na cultura popular ancestral, a estampa do sorriso. Cortejam Afoxés e Macaratus, bailam jongueiros e Lundus. No balanço de um samba de Caboclo, na ginga de um capoeira; no miudinho de um Partido Alto, num pandeiro, tamborim e viola que toque a noite inteira. Não me apavora nem rock, nem rumba e pra acabar com tal de “soul” basta um pouco de macumba! Girem saias e guias, ecoem louvores e cantares aos santos, deuses e orixás pelos heróis de nossa liberdade. Salve Dandara, Ganga Zumba, Luiza Mahin, Maria Felipa, Manoel Congo. Valeu, Zumbi!
Sai pelas ruas do centro e dos subúrbios com minhas baianas rendadas, sambando sem parar. Com minha comissão de frente digna de respeito, carregando no peito minhas origens através de enredos. Fiz “Apoteose das mãos” em meu primeiro cortejo, ao som de Martinho devolvi ao estandarte a história das origens negras “Ao povo em forma de arte”. Pelos versos de Luiz Carlos, cantei Solano Trindade; pelos versos de tantos mestres celebrei Zumbi e comemorei os noventa anos da liberdade.
Plantei a semente, cultivei a raiz, flori e deixei herança. Sou Quilombo! Eu sou o povo, sou canto, sou dança! Sou Candeia! Sou voz que não cansa de lutar para negro alcançar seu dia de graça. Então, não negue a raça! É hora de fazer Kizomba mais uma vez para a Conceição padroeira abençoar seus filhos quilombolas, que hoje também são da Formiga e desfilam na avenida todo o nosso cantar. E é por isso que eu canto…
Axé, Tijuca! Ora yê yê ô!
MINI DESFILE: @PORTALSAMBRASIL / @LIGARJ TV https://youtu.be/xWMhuH5Anjo
SAMBA ENREDO: Samba de Quilombo: a Resistência pela Raiz
Compositores: Paulinho Bandolim, Guilherme Sá e Edgar Filho
Letra
Clamo a presença dos ancestrais
Arde a chama na candeia, a luz dos seus ideais
Livre, o samba faz escola, manifesto no terreiro
Sou quilombola
Vou de pé no chão
Resgatar a pureza dos meus carnavais
O novo pavilhão
Foi Oxum quem bordou de dourado e lilás
Vem maracatu do caboclo lanceiro
Dança o caxambu, jongueiro
Saravá lundú, afoxé, capoeira
No rabo de arraia não leva rasteira
Puxa o partido pro mestre versar (Candeia!)
Firma na palma da mão a noite inteira (bis)
Risca no amoladinho, ioiô
Ô iaiá, vem mexer com as cadeiras (vem sambar)
Sou da arte negra sentinela
Um quilombo em cada favela
Contra toda forma de opressão
Sou a poesia sem mordaça
Tambores em dia de graça
Heróis e heroínas da abolição
Sou o canto forte de Palmares
A vibrar pela cidade
Um grito sufocado a resistir
Inspiro a verdadeira liberdade
Valeu, Zumbi
Quem leva a noite na cor
De verde e branco é rei
Mostra seu valor (bis)
No Império da Tijuca
Negritude é lei (Negritude é lei, é lei)
FICHA TÉCNICA | ||
Presidente: | Antônio Marcos Teles (Tê) | |
Carnavalesco: | Guilherme Estevão | |
Diretor de Carnaval: | Luan Teles | |
Direção Geral de Harmonia: | Renato Kort, Robson Tipaia e Alexandre Rouge | |
Intérprete: | Daniel Silva | |
Comissão de Frente: | Lucas Maciel | |
Mestre de Bateria: | Jordan Pereira | |
Rainha de Bateria: | Laynara Teles | |
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: | Renan Oliveira e Laís Lúcia Ramos | |
2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: | Fabio Rodrigues e Mônica Menezes |

01 B_ GRES Paraíso do Tuiuti
SINOPSE DO ENREDO: Ka Ríba Tí ÿe – Que Nossos Caminhos se Abram. O Tuiuti Canta Histórias de Luta, Sabedoria e Resistência Negra
“Somente nos tornamos verdadeiramente quem somos ao lançar nossos olhares sobre os ombros daqueles que chegaram antes de nós. Lembrar daqueles que vieram antes de nós é uma obrigação sagrada.” (provérbio iorubá)
E quem somos? Se olharmos para o passado, a quem devemos saudar? Que caminhos seguiram aqueles que nos trouxeram até aqui e nos ensinaram que o futuro pode ser alcançado com sabedoria? Um conhecimento ancestral que atravessa os séculos e inspira nossas escolhas e destinos. O canto do Tuiuti vem desse tempo distante, quando o mundo ainda nem era povoado pela humanidade. O canto do Tuiuti vem da África, onde nasceu o primeiro homem. Hoje, vai colher histórias de luta, sabedoria e resistência negra, para exaltar aqueles que abriram nossos caminhos. KA RÍBA TÍ YE.
