Por Marcelo Faria
Imagens: Agência Sambrasil
RIO CARNAVAL 2022
PROGRAMAÇÃO DOS ENSAIOS TÉCNICOS NO SAMBÓDROMO ESCOLAS DE SAMBA DO GRUPO ESPECIAL
Conheça o enredo, a ficha técnica e o samba enredo das agremiações que farão seus ensaios técnicos neste final de semana.
DATAS | DIAS | 20H30 | 21H40 | 22H50 |
13/março | Domingo | Imperatriz (C) | São Clemente (C) | Portela (B) |
20/março | Domingo | Paraíso do Tuiuti (B) | Vila Isabel (C) | Mangueira (B) |
27/março | Domingo | Unidos da Tijuca (C) | Beija-Flor (B) | Salgueiro (C) |
03/abril | Domingo | ———- | Mocidade (B) | Grande Rio (C) |
10/abril | Domingo | Testes som e luz | Lavagem da pista | Viradouro (C) |

01 A – IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE
SINOPSE DO ENREDO: “Meninos eu vi… onde canta o sabiá, onde cantam Dalva e Lamartine”
“La la la la lauê
Fala Martim Cererê!
Vem cá, Brasil,
Deixa eu ler a sua mão, menino,
Que grande destino reservaram pra você”.
A música tocava todos os dias na novela de Dias Gomes, uma adaptação de Romeu e Julieta passada num subúrbio do Rio. Não sei quem era Montechio ou Capuleto – mas a música nos levava ao subúrbio, a uma escola de samba.
Foi Fernando Pamplona que sugeriu a Dias Gomes, autor da novela, que tomasse a pequena e desconhecida escola de samba de Ramos como sede de sua locação. Ficou conhecida a escola, seu compositor Zé Catimba e o magnífico samba, cujos versos previam um futuro grandioso para um menino que ainda jovem entrou para o Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Seu nome era Arlindo Rodrigues.
Lá conheceu Fernando Pamplona no setor de Cenografia e Montagens. Aprendeu rapidamente e logo se tornou um colaborador nas invencionices do amigo Fernando. Foi assim que entrou em contato com a escola de samba Acadêmicos do Salgueiro. Para lá foi Fernando, para lá foi Arlindo. E juntos fizeram os desfiles tomarem outros rumos – “que grande destino reservaram pra você…” Adicionaram elementos de espetáculos teatrais – como colocar fantasia na bateria – uma inovação –, utilizar proporções grandiosas para os trajes, bordar em grandes espaços, dando visibilidade aos desenhos, e a utilizar de materiais inusitados como os espelhos, que foram substituir as luzinhas, tão em voga na época embora ineficientes. Os temas eram absolutamente inéditos, criando uma nova vertente para enredos cujas histórias não constavam dos livros escolares, como a de Zumbi dos Palmares, de Chica da Silva e de tantos outros, dando ênfase a assuntos ligados a negritude. Muitos desses enredos acabaram virando filmes, dado o sucesso que alcançaram.
Um dia, Arlindo resolveu mudar de ares e de escola de samba, e foi para a Mocidade Independente de Padre Miguel. Deu Arlindo na cabeça! O enredo Descobrimento do Brasil conseguiu desbancar as outras concorrentes, deixando até mesmo o Salgueiro de seu amigo Pamplona para trás.
Foi o primeiro campeonato da escola de Padre Miguel. Alguns temas tinham forte cunho nacionalista. Arlindo dirigira um espetáculo no Theatro Municipal com música de Villa Lobos intitulado Descobrimento do Brasil. Pois virou enredo em várias ocasiões sob ângulos diferentes.
A Canção do Exílio lhe serviu de referência para o desfile da Imperatriz em 1982, “Onde canta o Sabiá”, e foi um representante do romantismo em sua obra. Em cada carnaval, um novo Brasil nos era apresentado através de suas interpretações da cultura do nosso povo.
Depois de uma breve permanência em Padre Miguel, aceitou o convite para assumir o carnaval da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, a convite de seu presidente Luizinho Drumond. Escolha acertada, e o presidente, disposto a levar sua escola para ficar entre as melhores dos desfiles, deu carta branca ao carnavalesco. Novamente a estrela de Arlindo iria brilhar.
