Teatro Rival Refit “Abrindo Portas” apresenta: Centenário de Dona Ivone Lara – Transmissão ao vivo

Por redação
Para comemorar o centenário de Dona Ivone Lara, Xande de Pilares, Dudu Nobre, Dandara Mariana, Bruno Castro e André Lara estarão juntos no palco do Teatro Rival Refit, no dia 13 de abril, a partir das 19h, com participações especiais dos dançarinos Juliana Costa e Adalberto Shock.
No repertório, sucessos da compositora e também canções nunca gravadas, que acabam de ganhar registro em EP, que será lançado no show. O EP acompanha a chegada às plataformas digitais do “Baú da Dona Ivone”, lançado em 2012. O espetáculo – com duas horas de duração – será transmitido pelo canal do teatro no YouTube, com retransmissão pelo canal da rádio FM O DIA e apoio de mídia do Portal Sambrasil.
Serviço: Centenário de Dona Ivone Lara
Dia – 13 de abril, terça-feira, às 19h
Teatro Rival Refit – https://www.youtube.com/channel/UCJhwBwkonCUAsd4MYNrbwQQ
Colaboração
Doação amiga a partir – R$15 (QUINZE REAIS); pelo link da sympla
Dona Ivone inédita para celebrar seu centenário
Canções nunca gravadas da compositora ganham registro em EP a ser lançado no dia 13 de
abril, quando ela faria 100 anos. O álbum — que tem as vozes de Gilberto Gil, Maria Rita,
Xande de Pilares, Dudu Nobre, Pretinho da Serrinha, Fundo de Quintal e Dandara Mariana —
acompanha a chegada às plataformas digitais do “Baú da Dona Ivone”, lançado em 2012.
Leonardo Lichote
“Dona Ivone Lara, a coisa mais linda do Brasil, amor das nossas vidas”. Assim Caetano Veloso
saudava a cantora e compositora, ao participar do “Baú da Dona Ivone”, disco que, em 2012,
reuniu canções inéditas da rainha na voz de grandes nomes da música brasileira. Nove anos
se passaram, e Dona Ivone, que nos deixou em 2018, segue cada vez mais linda — a despeito
do Brasil que, desde então, vem insistindo em mostrar seu lado mais feio e triste. A beleza
crescente das melodias da imperiana, registradas no “Baú da Dona Ivone”, está ao alcance de
todos nas plataformas digitais, pela primeira vez, como parte das celebrações do centenário da
artista — as 12 faixas, raridades que até pouco tempo existiam apenas em CDs físicos,
distribuídos em escolas da Prefeitura do Rio, foram disponibilizadas agora pela Radar Records
em três EPs, lançados entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021.
A notícia já é motivo de alegria enorme para quem ama o Brasil radiante que Dona Ivone
representa, mas a celebração vai ainda mais fundo no baú. Bruno Castro, seu parceiro e
idealizador do “Baú da Dona Ivone”, garimpou mais canções da compositora. Elas ganham a
luz neste dia 13 de abril, quando a artista completaria 100 anos. Quatro delas são
completamente inéditas: “Dois corações abrindo a manhã”, na interpretação de Maria Rita; “O
espaço pra sonhar”, com Fundo de Quintal; “15 anos após o centenário”, no dueto de Dudu
Nobre e Pretinho da Serrinha; e “Já é hora”, na voz de Xande de Pilares. “Nas escritas da
vida”, lançada em 2010, volta agora em registro inédito, com Dona Ivone dividindo os vocais
com Gilberto Gil. Completando a homenagem, Dandara Mariana canta “Silêncio da
passarada”, feita por Bruno Castro e Ciraninho, em tributo à autora de “Sonho meu”.
O time dos sonhos inclui também grandes arranjadores. Rildo Hora assina o arranjo de “O
espaço pra sonhar” e, Jota Moraes, o de “Dois corações abrindo a manhã”. Leandro Braga fica
responsável por “Já é hora”, “Silêncio da passarada” e “15 anos após o centenário”. “Nas
escritas da vida” tem a caneta de Maurício Verde, que havia trabalhado em todas as faixas do
“Baú da Dona Ivone”, em 2012.
A história de cada uma dessas canções registradas no novo EP revela um tanto da alma de
Dona Ivone. “Dois corações abrindo a manhã” nasceu de um dos famosos contracantos (os
“laralaiás”) que a cantora improvisava com extrema naturalidade.
— Estávamos num show em Curitiba, no Sesc da Esquina, em 2005, e Dona Ivone estava
especialmente inspirada aquele dia, interagindo demais com a plateia — lembra Bruno Castro.
— Em “Tendência”, ela deixou o canto com o público e veio fazendo um desenho de improviso
bem peculiar, ela estava na ponta dos cascos. Como tinha esse show gravado em CD, separei
esse improviso e mostrei a melodia pro Rildo Hora. Ele perguntou se podia fazer uma segunda
parte e me mandou pra fazer a letra.
Bruno se inspirou numa cena que viveu com a mulher — um café da manhã no qual o casal,
que comemorava 20 anos de casado, ganhou um bolo com dois corações desenhados. Viu ali
o mote para a letra romântica da parceria tripla (Dona Ivone, Rildo e Bruno), que agora ganha a
voz de Maria Rita.