O Tuiuti saúda a sabedoria de Orunmilá e traz, para a Avenida, uma homenagem aos pretos, homens e mulheres que marcaram a história da humanidade porque escolheram os caminhos da determinação, da beleza, do conhecimento. Eles afirmam, em suas trajetórias, o poder da origem, os ensinamentos dos orixás e daqueles que povoaram o mundo, trazendo, em suas almas, a diáspora africana.
O mundo é recriado todos os dias por nós, quando emitimos uma palavra, uma cantiga, uma oração, um pensamento ou quando fazemos um movimento. A sabedoria iorubá está no respeito ao passado, no que conseguimos contar através do tempo, porque, assim, transmitimos o conhecimento dos ancestrais.
Os signos e poemas sagrados do Ifá chegam de uma África antiga, através de vozes que se levantaram no passado e ecoam no presente, para nos ensinar os fundamentos que nos encantam e sustentam nossas escolhas. Mantidos pela fé inabalável dos que nos antecederam, podem ser reconhecidos nas atitudes de homens e mulheres que têm, em comum, a certeza de que é preciso mudar. A transformação acontece porque seus sonhos, seus ensinamentos e suas ideias se eternizam para inspirar os caminhos que devemos seguir. Assim nos ensina o Ifá… e os orixás nos guiam…
O DESFILE
ABERTURA
Olodumarê, o deus supremo, criou o mundo. Contou com a ajuda de Orunmilá, Exú e Oxalá. Pediu a Oxalá que criasse o homem. O primeiro homem veio da terra. Oxalá tentou criá-lo de muitas matérias, mas nada deu certo. Nanã trouxe lama do lago, e com ela Oxalá modelou esse barro. Olodumarê deu o sopro da vida ao homem. E ele povoou a Terra com a ajuda dos orixás. É por isso que, quando o homem morre, seu corpo tem que retornar para a terra. Nanã quer de volta tudo o que é seu. Só o retorno às nossas origens nos permite renascer!
Olodumarê enviou os orixás para o Ayé e ordenou que eles cuidassem do mundo e do homem. A eles foi dada a missão de zelar para que os homens aprendessem a viver, cuidassem de si e dos outros, respeitassem a natureza. Exú tem o dever de resolver tudo o que possa aparecer e isso faz parte do seu trabalho e de suas obrigações. Ele é o mensageiro. Sem Exú, orixás e humanos não podem se comunicar. Nada pode acontecer sem ele. E Orunmilá foi enviado por Olodumarê para dar direção e sentido para homens e mulheres em seus percursos. Ele conhece os segredos do Ifá, o conhecimento mais profundo, os caminhos que existem e a maneira como orixás e pessoas transitam por eles.
Cada um escolhe como viver, tem liberdade para agir como quiser e deve responder por tudo o que faz. Mas Orunmilá, o orixá do conhecimento e da sabedoria, sabe o segredo do destino, pode indicar a melhor direção. Ele revela todas as situações, circunstâncias, ações e consequências na vida.
A ESPADA E A PALAVRA – Lideranças na política
As primeiras cidades foram fundadas por poderosos orixás. Por séculos, dinastias de negros africanos governaram imensos territórios. Soberanos, impunham respeito e devoção.
Piankh Piye foi rei da Núbia e tornou-se o primeiro faraó negro da história, depois de conquistar o Egito.
Mansa Kankan Musa, considerado o “rei dos reis”, foi o principal responsável por expandir as riquezas do poderoso império de Mali. A importância da contribuição das diversas nações africanas para o desenvolvimento cultural, político e científico da humanidade é inquestionável. A partir do século XVI, a África começou a sofrer terríveis invasões, em que os inimigos arrastavam milhares de pessoas escravizadas para outros continentes. Também levaram reis e rainhas, que resistiram com bravura, em terras distantes, para proteger o povo da ira do opressor.
Zumbi, como o senhor da guerra, nunca abandonou seu caminho nem perdeu a coragem e a esperança nos momentos mais difíceis. Ògúnye!
Dandara, rainha guerreira implacável, impôs respeito, com sua força, inteligência e rebeldia. Èpà heyi!
Eles inspiram a luta até hoje. Tornaram-se símbolos dos que clamam por justiça e igualdade, nos quilombos, nas favelas, nas ruas das cidades que continuam construindo. A espada pode ser a palavra em punho, a voz do combate, a defesa dos direitos das mulheres.
Ângela Davis não aceita as coisas que não pode mudar e, por isso, muda as coisas que não pode aceitar. Obà si!
Mandela escolheu difundir a paz, com a serenidade de quem sabe como dominar os perigos. E se e babá, Epà bàbá!