E Gonçalves Dias influenciou sua obra, impregnada de nacionalismo romântico com toques do modernismo de Villa-Lobos e de seu Descobrimento do Brasil, a negritude na louvação à Bahia e ao Carnaval de Lamartine. Por uma dessas incríveis coincidências, Arlindo conhecera pessoalmente Lamartine, que era júri de concurso de quadrilhas em Ramos, sendo Arlindo o criador do troféu desse mesmo concurso.
“Eu vou embora, vou, no trem da Alegria, ser feliz um dia…” Seria uma alusão à estrada de ferro que passava em Ramos ou ao trenzinho caipira do Villa-Lobos?
Inquietos, tanto o presidente Luisinho quanto Arlindo, depois de separados por um tempo, voltaram a se encontrar para celebrar a Estrela Dalva. Novamente o teatro se misturou ao carnaval, pois o espetáculo Dalva lotava todos os dias o Teatro João Caetano. Foi nesse ano que a estrela Arlindo se apagou, deixando lembranças de grandes criações tão brasileiras.
Vendo o programa do espetáculo Descobrimento do Brasil, notamos mais um de seus achados. Na lista de aderecistas, na ficha técnica, um deles se destaca: João Jorge Trinta, que viria a se tornar um grande carnavalesco.
Eles viveram tudo que contei, mas eu… meninos, eu vi.
Carnavalesca: Rosa Magalhães
Bibliografia:
Zé Katimba – antes de tudo um forte – Luiz Leitão ´Acervo universitário do Samba – vol 2 – 2016
100 Anos de Carnaval no Rio de Janeiro – Haroldo Costa – editora Irmãos Vitale 2001
O Maior Espetáculo da Terra – Luiz Carlos Prestes – editora Lacre – 2015
Wikipedia – Acadêmicos do Salgueiro
Enredo – Onde canta o sabiá – 1982- gres Imperatriz Leopoldinense
Enredo – Estrela d’Dalva – 1987- gres Imperatriz Leopoldinense
Catálogo da Exposição – Arlindo Rodrigues Carnavais de Arlequins e querubins -Dr Ricardo Lourenço – idealizador e curador.
SAMBA ENREDO: @PORTALSAMBRASIL – MINI DESFILE
FICHA TÉCNICA
Fundação | 06/03/1959 |
Cores | Verde, Branco e Ouro |
Presidente de Honra (In Memoriam) | Luiz Pacheco Drumond |
Presidente | Cátia Drumond |
Quadra | Rua Prof. Lacê, 235 – Ramos – Rio de Janeiro – RJ – CEP. 21060-120 |
Telefone Quadra | (21) 2560-8037 |
Barracão | Cidade do Samba (Barracão nº 14) – Rua Rivadávia Correa, nº 60 – Gamboa – CEP: 20.220-290 |
Telefone Barracão | (21) 2516-5620 |
Site | www.imperatrizleopoldinense.com.br |
contato@imperatrizleopoldinense.com.br | |
Imprensa | Lourenço Marques Tel.: (21) 97961-4932 |
Enredo 2022 | “Meninos eu vivi… Onde canta o sabiá, Onde cantam Dalva & Lamartine” |
Carnavalesca | Rosa Magalhães |
Diretor de Carnaval | Júnior Schall |
Intérpretes | Arthur Franco e Bruno Ribas |
Mestre de Bateria | Lolo |
Rainha de Bateria | Iza |
Mestre-Sala e Porta-Bandeira | Thiaguinho Mendonça e Rafaela Theodoro |
Comissão de Frente | Thiago Soares6 |
SAMBA ENREDO: “Meninos eu vivi… Onde canta o sabiá, Onde cantam Dalva & Lamartine”
Autor: Gabriel Melo
Intérpretes: Arthur Franco e Bruno Ribas
Eu ainda era menino
À luz de um nobre destino
O dom de tocar corações
E você era menina, suspirando poesias
Entre versos e estações
Quando a mão do grande professor
Nosso caminho em ouro enfeitou
Fui da ribalta à Avenida
Você tão linda foi cenário de amor (lá, lá, lá, lá, lá, lauê)
Fiz da orquestra da folia
O manequim das fantasias
Que João noutro tempo rasgou
Pega na saia rendada… pra ver o que eu vi!
