Exposição Sobrevoo tem estreia marcada para o dia 04 de maio, no Centro Cultural dos Correios

Por Redação

A partir do dia 4 de maio será possível conhecer um pouco mais do trabalho do artista multimídia Marcos Amaro no Centro Cultural dos Correios, no Rio de Janeiro. O paulistano apresenta “Desmonte, acúmulo e colagem”, com cerca de 20 obras de médias e grandes dimensões na exposição individual Sobrevoo, composta de esculturas e assemblages (colagens com objetos e materiais tridimensionais), a partir de aviões desconstruídos e transformados em esculturas. A curadoria é de Ricardo Resende. A entrada é gratuita e a exposição segue em cartaz até 24 de junho.

 

Amaro é “um inventor que tem gosto de reinventar as coisas”, nas palavras do curador. O artista tem realizado exibições de suas esculturas e obras em diversos suportes ao longo dos últimos anos em grandes feiras nacionais e internacionais. Partes de aviões são a principal matéria-prima das criações apresentadas, quase todas recentes e nunca antes exibidas. Além dos pedaços de aeronaves, rígidos, tecidos surgem nos seus interstícios, trazendo um contraponto de suavidade e explicitando substratos de memória que ecoam no trabalho do artista: apaixonado por aviação, Amaro (que já pilotou e tem brevê) é filho de um aviador e de uma estilista. Mas a memória e acúmulo de materiais, muitas vezes retirados de outros objetos, deslocados e ressignificados, caso de pneus, turbinas e asas, são uma espécie de paixão pela aviação às avessas, como explica o curador.

 

Nada ali é feito para voar novamente, destaca Ricardo Resende, e os pedaços de avião e outros materiais descartados, usados e envelhecidos, como feltro, madeira, ferro, plástico, pneu, cano, corda, skate, lâmpada fluorescente, água, colchão, aparelho de televisão, intercalados com amarrações e soldas, se transformam “em um amontoado de coisas organizadas, sem deixar de evidenciar o equilíbrio precário das peças, esculturas e instalações em seu estado bruto”, diz no texto da exposição.

 

Para Resende, as obras, de médias e grandes dimensões – chegam a ter mais de quatro metros de largura e cinco metros de altura, em alguns casos – resultam de “partes combinadas que constroem formas inusitadas, as quais, de tão reais, ainda exalam cheiros, mesmo que eles já não existam mais nos restos do avião. Sente-se no ar o odor do querosene, do óleo queimado das turbinas, da poeira acumulada nos feltros e lonas que faz uso para criar suas ‘pinturas’ e esculturas matéricas”.

 

Resende destaca a presença da paixão e morte presentes no trabalho com as carcaças de aviões. “Mas o que faz, estranhamente, é dar sobrevida com afeto a estas máquinas agora inúteis, que foram voadoras algum dia”, pontua.

 

O artista participou de diversas feiras nos últimos anos, entre as principais do país e do mundo. SP-Arte, Context NY, além de ter exibido na Scope Basel, na Suíça, feira paralela à Art Basel, Zurich Art Fair são apenas algumas delas.  Neste mês, o artista expõe obras de pequenas dimensões na Galeria Luis Maluf e desenhos no Clube Atlético Paulistano, em São Paulo.

Sobre Marcos Amaro

Marcos Amaro (1984) é empresário, estudioso, colecionador, artista plástico e reside em Bruxelas. Estudou filosofia – base intelectual fundamental no processo de pesquisa que antecede a produção artística. Desenvolve suas obras, predominantemente, com objetos aeronáuticos de grande e média proporção. A matéria em estado bruto, a descontextualização, o precário e a desconstrução são as características do seu pensamento poético. Colecionador, em 2012 cria a Fundação Marcos Amaro – FMA, com o intuito de dar acesso à sua coleção particular e à produção contemporânea de arte. Com esse mesmo objetivo, o artista está à frente do Museu da Escultura Contemporânea Latino-Americana (MESCLA) – projeto que se desenvolve a fim de tornar-se um espaço físico poético e sustentável na cidade de Itu e no campo adjacente ao centro urbano, composto por Salto e Sorocaba.

 

Sobre Ricardo Resende

Mestre em História da Arte pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP), trabalhou de 1988 a 2002 entre o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) e o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP). Foi curador do Projeto Leonilson. Foi diretor do Museu de Arte Contemporânea do Centro Cultural Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza e diretor do Centro de Artes Visuais da Fundação Nacional das Artes (Funarte). Na sequência, do Centro Cultural São Paulo (CCSP). Em 2011 organizou três grandes mostras: a retrospectiva do artista Leonilson – sob o Peso dos Meus Amores, no Itaú Cultural, em São Paulo; a retrospectiva do artista cearense Sérvulo Esmeraldo, na Pinacoteca do Estado de São Paulo e a Mostra Arte Pará Ano 30, em Belém do Pará. Em 2013 organizou a I FotoBienalMASP. Em 2014, foi curador do Museu Bispo do Rosário, no Rio de Janeiro. Em 2017, assumiu a curadoria da Fundação Marcos Amaro.

 

Serviço

Sobrevoo – individual de Marcos Amaro

Abertura: 04 de maio, às 19h

Período da exposição: de 05 de maio a 24 de junho

Local: Centro Cultural Correios (Rua Visconde de Itaboraí, nº 20, Centro)

Horário: de terça a domingo, das 12h às 19h

Informações:  (021) 2253-1580

Entrada franca

Mauro Diniz realizará um show muito especial no Bar do Zeca Pagodinho, no Norte Shopping.

Nesta grandiosa noite, Mauro Diniz comemora seus 72 anos junto ao público e, para tornar a ...

Learn more

Related posts