Barack Obama incendiou corações para conquistar, na democracia, o poder de uma grande nação e combater o racismo e a discriminação. Kawòó kábiyèsi!
Na guerra ou na paz, sempre souberam como liderar a resistência.
A BELEZA DO MOVIMENTO – Artistas abrindo os caminhos
A natureza é equilíbrio. A sensibilidade se esconde nas águas claras dos rios e na vida que habita as florestas. A natureza é mudança. Nos ensinamentos dos orixás, a dualidade persiste, sem preconceitos. Viver com arte é superar os limites.
RuPaul Charles desafia seu tempo e seus espetáculos mostram que a arte também é transformação. Losi Losi!
A música de Beyoncé apaixona, seduz e espalha, pelo mundo, a força e a beleza da África. Ò óré yeye o!
Benjamim de Oliveira deu o salto para a liberdade, desafiando seus opressores e encantando a plateia, principalmente, a criançada. Oni beijada!
Maria Lata D’Água desceu do morro e surpreendeu a Avenida, com a dança de quem se equilibra para suportar o cotidiano da pobreza.
Serginho do Pandeiro faz malabarismos, acompanhando o samba sincopado que fascina os passistas. Láaròyè Èsù!
Os tambores dos Alabês embalam o ritual do Tuiuti. Do grande teatro, vem Mercedes Baptista, a mãe de muitos bailarinos e bailarinas pretos. Ela alimentou a cena com movimentos e gestos da cultura africana. Odò fé yaba!
Mãe Stella foi doutora, escritora da Academia de Letras da Bahia e contadora de ìtans, que encantam adultos e crianças; ela é Odé Kayode. Oke aro!
Chadwick Boseman incorporou a realeza africana do futuro, no jovem guerreiro da paz, eternizando, no cinema, a inspiração da ancestralidade. E se e babá, Epà bàbá!
À LUZ DA CIÊNCIA – Com a proteção dos orixás
De onde vem o poder da cura e do domínio da ciência e da técnica que nos permite avançar em direção ao futuro? A profunda ligação dos orixás com os elementos naturais expande nossa visão para a necessária preservação do planeta. Wangari Maathai, a combativa bióloga africana, nos ensina: “somos chamados a ajudar a Terra, a curar as suas feridas e, no processo, curar as nossas, a abraçar, de verdade, toda a criação, em toda a sua diversidade, beleza e maravilha”. Onílé mo júbà awo! A sabedoria ancestral também sustenta a justiça para os que queiram nela se inspirar; a desembargadora Ivone Caetano protege aqueles que estão entregues a todo tipo de brutalidade e racismo. Saluba! Desde a Antiguidade, nossos antepassados ensinam o manejo da terra, o cuidado com as plantas que podem servir de alimento e cura; George Washington Carver estudou e compartilhou suas descobertas com quem mais precisava desse sustento, tornando-se um dos cientistas mais respeitados do mundo. Ewê o asà! E, quando a peste devastadora cai sobre nós, rezamos para que o orixá nos devolva a saúde; agradecemos a quem foi capaz de desvendar os segredos do vírus e nos ajudar a vencer a doença. Jaqueline Goes de Jesus, que isolou o genoma da Covid-19, é motivo de orgulho para a ciência brasileira. Atóto! O que dizer diante do tabuleiro da jovem campeã, que movimenta as peças do xadrez com sensibilidade e inteligência? Phiona Mutesi é como a yabá de grande sabedoria e vidência, que, dominando todas as probabilidades, pode transformar o mal em bem, atributo que lhe foi concedido pelo próprio Orunmilá. Hiho! O arco-íris liga o Orún ao Ayé. É obra de uma divindade que representa os movimentos da Terra, dos astros, a transformação de dia em noite e de noite em dia; Mary Winston Jackson foi a primeira engenheira espacial da NASA e, em seu caminho, ajudou mulheres e outros grupos minoritários a avançar em suas carreiras e tocar o infinito. Aho gbogbo yi!
DEVOÇÃO À ÁFRICA – A fé como forma de resistência
A diáspora africana deu origem a festas, folguedos, cultos, rituais, canções, danças e manifestações religiosas que são símbolos de resistência aos horrores suportados por escravizados e seus descendentes nas Américas. Quando coroaram um imperador etíope como príncipe da paz e a ele adoraram como a um deus, nasceu o movimento rastafári, difundido pelo reggae. Ao proibirem o uso dos tambores, entoaram seus cânticos de louvor e dor, no ritmo das palmas e na percussão com os pés e batidas das mãos pelo corpo, dando origem ao gospel. A congada é a coroação de um rei e de uma rainha congoleses. Esse festejo também costuma render homenagens a um santo preto, descendente de africanos escravizados, bendito por sua dedicação aos pobres. As religiões de matriz africana eram proibidas e reprimidas. Seus praticantes usavam os santos católicos para cultuar os orixás e evitar os castigos aplicados pelos senhores. No Brasil, esse sincretismo, que recebeu contribuições de outras religiões, resultou na criação da umbanda. O candomblé ainda utiliza o culto às divindades iorubás, através de imagens católicas, mas procura manter maior conexão com os fundamentos da religião africana. O ritual da saída de iaô é o começo de um novo ciclo, a iniciação no candomblé. É o nascimento para a vida espiritual e garante a formação, a preservação e a transmissão dos valores culturais.