Espelho da raça encarnada… Xica e Zumbi!
E descobrir novos Brasis na identidade
Canta, Salgueiro, ô, salve a Mocidade!
Lembro que o Imperador
Me levou pra ser rei em sua Assíria
Amanheceu e nós dois
Fomos uma só voz no altar da Bahia
Brilhei… neste palco iluminado
Dancei… Sabiá cantou meu apogeu
Numa derradeira serenata
Sonhei com Dalva e fui morar com Deus
Seu samba nascendo no morro
Ecoa do povo e ressoa no céu
Desperto em seus braços de novo
No mais belo traço da flor no papel
Se a saudade é certeza
Um dia a tristeza será cicatriz
Eterna seja! Amada Imperatriz!
Vem me encantar!
Volta pro seu lugar!
Seu manto é meu bem-querer
E lá do alto o Pai Maior mandou dizer
Quem viveu pra te amar, seguirá com você
@PORTALSAMBRASIL – MINI DESFILE
IMPERATRIZ TV – MINI DESFILE

04 A – SÃO CLEMENTE
SINOPSE DO ENREDO: “Minha vida é uma peça!”
I – O CÉU DE PAULO GUSTAVO
Esta Peça Enredo-carnavalesco
foi escrita por uma legião de fãs.
Do tamanho do Brasil.
Demorou 42 anos
pra chegar a este palco/passarela –
portanto, nada de chororô,
aproveitem este “rir é resistir”.
E ao terceiro sinal,
no caso uma sirene,
quando a cortina
(que é um portão) abre,
e os holofotes acendem
para o Prólogo da Peça,
tem confete, serpentina,
fantasia preta-amarela,
num delírio total:
Nossa Estrela chega no céu, em festa.
Anjinhos não tocam harpas
pois estão se mijando de rir.
Todos os Comediantes
que lá estavam,
vieram receber o novo
Astro Eternizado
no Paraíso da Comédia Nacional.
Muitos já conheciam
esta montagem-espetáculo-desfile,
mas fizeram questão de voltar mais uma vez,
porque o ator merece!
O céu de Paulo
é um paraíso do bem,
da fraternidade,
da bondade e da… Esculhambação.
Sim,
ele pega nos peitos de Derci,
imita Golias,
rodopia com Otelo
e aos aplausos de Costinha
PG exclama feliz:
“isso aqui parece
quando desfilei na São Clemente!”
II – HERMINIA AMARAL
E então ele, hiperativo mágico,
descobre que está de novo
na agremiação da Zona sul,
uma segunda vez, encantada,
em desfile atravessando a Sapucaí.
E os bobes de dona Herminia
retornam a sua cabeça,
ele amarra o lenço estampado,
e num piscar dos olhos fascinados e maquiados,
ela, a genitora que divertiu a família brasileira,
dá as mãos a Carlos Alberto,
e “desce na poeira da poesia”
para encontrar seus filhos na Cena Seguinte,
em cima de carro alegórico.
Marcelina e Juliano empurram Soraya
para segundo plano
e reapresentam à Sapucaí.
aquela que é
a maior Mãe de todos os tempos,
Novamente ovacionada pelas arquibancadas.
Foram 15 anos,
centenas de representações
no teatro e na televisão,
três filmes que bateram todos os recordes
no cinema nacional,
um cantinho em tudo que é coração verde-amarelo;
mas agora só interessa cantar e sambar
por Ela,
por Ele,
por nós,
sobreviventes do hiato inconcebível,
que em epifania se revela catarse,
para entroniza-lá
“Herminia Amaral, a dona da zorra toda!”
III – FLECHA DO CUPIDO
E como a arte imita a vida,
ele foi mais feliz ainda no próximo setor da procissão festiva :
Thales e as crianças vieram dizer
que só o amor constrói,
que família são laços de afeto
e que viva a liberdade da gente ser aquilo que cada um é.
O que já era bom ficou perfeito,
porque a simplicidade tem o poder
de amolecer até o mais duro dos corações.
