Programação do Clube Manouche nos dias 11 e 14 de fevereiro

Por Redação
Estamos a fevereiro e com ele o carnaval e o samba, claro! Pois eis a programação de 11 a 17 de fevereiro, que irrompe lépida e fagueira detrás da cortina de veludo vermelho do Clube Manouche, trazendo dois eventos de samba: “Quesito Samba Enredo” com os músicos e jornalistas Bernardo Araujo e Luiz Felipe de Lima e Rita Benneditto trás seu novo show “Samba de Benneditto.
Depois, as cortinas vermelhas se fecham e só reabrem em março.
11/02 – Terça, 20h30 – Projeto “Quesito Samba Enredo”- os músicos e jornalistas Bernardo Araujo e Luiz Felipe de Lima conversam sobre o tema, de sua história à contemporaneidade
Quesito Samba-Enredo RED – Bernardo Araújo e Luiz Felipe de Lima – foto Carol Spok”Os sambas-enredo não são mais o que eram”, lamenta Luis Filipe de Lima, músico, jornalista, jurado do Estandarte de Ouro e um dos violões de sete cordas mais requisitados da música brasileira. “Originalmente, a ala dos compositores era a espinha dorsal das escolas, tudo se originava dela e dos sambas. Hoje, a parte visual tomou conta, e os sambas têm que se adequar aos desfiles, e não o contrário”.
“A forma como as escolas pensam seus sambas de fato mudou, mas isso não afetou os sambas-enredo, que passam por um grande momento”, retruca o jornalista Bernardo Araujo, especialista no universo das escolas de samba e autor do livro “Prazer da Serrinha – Histórias do Império Serrano” (Editora Verso Brasil), sobre sua escola do coração. “Ultimamente tivemos hinos como o ‘Malandro Batuqueiro’ do Salgueiro, ‘História para Ninar Gente Grande’, da Mangueira, vários da Portela e muitos outros”.
De tanto debater este objeto de sua paixão (entre muitos outros), os dois amigos resolveram chamar o povo para um papo e levam ao Clube Manouche, no próximo dia 11 de fevereiro, terça, o projeto “Quesito Samba-Enredo”, em que falam da origem do hino (no início, por exemplo, as canções não tinham a menor relação com o espetáculo visual apresentado), debatem um pouco de sua história e chegam ao debate da contemporaneidade, sempre com muito humor.
Em tempos de pré-carnaval – que nas agendas de Filipe e Bernardo é qualquer momento depois do Desfile das Campeãs – nada como um papo de samba.
Serviço
Evento: Projeto “Quesito Samba Enredo” com os músicos e jornalistas Bernardo Araujo e Luiz Felipe de Lima
Local: Clube Manouche/Casa Camolese (Rua Jardim Botânico, 983, Jardim Botânico, Tel: 3514-8200)
Data e horário: 11 de fevereiro, terça, 20h30
Ingressos: R$ 50,00 (inteira), R$ 30,00 (ingresso solidário: com 1 kg de alimento não perecível) e R$ 25,00 (meia) https://manouche.byinti.com
Lotação: 100 lugares (formação com mesas e cadeiras)
Classificação: 18 anos. Menores a partir de 14 entram acompanhado dos pais.
Estacionamento no local (tarifado)
14/02 – Sexta, 21h – Rita Benneditto com seu novo show “Samba de Benneditto”
Rita Benneditto RED – Foto Thais GallartRita Benneditto sempre teve, ao longo de 25 anos de carreira, o samba presente na sua vida e voz. E há muito que a cantora queria dedicar um projeto ao gênero, e, aos pouquinhos, foi maturando o seu “Samba de Benneditto”, este novo show que trás ao Clube Manouche no dia 14 de fevereiro, após apresentações em São Paulo.