A saudação do Tuiuti simboliza o respeito às nossas origens e aos ensinamentos dos orixás. Um canto de amor aos homens e mulheres pretas, que são exemplos de luta, sabedoria e resistência. Que o passado ilumine o futuro, que nossos caminhos se abram! KA RÍBA TÍ YE.
Carnavalesco: Paulo Barros
Isabel Azevedo
Cecília Couto Martins
Fátima Couto Martins
Simone Martins
Samba Enredo: Ka Ríba Tí ÿe – Que Nossos Caminhos se Abram. O Tuiuti Canta Histórias de Luta, Sabedoria e Resistência Negra
Compositores: Cláudio Russo, Moacyr Luz, Júlio Alves, Alessandro Falcão e W. Correia Filho
Letra:
Olodumarê mandou
Oxalá me conduzir pelo céu da liberdade
Me falou Orunmilá
Vai meu filho semear pelo mundo a humanidade
Nos caminhos de Exu
Me perdendo encontrei nua e crua essa verdade
Que a raiz do preconceito
Nasce do olhar estreito da cruel desigualdade
Sou Alabê gungunando o tambor
Trago cantos de dor, de guerra e de paz
Pra ver secar todo pranto nagô
E gritar por direitos iguais
Meu sangue negro que escorre no jornal
Inundou um oceano até a Pedra do Sal
Eh! Dandara!
A espada e a palavra eh!
Não vai ser escrava
Hei de ver noutras negras minas (bis)
Um baobá malê que nasceu do chão
Pra vencer a opressão com a força da melanina
Negro é cultura e saber
Ka ri ba ti yê caminhos de sol
Por onde Otelos, Stellas e Teresas de Benguela
Se fazem farol
Pra iluminar alafins
E morrer só de rir feito mil Benjamins
E cantar! Cantar! Cantar!…
A beleza retinta que veio de lá
E cantar! Cantar! Cantar!…
Pra saudar o meu orixá
Ogunhiê! Okê Arô!
Laroyê! Meu pai kaô (bis)
Tem sangue nobre de Mandela e de Zumbi
Nas veias do povo preto do meu Tuiuti
VÍDEO Making Of Oficial: @portalsambrasil @riocarnaval https://youtu.be/GkGlTe1SQwQ
FICHA TÉCNICA:
Parte superior do formulário
Fundação | 05/04/1952 |
Cores | Amarelo ouro e azul pavão |
Presidente | Renato Thor |
Quadra | Campo de São Cristóvão, 33 – São Cristóvão – Rio de Janeiro – RJ CEP 20921-440 |
Telefone Quadra | (21) 96643-2613 |
Barracão | Cidade do Samba (Barracão nº 03) – Rua Rivadávia Correa, nº 60 – Gamboa – CEP: 20.220-290 |
Site | www.paraisodotuiuti.com.br |
assessoriaparaisodotuiuti@gmail.com | |
Imprensa | Igor Ricardo Tel.: (21) 99517-7736 Everton Pereira Tel.: (21) 99874-9490 |
Enredo 2022 | “Ka ríba tí ÿe – Que nossos caminhos se abram” |
Carnavalesco | Paulo Barros |
Diretor de Carnaval | André Gonçalves |
Diretor de Harmonia | Luiz Carlos Amâncio e Fernando Honorato |
Intérpretes | Celsinho Mody e Carlos Júnior |
Mestre de Bateria | Marcão |
Rainha de Bateria | Thay Magalhães |
Mestre-Sala e Porta-Bandeira | Raphael Rodrigues e Dandara Ventapane |
Comissão de Frente | Claudia Mota |

06 B_ GRES Unidos de Vila Isabel
SINOPSE DO ENREDO: Canta, Canta, Minha Gente! A Vila é de Martinho
“Canta, canta, minha Gente, deixa a tristeza pra lá!”
Canta, Vila Isabel, Morro dos Macacos, Pau da Bandeira e todo o povão Branco e Azul, pois a Festa é da Raça!
Canta feliz da vida o outro Poeta que o Samba te deu, legado eterno do povo teu!
“Canta forte, canta alto, que a vida vai melhorar”, pois o samba foi feito de morro e a Festa é na Raça para a gente impor e celebrar a negritude!
Vamos abrir mais uma vez caminho à nossa ancestralidade, que pede passagem com a vida do Rei Negro das “kizombas, andanças e festanças”, coroado pela brasileira terra negra com força e fé das Áfricas e de Angola!