A parada vai fluindo e inspirando
resistencia bem humorada;
ensinando que felicidade é que nem Bumbum:
cada um tem o seu.
Sem imposição,sem ódio,
sem vergonha.
E com solidariedade:
não existe modelo único de humanidade.
Pluralidade faz parte…
IV- BONDEDAZAMIGAS
Nesta cena da peça,
amigos da vida “fora da curva”invadem a pista para declarar
que nunca houve alguém como ele:
único, generoso, inesquecível,
poderoso, companheiro, e…. terrível.
Por isso este bonde da amizade
forma a quarta alegoria,
“o lado esquerdo do peito”,
já que amigo é coisa pra se guardar, celebrar,
e desfilar juntos,
num rolezinho pela Marquês colorida.
V – “D” DE DIVA DÉA, DULCE, DIVERSIDADE
Mas quem era
a Estrela da Estrela?
Ó musa
encantadora e desbocada,
vem pra Avenida ver o teu guri desfilar:
abram alas para o D de Diva inspiradora, Déa.
É ela quem desce o pano e fecha o portão encerrando esta
Comédia-homenagem à beleza do existir:
a maternidade da emoção –
Déa, a mãe da Mãe,
a que nos embala com seu canto de fascinação.
Oferecendo fundamental apoio do modelo feminino
que molda um libertário espírito para
semear a Caridade
(lembrem que “D” pode ser também de Dulce dos pobres”)
e aceitar a Diversidade.
Déa,
a íntima de todos nós por empatia.
Déa
mamãe genial do gênio aclamado,
que pariu a dupla perfeita pois a irmã devotada,
fiel escudeira Ju,
personifica “unha e carne”, “corda e caçamba”.
Déa,
a da voz que canta junto com esta multidão,
que a peça da vida dele é pra inspirar a rir e resistir,
com o Brasil seguindo em frente, em busca de um mundo melhor.
Epitáfio do Gurufim Carnavalizado
Valeu PG!
Nada será como antes,
mas nada também foi em vão.
Você marcou nossas vidas,
você vive em nós;
e em teu nome, maravilhoso,
desfila hoje
a Familia Clementina e
os sambistas da superação,
pois dias melhores virão!
Autores: O Povo Brasileiro fã de Paulo Gustavo e a Família Clementiana
Sambas Enredos: @PORTALSAMBRASIL – MINI DESFILES
- FICHA TÉCNICA
Fundação | 25/10/1961 |
Cores | Amarelo e Preto |
Presidente | Renato Almeida Gomes |
Quadra | Av. Presidente Vargas, 3.102 -Centro, Rio de Janeiro – RJ |
Centro Cultural | Centro Cultural da São Clemente – Rua Moncorvo Filho, 56 |
Barracão | Cidade do Samba (Barracão nº 09) – Rua Rivadávia Correa, nº 60 – Gamboa. Cep: 20.220-290 |
Telefone Barracão | (21) 2253-3776 |
Site | www.saoclemente.com.br |
alexaraujo75@hotmail.com | |
Imprensa | Rafael Arantes Tel: (21) 98002-1363 Alexandre Araujo Tel: (21) 98121-3687 |
Enredo 2022 | “Minha vida é uma peça!” |
Carnavalesco | Tiago Martins |
Diretor de Carnaval | Thiago Gomes |
Diretor de Harmonia | Marquinho São Clemente |
Intérpretes | Leozinho Nunes e Maninho |
Mestre de Bateria | Caliquinho |
Rainha de Bateria | Raphaela Gomes |
Mestre-Sala e Porta-Bandeira | Vínicius Pessanha e Jack Pessanha |
Comissão de Frente | Júnior Scapin |
Samba Enredo – https://youtu.be/kiHTHgO7rgc
SAMBA ENREDO: “Minha vida é uma peça!”
Autores: Cláudio Filé, James Bernardes, Arlindinho Cruz, Braguinha, Colaço, Marcus Lopes, Caio Tinguinha, Danilo Gustavinho, Kaike Vinícius e Igor Leal.
