Aos 80 anos, Dona Onete dá um show de talento e um banho de vitalidade

Por Marcelo Faria

A cantora e compositora paraense Dona Onete, conhecida em seu Estado, como a diva do carimbó “chamegado” que mistura brega, bolero e samba. O Portal Sambrasil Turismo e Cultura reverencia esta grande dama da música brasileira e traz esta matéria especial para o grande público.

Professora de história, pesquisadora do folclore, secretária de cultura e autora infantil gravou seu álbum de estréia, Feitiço Caboclo, aos 73 anos. Uma pessoa com muitas histórias e que em sua trajetória constrói seu legado no Brasil, é embaixadora da cultura Amazonense, a música que ela canta é uma mistura única de ritmos de brasileiros nativos, escravos africanos e do Caribe – sintetizados nos carimbós alegres que são sua marca registrada.

– “Nunca pensei que seria cantora”, afirma – Dona Onete

Diz a lenda que o chão treme quando Dona Onete chega com seu “carimbó chamegado” . A cantora paraense atribui o efeito a seu primeiro grande sucesso, “Jamburana”, cujo título remete à erva típica da Amazônia com efeitos anestésicos: “Se você quiser saber/ o que a jamburana faz/ o tremor do jambu/ é gostoso demais/ e o jambu treme/ treme/ treme/ treme”.

Jamburana – Dona Onete

Dona Onete, que completou 80 anos no dia, 18 de junho e no palco emblemático do Circo Voador, lançou seu terceiro álbum, “Rebujo”.

Com 11 faixas, o novo trabalho traz uma boa variedade de ritmos típicos do Pará, em uma mistura de arranjos de diferentes épocas. Entre outras, vale destacar o samba “Musa da Babilônia”, o bolero “Ação e reação”, em uma inédita roupagem brega, e a cumbia cabocla “Vem chamegar”.

O início do samba dá a dica do que se trata: “Do Morro da Babilônia desceu uma preta linda, linda/ O dia tava nublado, mas o sol apareceu/ Sol pra brilhar na pele dela”.

— É sobre um dos lugares que eu mais gosto no Rio, a praia do Leme e o Morro da Babilônia, ali perto. Não tem a garota de Ipanema? Eu queria homenagear a garota do Leme, que é uma mulher negra e linda, ora, no Pará me chamam de poetiza, como o Vinícius de Moraes, o nosso poetinha, compôs para uma garota de Ipanema, então eu compus para uma musa da Babilônia — diz ela.

Com participação especial do rapper BNegão, o samba ganhou vídeo em que os dois viram animação nas paisagens do Rio de Janeiro, pelas mãos da artista Bárbara Coimbra.

— Dona Onete é uma pessoa que amo há muitos anos. Fiquei felizaço quando ela me chamou para cantar junto. Foi um aprendizado absurdo porque ela tem muito suingue e a malícia do samba. Vida longa, amada Dona Onete! — celebra o artista carioca.

Musa da Babilônia – Dona Onete

Aos oitenta anos e com uma vitalidade incrível, de causar uma “boa inveja” aos mais jovens, a rainha do carimbó chamegado, também navega por outros mares que formam a sua trajetória. Ela que toca e encanta no Brasil e pelo mundo afora, agora apresenta um novo espetáculo, desta vez, culinário. Se trata de um cooking show, uma experiência gastronômica onde ela cozinha, conta histórias e serve delícias do Pará em receitas únicas desenvolvidas por ela mesma. Tudo acompanhando de um divertido bate papo sobre as maravilhas da cultura e da culinária amazônica.

A cozinha maravilhosa de Dona Onete proporciona uma viagem afetiva e cultural pelo interior da Pará durante o preparo das comidas e, ao término, o jantar é servido a todos. No menu, “Peixada ao Molho Caboclo” de prato principal e “Pudim Parauara” para adoçar ainda mais a noite. E claro, não vai faltar àquela cachacinha de jambu maravilhosa pra deixar a boca dormente e dar refrescância. Essa experiência vem sendo apresentada mundo afora com grande sucesso, em países como no Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia.

Dona Onete está no filme “Amazônia Groove” – Teve seu lançamento no último dia 06/06.

Dona Onete participa do filme, que é um mergulho apaixonado na música regional da Amazônia, especialmente na música característica do Pará. Amazônia Groove faz um retrato das histórias dos músicos da região, responsáveis pela criação do Boi Bumbá e dos ritmos tradicionais, culminando na invasão tecnológica que possibilitou o desenvolvimento de gêneros musicais como o tecnobrega.