“Samba de Benneditto” mostra o olhar personalíssimo da artista para o gênero. E nesse balaio misturam-se 26 sambas, entre clássicos, autorais e inéditos, alguns confiados a ela por autores consagrados ou da mesma geração da intérprete. Marca também o lançamento do seu novo single, “Benneditto Seja”, composição própria com produção de Luís Filipe de Lima.
Discriminado durante décadas, o samba ficou inicialmente segregado aos terreiros e, tempos depois, às patuscadas de fundo de quintal. No caso do Maranhão, os terreiros são os do Tambor da Mata, cuja maior representatividade está na região do Codó, com as manifestações conhecidas como Terecô. Esse lado da sua ancestralidade está presente no show. Rita ganhou de Nei Lopes “Terecô”, samba em parceria com Everson Pessoa, no qual Lopes, grande conhecedor da história do gênero, faz na letra referências à Encanteria maranhense.
Rita também passeia por outros estados do Nordeste. De Pernambuco, mais exatamente da Ilha do Massangano, ela saúda o tradicional Samba de Véio. Da Bahia, reverencia dois representantes importantes do coco e do samba de roda: Bule-Bule (nome artístico de Antonio Ribeiro da Conceição) e Roque Ferreira. O primeiro faz-se presente com “Que Moça é Aquela?” e o segundo com “A filha do Macumbeiro” (Roque Ferreira e Dunga).
Rita tem um olho naquilo que fundamenta e outro na modernidade – e seu bem-sucedido projeto “Tecnomacumba” é um exemplo vivo disso. E nesse “Samba de Benneditto” referências e atualidade dão-se as mãos em roda (de samba). Ao mesmo tempo em que resgata pérolas como “Dois de Fevereiro”, de Dorival Caymmi (1914-2008), abre alas à produção de gerações mais recentes, caso de Zeca Pagodinho, de cujo repertório revisita “Minha Fé” (Murilão da Boca do Mato) e “Só Você e Eu” (Jorge Aragão), incluindo compositores da mesma geração da cantora, como João Martins, de quem canta “Lendas da Mata”. E permite-se também (re) encontrar faixas da própria discografia, caso de “Caramba, Galileu da Galileia” (Jorge Ben Jor), gravada por ela no seu terceiro CD, “Comigo” (2001), e “O Que é Dela é Meu” (Arlindo Cruz, Rogê, Marcelinho Moreira), gravado em “Encanto” (2014).
Ainda na seara das reverências/referências, Rita joga luz sobre o legado de duas mulheres, artistas que conseguiram se impor num meio que, durante anos, foi majoritariamente masculino: Jovelina Pérola Negra (1944-1998) e Dona Ivone Lara (1922-2018). Do repertório da primeira, pescou duas pérolas, “Água de Cachoeira” e “Sorriso Aberto”, e de Dona Ivone, escolheu “Axé de Ianga (Pai Maior)”. E já que o assunto é a força autoral feminina, Rita nos brinda com três de suas composições: além de “Benneditto Seja”, o roteiro traz a também inédita “Rainha do Candomblé” e “7Marias”, single lançado em 2018.
Estarão no palco com Rita, Fred Ferreira, guitarra, violão, baixo e vocais, Leandro Pereira, cavaco, violão 7 cordas e vocais, Beto Lemos, rabeca, viola caipira e vocais, Ronaldo Silva, percussão e vocais, Junior Crispin, percussão e vocais, Pedrinho Ferreira, percussão e vocais, e Fayomi da Encarnação, também na percussão e vocais.
Serviço
Show: Rita Benneditto com o novo show “Samba de Benneditto”
Local: Clube Manouche/Casa Camolese (Rua Jardim Botânico, 983, Jardim Botânico, Tel: 3514-8200)
Data e horário: 14 de fevereiro, sexta, 21h
Ingressos: R$ 120,00 (inteira), R$ 60,00 (ingresso solidário: com 1 kg de alimento não perecível) e R$ 60,00 (meia) https://manouche.byinti.com
Classificação: 18 anos. Menores a partir de 14 entram acompanhado dos pais.
Estacionamento no local (tarifado)