Intérpretes: Leozinho Nunes e Maninho
O céu me sorriu
A irreverência me chamou, eu vou
Imortal a nossa relação
A bênção lhe dou
Num gesto de amor
Pra você vestir preto e amarelo e sorrir
Atuar com Otelo e Derci
Pra plateia vibrar, gargalhar, delirar
Na próxima cena, no primeiro plano
Nem só Marcelina, nem só Juliano
Milhões de herdeiros
Anunciando a mãe de todo brasileiro
Dona Hermínia mandou avisar que pode
Brincar na Avenida e dizer no pé
Mulher com mulher, tudo bem
Homem com homem, também
O negócio é amar alguém
“Dethales”, o amor venceu
O sentimento mais fiel
Semente que gerou Romeu
Semente que gerou Gael
Exemplo de atitude
Pra uma nova geração
Corrente de amizade
Sempre em alta tensão
Vai que cola Esse meu despedaçado coração
Ah, coração
Sou eu a primeira plateia
Divina “idea”, dei luz ao seu brilho
A nossa vida é uma peça
Graças a você, meu filho
São clementes aqueles que amam
Que cuidam, que sentem
Mostrando a cara da nossa gente
Rir é resistir, seguir em frente
Paulo Gustavo pra sempre!
Sambas Enredos: @PORTALSAMBRASIL – MINI DESFILES

02 B – PORTELA
SINOPSE DO ENREDO: “IGI OSÈ BAOBÁ”
Pilar que une o céu e a terra!
Elo entre vivos e mortos.
Deus vivo e presente, és tu ó Baobá,
árvore sagrada testemunha do tempo.
O guerreiro de Oyó contempla Igi Osé.
Ele sente a energia. Evoca proteção com afeto e respeito.
O tronco é seu templo, e ali expressa sua religiosidade.
Saluba Nanã! Mãe de todos nós
Tuas águas abundantes repousam no tronco do Baobá, nutrindo a terra.
Por ti os galhos se vestem de ojás lilás.
Orixás e vegetal estão unidos na energia sagrada…
Salve o Rei Dono da Terra! Omulu, curai-nos de todos os males que assolam nosso Aiyê!
Árvore da vida, ó Baobá.
Tu emanas a energia primeva que no solo africano faz eclodir a natureza. É ela que sopra o vento da savana, e faz teus galhos balançarem.
A fauna passeia livremente ao seu redor, e tudo se doura sob a luz do Sol.
Teus frutos, folhas e sementes são alimentos e remédios para os seres vivos.
Tu és mãe que sacia nossa sede e fome.
Sob tua copa, oferece generosa e benfazeja sombra em meio à aridez das regiões onde impera.
Tuas raízes representam os ancestrais de nossas comunidades, aconselham-nos e ajudam-nos a seguir com coragem e decisão.
Em Ajudá, o Rei Guezo nos fez esquecer…
Voltas e voltas em torno de ti para apagar toda nossa devoção, nossas lembranças, torná-la “Árvore do Esquecimento”.
Portal do Não Retorno jamais conseguiu.
Fizemos de teu tronco, aparentemente tombado, a balsa que atravessou oceanos para nos levar rumo ao desconhecido. E assim tuas raízes uniram dois mundos. Tua força multiplicada ganhou novo significado em terras distantes.
Baobá, Árvore da Resistência!
Todos os solos pisados por pés africanos, sob a poeira da resiliência, fez com que a cultura negra semeasse pelas Américas, germinando um Novo Mundo e a representação de sua fé. E se algum desalento nos toca, ao olhar para teu esplendor, nos conectamos em seus firmes troncos com nossa herança, e nos revitalizamos com a energia de nossos antepassados.
Fincamos em tuas raízes profundas valores e crenças que nenhum preconceito é capaz de fazê-los tombar. E no solo rochoso da discriminação, elas encontraram fendas para ir mais além, penetrando mais profundamente no solo, até, finalmente, encontrar a esperança.
E assim o tempo passou. Ora calmo, ora agitado como o vento a balançar tuas folhas… E sob o Arco-íris de Oxumaré, tudo tornou-se menos sombrio.