Dona Onete comanda sua banda e contagia com o som dançante e cheio de energia. “Eu tenho a impressão que eu sei dosar. Nem muito açúcar e nem muito sal, para não ficar enjoativo”, ela explica.

Discografia:

Feitiço Cabloco – 2014

Com sua alegre personalidade de palco e uma inebriante mistura de Ritmos amazônicos, afro-brasileiros e caribenhos, Dona Onete é uma das histórias de sucesso recentes mais divertidas da world music. Descrita por seu empresário como ‘Grace Jones presa no corpo de Cesaria Évora’, as músicas de Onete falam sobre as delícias de seduzir homens, ervas que fazem seu corpo ‘tremer’ e seus encontros com lendas da Amazônia.

Onete canta carimbó, um ritmo e dança indígena do Pará, o estado de Belém, influenciado pelas tradições africanas e européias, e que forma a base da mais famosa lambada e de outros ritmos caribenhos. Ela gravou Feitiço Caboclo aos 73 anos, o Brasil e mundo enfim, conheceram de fato, o talento e o vigor desta genial representante da música popular brasileira com seu carisma e sua pitada gastronômica atrevida e sexy  septuagenária.

Dona Onete (Feitiço Cabloco) – 08 Feitiço Cabloco

Ficha Técnica

Produzido por Marco André

Gravado por Ulisses Moreira e Assis Figueiredo no Estúdio APCE  Belém

Por Alexandre Moreira (guitarras) no Mola studio – Rio de janeiro

Mixado por Alexandre Moreira no Mola Studio  Rio de janeiro

Masterizado por Luiz Tornaghi no Batmastersom – Rio de Janeiro

Arranjo base – Marco André, exceto nas músicas poder da sedução e louco desejo (Marco André e Alexandre Moreira), Balanço Crioulo (Marco André e MG Calibre), Moreno Morenado (Marco André,  Pio Lobato, MG calibre) e Jamburana (Humberto Araújo)

Arranjos metais, regência, sax, tenor e Barítono – Huberto Araújo (Humberto Araújo toca saxofones Quasar)

Alto – Esdras de Souza

Trompete – Adnelson Azevedo

Bateria – Edvaldo Cavalcante

baixo – MG calibre

Baixo synth e programação nas musicas Poder da sedução e louco desejo – Alexandre Moreira

Acordeon – Chiquinho Chagas

Percussão – Trio Manari

Banjo – Marco André

Violão – Marco André, exceto nas músicas Carimbó Chamegado (Manoel Cordeiro), homenagem aos orixás (Marco André e Manoel Cordeiro)

Guitarra – Marco André nas músicas (Poder da Sedução, Balanço Crioulo,  Jamburana, Boi Guitarreiro, Lua Namoradeira, Louco Desejo, Homenagem aos Orixás), Manoel Cordeiro nas músicas (Boi Guitarreiro, Carimbó Chamegado, Rio de Lágrimas, Feitiço Caboclo, Homenagem aos Orixás) e Pio Lobato (Moreno Morenado).

Participações especiais nas guitarras solos de Mestre Vieira, Pio Lobato, Manoel Cordeiro e Marco André na música Boi Guitarreiro e no coro de Gaby Amarantos, Lia Sophia, Luê Soares e keila Gentil em Homenagem aos Orixás, Jamburana e Lua Namoradeira.

Dona Onete (Feitiço Cabloco) – 07 Carimbó Chamegado

Banzeiro – 2017

Dona Onete – a grande dama da música amazônica” – retorna com mais contos do rio Amazonas sobre o Banzeiro.

Cantando sobre as delícias de propostas indecentes ou elogiando um ex-amante por suas “maneiras loucas de fazer amor”, Banzeiro é definido pelas reflexões honestas de Onete sobre a vida, amor e sexo, bem como seu prazer no cotidiano. Prazeres da vida na Amazônia, seja tempero picante, beijos salgados ou água com cheiro de peixe.