Morro é África, malandro é guerreiro de lança em punho e a criançada brincando pelas vielas e correndo pela savana.
“Ô dai-me licença ê!
Ô dai-me licença!
Uma licença de Zambi
para cantar umas zuelas no toque do Candomblé”.
É Mano Martinho, Vila!
Simbora?
***
Batuques invadem o Morro dos Macacos e passeiam pela Vila num convite animado à coroação. Por becos e vielas, seus camaradas descem escadas e ladeiras acompanhados pelo riso inocente das crianças admiradas que entoam melodias eternizadas por ele. Ele, cujo caminho até a coroação foi longo, nasceu na roça onde sentia o vento no rosto e a liberdade nos pés. Corria solto o moleque pelo chão batido, brincando sob a benção do carinho de Mãe Tereza e do amor devoto de Vó Procópia a proteger o garoto contra mau-olhado e assombração. Duas Barras marcada no coração do menino que veio à luz no Carnaval, um ano depois – quem diria? – da partida de Noel. Mal sabia o pequeno Zé que o Axé o preparava para encantar o povo. É a vida que começava a ser tecida pelos caminhos que Zambi quis.
Resistir! O rapaz vai acompanhado pelo tempo, que o conduz a outras praças. Carrega consigo a verdade do mundo estampada na pele. Com os Pretos Forros, na inteligência do dia a dia na Boca do Mato, Martinho fez samba no morro desde cedo, mesmo com a dor da dura vida que seus olhos testemunhavam. Percebeu que ser um só não bastaria para enfrentar a desigualdade. Cantarolava amores, amigos, a família e, múltiplo, virou Sargento Martinho, sem nunca vacilar na felicidade. Negro que segurou no peito as responsabilidades para gritar, partideiro, a revolta contra brancas maldades.
Batucando aqui e acolá, suas personalidades poéticas cresciam, encantando uma Menina-Moça, Vila Isabel, amor à primeira vista. O encantamento foi mútuo. Ela lhe deu inspiração e, a ela, o Poeta declamou paixão. O nome mudou, casamento em que o tempo não faz mais sentido, só há eternidade. Fez, da sua casa, Casa de Bamba, onde todos são bem-vindos. Avolumavam-se canções e partidos-altos, aquele amor transbordando alegria! Nas curvas salivadas dos musicados amores pela Vila e outras cabrochas, encantou-nos, o Devagar, com a língua dada a prazeres. Toques e beijos, palavras e mãos, seios e desejos – vibra com jeito, meu violão, para fazer tremer esse chão!
Sempre feliz, quis brincar Carnaval e desfiou seu Carnaval de Ilusões sob a benção de Noel. Martinho eterno menino, sorriso no alto, amor-paixão pela Coroa, o Branco e o Azul tingindo a gente em noites de fascínio e magia, dedicação foliã entre confetes e serpentinas. Sentiu a quentura da folia e decidiu que o mundo daquele jeito feliz era seu lugar. Então, foi tudo montado para que o povo, ao seu som, sempre quisesse sambar! O Martinho? Mora lá na Vila… É o tal do Martinho da Vila, nosso Rei Negro da Folia.
Afinal, fez química com batidas ancestrais. Deu liga. Gênio popular, misturou o sacolejo dos sons, sembas, sambas, partidos-altos, pagodes e canções. Roça, favela, comunidades, terreiros, Duas Barras, Vila e a gema do Rio de Janeiro. O cavaco era na rua, da rua. Resistência, o tom do sambista. Na escola das favelas, na sabedoria dos botequins e na boemia do Boulevard, na cachaça de beira de calçada e na cerveja com os compadres, vive a simplicidade de gente sábia e desce mais uma para embalar a cantoria.
Daí, reencontrou nas Áfricas sua história por completo. De Luanda, memórias, dom, talento, afeto. Ancestralidade é teu nome, Martinho, e a Vila te saúda! Suas andanças rumo ao Ventre Mãe reaparecem no sorriso aberto e Angola se faz presente. Voltando aos ancestrais, ecoam as vozes daqueles que possuem a força da cor. Nosso Poeta abre caminhos de lá pra cá e daqui pra lá. Intercambia, como elo, passado e futuro e Angola abraça o Embaixador Negro!
Aliás, Martinho sempre esmurrou o preconceito. Por aqui, certeiro, levantou-se também pela Democracia que seu Brasil há muito já não via. Mané com ele não se cria! Diretas pela liberdade e o menino da Vila com o dedo na ferida. Pé ante pé, há muito trocara o marchar pelo sambar e desafiou a censura de não poder criar e ser feliz do jeito que se é Martinho, da Vida! Cantou pela liberdade nos dois mundos unos separados pela covardia da escravidão. Martinho do Brasil e de Angola, Canto Livre! Kalunga e Kizomba, bem, chegou a hora!