“O espaço pra sonhar” (Dona Ivone e Bruno Castro) nasceu numa fase, nos últimos anos de
vida, em que Dona Ivone ficava muito em casa, criando melodias, sentada em seu quintal em
Oswaldo Cruz. Numa dessas melodias, Bruno construiu a letra de exaltação ao samba:
— É uma letra bem política, no sentido de afirmação do samba — explica o letrista, antes de
cantar versos que exemplificam o que diz. — “Bem mais que ofício, me faz ser brasileiro/
Verdadeiro, a cantar os meus Brasis”. Também digo: “Se vejo em curso um preconceito/ Eu
canto samba/ Pra cantar nosso direito/ Eu canto samba/ E se partir pro desrespeito/ Eu faço
samba”. Tínhamos que chamar o Fundo de Quintal para essa.
“Já é hora”, que Xande de Pilares canta, tem uma origem inusitada. Amante de doces (que
nem sempre podia comer por questões de saúde), Dona Ivone improvisou um samba em louvor
ao pudim de Dona Fátima, sogra de Bruno. Seu parceiro registrou a melodia e, tempos depois,
conta que acordou com a segunda parte da música inteira na cabeça:
— Na hora peguei o instrumento e gravei. Depois, Dona Ivone veio a falecer, e o (compositor e
cavaquinista portelense, Serginho) Procópio, que é um aficionado por ela, perguntou se eu
tinha alguma melodia de Dona Ivone. Mostrei essa. Ele levou e no dia seguinte trouxe a letra
pronta. Ele mesmo mostrou pro Xande, que adorou e quis gravar.
A outra inédita dessa leva, “15 anos após o centenário”, foi feita por Bruno e Zé Luiz do
Império, a partir de melodia de Dona Ivone — e seus relatos sobre Vó Tereza, personagem
fundamental pro jongo, para Serrinha e para toda a comunidade de Madureira. Mãe dos
lendários Mestre Fuleiro e Tio Hélio, e tia de Dona Ivone, ela é celebrada num samba em forma
de crônica, narrando uma fictícia festa dos 115 anos da matriarca.
— Fizemos na linha daquelas coisas de Nei Lopes, o grande cronista do samba — diz Bruno.
Em “Nas escritas da vida”, Gilberto Gil colocou seu canto ao lado da voz gravada por Dona
Ivone, em 2010. Um dos gigantes da música brasileira, o baiano canta com reverência frente à
imponência natural da cantora.
“Silêncio da passarada”, que imagina os pássaros do quintal de Dona Ivone se dando conta de
sua ausência depois de sua morte, é relida por Dandara Mariana — em 2022, a canção
ganhará o formato de livro infantil. A atriz e cantora foi uma das escaladas para representar
Dona Ivone no musical “Um sorriso negro”, em 2018.
O projeto “Baú da Dona Ivone”, aliás, tem forte caráter educativo. Em 2012, ele nasceu com o
apoio da Prefeitura do Rio (na gestão do então prefeito Eduardo Paes), e foi distribuído para as
escolas e bibliotecas do município, junto com um suplemento pedagógico. Bruno procura
revitalizar esse material, preparado pelo professor Douglas Fagundes, e agora seguindo com a
curadoria da professora Helena Soares.
— A História do Brasil está nas canções de Dona Ivone. “Não é miragem”, dela com Délcio
Carvalho, é um hino da redemocratização. “A luta imperiana” nasceu de uma nota de jornal
sobre os mandos e desmandos dos traficantes na comunidade da Serrinha — conta Bruno. —
Estamos gravando vídeos com esse material, no intuito de democratizá-lo.
As sessões de gravação deste novo EP foram registradas em vídeo também, com depoimentos
dos artistas. A ideia é que eles possam ser aproveitados num documentário futuro.
As novidades em torno do “Baú da Dona Ivone” abrem as celebrações do centenário da artista,
que prometem ser longas. Até porque há uma controvérsia sobre a data de seu nascimento.
Dona Ivone tem documentos que afirmam que ela nasceu em 1921 e outros que atestam que
foi em 1922. A própria família da compositora, que apoia as iniciativas do “Baú da Dona Ivone”,
não tem uma definição sobre a data. Ou seja, anuncia-se um cenário de homenagens que se
estenderá ao longo de 2022. Uma imprecisão histórica que atua a nosso favor. Afinal, dois
anos é pouco para a grandeza de Dona Ivone — e o Brasil anda precisado.
Agradecemos pela sua visita, por ler essa matéria e principalmente pelo prestígio da vossa audiência!
Compartilhe com seus amigos e pessoas que conheça para que conheçam o nosso conteúdo e que também continuem nos prestigiando e se possível, nos seguindo em nossas redes sociais através do:
Instagram: https://www.instagram.com/portalsambrasil/
YouTube: https://www.youtube.com/c/PortalSambrasil
Facebook: https://www.facebook.com/PortalSambrasil
Twitter: https://twitter.com/PortalSambrasil
Spotify: https://open.spotify.com/user/x8yhy7k5ox83rzi81pxo3nikp
SoundClound: https://soundcloud.com/sambrasilpodcasts
https://soundcloud.com/sambrasilpodcasts1
Torcemos para que tudo esteja bem com você e com toda a sua família. Cuide-se!
PARA EVITAR O CONTÁGIO PELO CORONAVÍRUS, TRÊS REGRAS BÁSICAS QUE SALVAM E PRESERVAM VIDAS DEVEM SER SEGUIDAS E ADOTADAS: USO DE MÁSCARA, HIGIENIZAÇÃO E A NÃO AGLOMERAÇÃO / DISTANCIAMENTO SOCIAL.