Nos quilombos, favelas ou periferias, teus “rebentos” brotaram como galhos distintos que se estenderam por toda América, expressando a identidade preservada da terra de seus ancestrais, a África. No Brasil, os frutos nasceram em forma de Maracatu, Maculelê, Tambor de Crioula, Caxambu, Jongo, Funk e tantas outras manifestações afro-brasileiras, assim como o Samba.
Nas franjas da Região Central do Rio de Janeiro, espraiando-se por áreas alagadiças, floresceu a Pequena África. Da Pedra do Sal à mítica Praça Onze, nos morro e subúrbios, os herdeiros do “Berço do Mundo” comungaram sentimentos, compartilharam seu passado comum e criaram as escolas de samba.
Nossos fundadores são nossos antepassados. Os velhas guardas, os guardiões de nossas memórias. As baianas, a herança das antigas festas, profanas e sagradas. Ao som do batuque da bateria, o suor dos passistas verte nossa ancestralidade. E até hoje, sempre que os sambistas se unem de mãos dadas, sentem reverberar em suas almas a energia primordial unindo a África e o Brasil, como bons filhos da diáspora que todos somos. O samba respira como um velho Baobá.
Ope
Carnavalescos: Renato Lage e Márcia Lage
FICHA TÉCNICAParte superior do formulário
Parte inferior do formulário
G.R.E.S PORTELA
Fundação | 11/04/1923 |
Cores | Azul e Branco |
Presidente de Honra | Monarco |
Presidente | Luis Carlos Magalhães |
Quadra | Rua Clara Nunes, 81 – Madureira – Rio de Janeiro – RJ CEP 21351-110 |
Telefone Quadra | (21) 3217-1604 e (21) 3256-9411 |
Barracão | Cidade do Samba (Barracão nº 06) – Rua Rivadávia Correa, nº 60 – Gamboa – CEP: 20.220-290 |
Telefone Barracão | (21) 2233-2284 |
Site | www.gresportela.com.br |
imprensa@gresportela.com.br | |
Imprensa | Daniela Safadi Tel: (21) 99753-8728 |
Enredo 2022 | “Igi Osè Baobá” |
Carnavalescos | Renato Lage e Márcia Lage |
Direção de Carnaval | Claudinho Portela, Júnior Escafura e Higor Machado |
Intérprete | Gilsinho |
Mestre de Bateria | Nilo Sérgio |
Rainha de Bateria | Bianca Monteiro |
Mestre-Sala e Porta-Bandeira | Marlon Lamar e Lucinha Nobre |
Comissão de Frente | Leo Senna e Kelly Siqueira |
SAMBA ENREDO: https://youtu.be/9xod-QuGWw4
SAMBA ENREDO: “Igi Osè – Baobá”
Autores: Wanderley Monteiro, Vinicius Ferreira, Rafael Gigante, Bira, Edmar Jr, Paulo Borges & André do Posto 7.
Intérprete: Gilsinho
Prepara o terreiro, separa a mucua
Apaoká baixou no xirê
Em nosso celeiro a gente cultua
Do mesmo preceito e saber
Raiz imponente da “primeira semente”
Nós temos muito em comum
O elo sagrado de Ayê e Orun
Casa pra se respeitar: meu Baobá!
Obatalá, Colofé
(Tem) batucada no Arê
Pra minha gente de fé, Ayeraye
Nessa mironga tem mão de Ofá
Põe aluá no coité e dandá
Saluba, mamãe! Fiz do meu samba curimba
Mata a minha sede de axé
Faz do meu Igi Osè moringa
Quem tenta acorrentar um sentimento
“Esquece” que ser livre é fundamento
Matiz suburbano, herança de preto
Coragem no medo!
Meu povo é resistência
Feito um “nó na madeira” do cajado de Oxalá
Força africana vem nos orgulhar
Azul e “banto”, Aguerê e Alujá
Pra poeira levantar, de crioula é meu tambor
Iluayê na ginga do meu lugar
Portela é Baobá no congá do meu amor
Agradecemos pela sua visita, por ler essa matéria e principalmente pelo prestígio da vossa audiência!
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AH! VACINE-SE! A VACINAÇÃO LHE AJUDARÁ MINIMIZANDO OS CASOS GRAVES.