Festa da Raça! Na Sapucaí, conquistas da luta negra pela liberdade, tantos Brasis Quilombos dos Palmares, tantos Palmares-Brasis a festejar: negras e negros que lutam pela dignidade. No Centenário da Abolição, bom lembrar que negra foi a canção, samba que ferveu e ferve no sangue das passistas, na alma das baianas, na Swingueira de Noel, nas negras e negros que mandaram e mandam na Avenida. Valeu, Zumbi! Tem grito forte nos Palmares e aqui! Martinho guerreiro quimbundo, Zumbi abençoando e Zambi dando força: Concerto Negro ontem, amanhã e agora.
E seguiu, “devagar, devagarinho”, o sambista e sambador, também malandro engenhoso inspirado quando com tinta na mão. Alma brasileira-angolana e a Lua de Luanda iluminando seus livros. Salve a amada família, a das favelas, das Áfricas, de Barras, de sangue e da Vila, tudo tema de prosas e poesias, Martinho lambendo com amor a cria! Veio de longe a vocação de prosador. Bateu papo com o Bruxo do Cosme Velho quando para ele fez samba nos idos da Boca do Mato. Saber da rua, da roça, dos barracos, olho no olho de qualquer dotô e nosso nêgo quebrando o racismo de cada dia no gingado sábio – “Crioulo não é doido!” e negro impõe respeito! Martinho sim, Doutor com conhecimento de causa, da vida e dos livros! Escreveu histórias, Zé das Cantorias! Martinho das Letras, a Academia o reverencia! O Rei derrama sabedoria nas páginas e, em verso e prosa, encanta e declama a vida.
Cabem, assim, mil Martinhos nessa história. Sem pressa, o Poeta Negro enredou suas memórias no chão sagrado da Vila, preparou o quintal pro pagode com os amigos, celebrou causos da fazenda, da favela, dos subúrbios e da folia, a mesa farta sempre em boa companhia – cantos de lavadeiras, corações de malandros, crenças e crendices, papos de cozinha. Cadenciado, brincou e brincará! Compadre Noel, aquele abraço só no sapatinho e na alegria!
E agora é a vez de vocês correrem soltos, meninas e meninos da Vila, pois lá vem a coroação do Mestre Rei Martinho. Aprendam com o Griô de Gbala: é sobre a gente negra, nosso sangue, nosso carnaval, nossa ancestralidade, que hoje ele com a gente fala. O morro desce “feliz da Vila”: a vida dele vamos coroar! E vamos renascer das cinzas, tudo acabando na quarta-feira só pra recomeçar, pois nossa negra felicidade jamais vai terminar. Uma “Boa Noite”, Vila Isabel! Nossa garra na terra de bambas é celeste, infinita, e o resto a gente aprende com Martinho Mestre, só no laiaraiá!
Ergue a cabeça então, Comunidade, e pisa forte na Avenida! Ginga, samba, semba!
Arranquem do peito o grito preso e cantem alto com orgulho a força e a fé da nossa negra-alma-samba, deixando qualquer tristeza pra lá!
É dia do Teu Martinho, Vila!
Incendeia a Sapucaí, vamos pra cima e sim, bora kizombar!
Enredo: Edson Pereira, Victor Marques, Clark Mangabeira
Sinopse e Texto: Victor Marques, Clark Mangabeira
SAMBA ENREDO:
Compositores: Evandro Bocão, André Diniz, Dudu Nobre, Professor Wladimir, Marcelo Valença, Leno Dias e Mauro Speranza
Letra
Ferreira, chega aí
Abre logo uma gelada, vem curtir
A Avenida engalanada
Nossa gente emocionada vai reluzir
Os sonhos de Iaiá
Suas glórias e cirandas resgatar
Não acaba quarta-feira a saideira
Nem o meu laiaraiá
Raízes da roça para os pretos forros
Tanto talento não guarda segredo
O dono do palco, o Zumbi lá do morro
Pela 28, chinelo de dedo
Se a paz em Angola lhe pede socorro
Filho de Teresa encara sem medo
Seguiu escola do Pai Arraia
Reforma agrária e na festa do arraiá
Em cada verso, mais uma obra-prima
Ousar, mudar e fazer sem rima
Seguiu escola do Pai Arraia
Reforma agrária e na festa do arraia (bis)
Em cada verso, mais uma obra-prima
Só você pra fazer sem rima
Profeta, poeta, mestre dos mestres
África em prece, o griô, a referência
O senhor da sapiência, escritor da consciência
E a cadência de andar, de viver e sambar
Tão bom cantarolar porque o mundo renasceu
Me abraçar com esse povo todo seu
Eu vou junto da família
Do Pinduca à alegria pra brindar
Modéstia à parte, o Martinho é da Vila
Partideiro, partideiro, ó
Nossa Vila Isabel brilha mais do que o Sol