Ficha Técnica

Direção Artística: Dona Onete, Rodrigo Viellas e Geraldinho Magalhães

Produção Executiva: Rodrigo Viellas e Viviane Chaves

Assistente de Produção: Marcel Arede e Joelle Mesquita

Projeto Gráfico: Roberta Carvalho

Assistentes fotografia: Lucas Silva e Thiago Pelaes

Produção fotográfica: Karol Amaral

Fotografia: Laís Teixeira

Abre letras: Luís Junior

Tipografia Abreletras: Fernanda Martins

Maquiagem: Fernando Alves

Acessórios: Naisha Cardoso

Gravado no Apce Studio (Belém-PA) por Assis Figueredo

Piano, teclados e cordas gravados no Estúdio Zarabatana (Belém – PA) por Ziza Padilha

Mixado no Apce Studio (Belém-PA) por Assis Figueredo e Pio Lobato

Masterizado no Red Traxx Mastering (Miami-USA) por Felipe Tichauer

Arranjos Originais: Pio Lobato, JP Cavalcante, Breno Oliveira e Vovô

Arranjos adicionais (piano e cordas) : Ziza Padilha e Pio Lobato

Dona Onete: Letras e voz

Banda:

Pio Lobato: Guitarras, banjos, violão e voz

Breno Oliveira: Baixo e voz

Vovô: Bateria e voz

JP Cavalcante: Percussão e voz

Harley Souza: Sax Alto,Tenor e Barítono

Rebujo – 2019

Onete é uma compositora totalmente viva para o seu mundo e aos 80 anos, a Rainha do Amazonas, Dona Onete grava o seu terceiro álbum Rebujo que transborda de carimbós e bangues de alta energia bem como cumbia, brega e samba.

Rebujo é uma gíria local para as correntes no rio Amazonas que transportam lodo e nutrientes do leito do rio para a água, alimentando seus habitantes e dando ao rio a cor lamacenta – no entanto, como dá, ele também leva, e a rebujo pode facilmente dominar até mesmo o nadador mais experiente.

Seguindo o sucesso crítico de seu álbum de 2017, Banzeiro, Onete é agora uma das mais requisitadas do Brasil, com uma agenda lotada em todo o Brasil e um crescente perfil global que a levou a se apresentar em alguns dos mais respeitados festivais internacionais de música como Roskilde. , Womad, TFF Rudolstadt, Rainforest World Music, FMM Sines e Chicago World Music.

Dona Onete – Tambor do Norte

Ficha técnica

Projeto idealizado e produzido por AmpliDiversão

Direção Artística: Dona Onete e Geraldinho Magalhães

Produção Executiva: Marcel Arêde, Viviane Chaves e Geraldinho Magalhães

Produção Musical: Pio Lobato, JP Cavalcante, Geraldinho Magalhães, Vovô Batera e Assis

Figueiredo

Produção: Joelle Mesquita

Assistente de Produção: Elder Effe

Gravado e Mixado no Apce Estúdio [Belém-PA] por Assis Figueiredo

Voz BNegão Gravada no Estúdio Instituto [Rio de Janeiro-RJ] por Tejo Damasceno

Masterizado no The Cavery [Londres-UK] por Frank Merrit

Arranjos: Pio Lobato, Vovô Batera, Breno Oliveira, Marcos Sarrazin e JP Cavalcante

Dona Onete: Voz

Pio Lobato: Guitarra e Banjo

Vovô Batera: Bateria

Breno Oliveira: Baixo

Marcos Sarrazin: Saxofone, Flauta, Teclado e Violão

JP Cavalcante: Barrica, Curimbó, Maraca, Milheiro, Caxixi, Rufo, Reco Reco, Reco-Casaca,

Chocalho-Tambor, Chocalho-Sfihat, Chocalho-Ovo, Xequerê, Ganzá, Pandeiro, Tamborim,

Cowbell, Dunun, Congas, Clave, Bongô, Block e Cadeira de Madeira.

Coro: Breno Oliveira, JP Cavalcante, Marcos Sarrazin e Vovô Batera

BNegão: Voz em “Musa da Babilônia”

Daniel Serrão: Saxofone em “Festa do Tubarão”

Dany Teixeira, Emanuelle Souza, Josivana Rodrigues, Nanda Vong, Thalia Sarmanho e

Viviane Chaves: Coro feminino em “Mistura Pai D’Égua”

Geraldinho Magalhães: Coro em “Mexe Mexe”, “Festa do Tubarão” e “Balanço do Açaí”

Joelle Mesquita e Viviane Chaves: Coro em “Festa do Tubarão”

Projeto Gráfico: Phillippe Leon

Fotografia Capa: Walda Marques

Acessórios : Barbara Müller

Fotografias Encarte: Adriano Fagundes

Editora: AmpliDiversão (Brasil) | Mais Um Disco (Worldwide)

Patrocínio: Natura Musical, Governo do Estado do Pará, Fundação Cultural do Pará e Lei Semear

Dona Onete – Festa do Tubarão (Official Music Video)

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