Canta, negro rei, deixa a tristeza pra lá (bis)
Canta forte, minha Vila, a vida vai melhorar
(A vida vai melhorar)
VÍDEO Making Of Oficial: @portalsambrasil @riocarnaval https://youtu.be/fOO5Mv0q960
FICHA TÉCNICA:
Fundação | 04/04/1946 |
Cores | Azul e Branco |
Presidente de Honra | Martinho da Vila |
Presidente | Fernando Fernandes dos Santos |
Quadra | Av. 28 de Setembro, nº 382 – Vila Isabel – Rio de Janeiro – RJ CEP 20551-031 |
Telefone Quadra | (21) 2578-0077 |
Barracão | Cidade do Samba (Barracão nº 05) – Rua Rivadávia Correa, nº 60 – Gamboa. Cep: 20.220-290 |
Telefone Barracão | (21) 2263-3937 e (21) 2283-1744 |
Site | www.unidosdevilaisabel.com.br |
assessoria@unidosdevilaisabel.com.br | |
Imprensa | Natalia Louise e-mail: natalia.elloo@gmail.com (21) 98195-5798 |
Enredo 2022 | “Canta, canta, minha gente! A Vila é de Martinho” |
Carnavalesco | Edson Pereira |
Comissão de Carnaval | Moisés Carvalho, Marcelinho Emoção e Edson Pereira |
Intérprete | Tinga |
Mestre de Bateria | Macaco Branco |
Rainha de Bateria | Sabrina Sato |
Mestre-Sala e Porta-Bandeira | Marcinho Siqueira e Cristiane Caldas |
Comissão de Frente | Márcio Moura |

02 A_ GRES ESTÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA
SINOPSE DO SAMBA: Angenor, José & Laurindo
A poesia que habita a Mangueira foi inventada por um pedreiro de pele preta batizado ANGENOR. Por usar um chapéu maltrapilho, por ironia, os amigos apelidaram Angenor com o título que ainda o acompanha na eternidade: CARTOLA. O príncipe do princípio. O poeta que escolheu as cores da Mangueira. O que cantou as alegrias e as dores do morro. Aquele que ergueu – como quem bate laje, mistura o cimento ou empilha tijolos – duradouro e permanente estado de poesia.
Se a Mangueira chora, ela é uma canção do Cartola que lamenta o peito vazio, o amor que finda e a sentença que o mundo é tal qual um moinho. Se a Mangueira se enche de esperança, ela é um samba do Cartola a anunciar que um dia melhor está por vir. Um convite para correr e ver o céu e o sol de uma nova manhã. Alvorada colorida de beleza. Sem choro, tristeza e dissabor. A lembrança diária de que, ao findar a tempestade, o Sol Nascerá.
Quem lá habita descende desse amálgama de poesia enraizada feito uma roseira. Sim, há roseiras nas favelas. Há jardins e há rosas. Rosas que insistem em nascer. Rosas que brotam dos escombros. Jardim solitário onde, dizem os antigos, ainda está viva a rosa que Cartola cantou, sentenciando quase como queixa que, insistindo em não falar, exala apenas – e ainda hoje – o perfume de sua última enamorada.
Se a poesia de quem guardava e lavava carros ocupa o riso e o pranto de quem mora lá, a voz de outro preto – este, batizado JOSÉ – reside na localidade, habitando-a sem pedir licença. Afirmo, sem medo de errar, que essa voz que paira no ar habita tanto o silêncio das manhãs quanto o burburinho das travessuras dos moleques que brincam quando a tarde cai. Essa voz é a voz de José Bispo Clementino dos Santos. Para a Primeira Estação, o JAMELÃO.
Voz potente como convém aos reis. Reis pretos. Reis, com voz de trovão. Voz de criança que foi engraxate e gritou alto para vender jornais. Voz retinta. De bamba curtido no sereno das batucadas. Voz de pele azeviche. Voz que guarda o visgo saboroso de um jamelão colhido fresco.
Não há como remediar: todo mangueirense que nasce, cresce, sobe e desce aquele morro é acompanhado por essa voz. Essa voz é a voz da própria Mangueira. Ela é uma voz que paira no ar. No claro da manhã e no breu da noite. Uma voz à espreita. Voz quase reza. Voz que ralha e benze os seus.
Não à toa, quando a Mangueira chora, ela é a voz do Jamelão num samba “dor de cotovelo” com letra de Ary e Lupicínio. Triste, ela é o Jamelão em “Folha Morta”. Jamelão em “Ela disse-me assim”. Quando a Mangueira é faceira, ela é a voz do Jamelão em ritmo de gafieira. Solo de piston. Batuta de Severino Araújo. Jamelão, cabaré e Orquestra Tabajara. Quando se enfeita para descer o morro, ser mais bonita e reinar majestosa enquanto desfila, ela é a voz do Jamelão para um samba do Nelson Sargento, Pelado, Jurandir, Darcy e Hélio Turco.
Sinto saudade da POESIA e da VOZ que habita minha escola como todos os que agora estão distantes do convívio com ela. Fechando os olhos para imaginar revê-la, querendo-a pertinho de mim, ouço a voz do JAMELÃO e a poesia do CARTOLA romperem o silêncio que já se estende em demasia. Agora, gostaria de vê-la dançando diante de mim. Reis e rainhas que dançam. Corpos pretos que dançam. Gente que flutua ao dançar. Gente que parece exibir-se para testemunhar que são a descendência e a extensão de uma realeza.
Imaginando-a dançando e coroada, impossível não crer que todo corpo que habita a Mangueira não herda a dinastia de seu mais famoso bailarino. Bailarino preto. Príncipe da Ralé. Um Obá da favela bordado de paetês. O herdeiro da coroa de Marcelino. Mestre dos que querem ser mestre. O samba que risca o chão. Aquele que, já estando velho, dançava como o menino que atendia pelo nome de LAURINDO.
Impossível não crer que toda uma legião que defende a bandeira que ostenta o verde e o rosa da Primeira Estação não guarda a gana e a sede com a qual o mestre-sala DELEGADO defendeu o pavilhão que cortejou por décadas. Décadas de excelência e notas máximas. Difícil não crer que ele não esteja ao menos em uma gota de sangue de toda criança, menino ou menina, que nasceu ou nascerá naquele morro.
Engana-se quem pensa que os habitantes do Morro de Mangueira morrem sem ter o que deixar como herança, assim como estão enganados aqueles que pensam que, os que lá nascem, estão desprovidos de bens. Quando fizeram a partilha da herança deixada por ANGENOR, JOSÉ & LAURINDO, saibam todos que nenhum morador daquele morro ficou de fora. Eles herdaram um bem preciso e precioso. Lá, nascem ricos daquilo que o dinheiro não compra, e nós, quando privados da arte que brota a granel nos corpos da favela, ficamos mais pobres.
Leandro Vieira
Rio de Janeiro, dezembro de 2020.
DESENVOLVIMENTO, PESQUISA E TEXTO: LEANDRO VIEIRA.
SAMBA ENREDO: Angenor, José & Laurindo
Compositores: Moacyr Luz, Bruno Souza, Leandro Almeida e Pedro Terra
Letra:
Mangueira… Teu cenário é poesia
Liberdade e autonomia
Que o negro conquistou (ô, ô, ô)
Mangueira… A alvorada anuncia
O legado, a dinastia
A sabedoria se chama Angenor
Nesse solo sagrado o Samba ecoou
Tem cantor, mestre-sala e compositor
Lustrando sapato, vendendo jornal
Chapéu de pedreiro no mesmo quintal
Três iluminados Reis do Carnaval
As rosas não falam, mas são de Mangueira
Eu vi Seu Laurindo beijando a bandeira (bis)
José Clementino na flor da idade
O sol colorindo a minha saudade
É verde e rosa a inspiração
A devoção por toda nossa raiz
Quem traz a cor dessa nação
Sabe que o morro é um país
A voz do meu terreiro imortaliza o Samba
E quem guardou com amor o nosso pavilhão
Tem aos seus pés a nossa gratidão
Só sei que Mangueira
É um céu estrelado
Não é brincadeira
Sou apaixonado (bis)
A Estacão Primeira
Relembra o passado
Valei-me, Cartola, Jamelão e Delegado
VÍDEO Making Of Oficial: @portalsambrasil @riocarnaval https://youtu.be/CnFEAZvDTB0
FICHA TÉCNICA:
Fundação | 28/04/1928 |
Cores | Verde e Rosa |
Presidente de Honra | Hélio Turco |
Presidente | Elias João Riche Filho |
Quadra | Rua Visconde de Niterói, 1.072 – Mangueira, CEP 20943-001 |
Telefone Quadra | (21) 2567-4637 |
Barracão | Cidade do Samba (Barracão nº 13) – Rua Rivadávia Correa, nº 60 – Gamboa – CEP: 20.220-290 |
Telefone Barracão | (21) 2223-5889 |
Site | www.mangueira.com.br |
Imprensa | Rubem Machado e-mail: rubemachado@gmail.com Tel: (21) 99954-1476 |
Enredo 2022 | Angenor, José & Laurindo |
Carnavalesco | Leandro Vieira |
Direção de Carnaval | Comissão de Carnaval |
Intérprete | Marquinho Art’Samba |
Mestre de Bateria | Wesley |
Rainha de Bateria | Evelyn Bastos |
Mestre-Sala e Porta-Bandeira | Matheus Olivério e Squel Jorgea |
Comissão de Frente | Rodrigo Negri e Priscila Motta |
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