Portela segunda escola a desfilar neste sábado
Por Redação e Marcelo Faria
Equipe Sambrasil: Julia Fernandes, Gilvan Lopes, Roberta Campos, David Junior, Sirlene Oliveira, Rafael Rios, Ricardo Netto, Mariana Barcellos, Jorge Bezerra, Viviane Pinheiro, Gil Bezerra, Marcelo Faria e Jack Costa
Imagens: Proibida a reprodução das imagens e vídeos sem autorização expressa do autor. Lei 9610 de Direito Autoral. Copyright: @agenciasambrasil @portalsambrasil @sambrasilturismoecultura. Visite o álbum, curta e marque seus conhecidos.
O GRES Portela, a Azul e Branco de Oswaldo Cruz e Madureira, bairros do subúrbio carioca, apresenta o enredo “IGI OSÈ BAOBÁ”, desenvolvido pelos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage, que resgata toda a ancestralidade do povo Africano e Brasileiro, desde a Baobá, a Árvore da Vida até o nossos dias.
VEJA A GALERIA DE IMAGENS QUE A EQUIPE SAMBRASIL DE REPÓRTERES FOTOGRÁFICOS PRODUZIRAM.
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SINOPSE DO ENREDO: “IGI OSÈ BAOBÁ”
Pilar que une o céu e a terra!
Elo entre vivos e mortos.
Deus vivo e presente, és tu ó Baobá,
árvore sagrada testemunha do tempo.
O guerreiro de Oyó contempla Igi Osé.
Ele sente a energia. Evoca proteção com afeto e respeito.
O tronco é seu templo, e ali expressa sua religiosidade.
Saluba Nanã! Mãe de todos nós
Tuas águas abundantes repousam no tronco do Baobá, nutrindo a terra.
Por ti os galhos se vestem de ojás lilás.
Orixás e vegetal estão unidos na energia sagrada…
Salve o Rei Dono da Terra! Omulu, curai-nos de todos os males que assolam nosso Aiyê!
Árvore da vida, ó Baobá.
Tu emanas a energia primeira que no solo africano faz eclodir a natureza. É ela que sopra o vento da savana, e faz teus galhos balançarem.
A fauna passeia livremente ao seu redor, e tudo se doura sob a luz do Sol.
Teus frutos, folhas e sementes são alimentos e remédios para os seres vivos.
Tu és mãe que sacia nossa sede e fome.
Sob tua copa, oferece generosa e benfazeja sombra em meio à aridez das regiões onde impera.
Tuas raízes representam os ancestrais de nossas comunidades, aconselham-nos e ajudam-nos a seguir com coragem e decisão.
Em Ajudá, o Rei Guezo nos fez esquecer…
Voltas e voltas em torno de ti para apagar toda nossa devoção, nossas lembranças, torná-la “Árvore do Esquecimento”.
Portal do Não Retorno jamais conseguiu.
Fizemos de teu tronco, aparentemente tombado, a balsa que atravessou oceanos para nos levar rumo ao desconhecido. E assim tuas raízes uniram dois mundos. Tua força multiplicada ganhou novo significado em terras distantes.
Baobá, Árvore da Resistência!
Todos os solos pisados por pés africanos, sob a poeira da resiliência, fez com que a cultura negra semeasse pelas Américas, germinando um Novo Mundo e a representação de sua fé. E se algum desalento nos toca, ao olhar para teu esplendor, nos conectamos em seus firmes troncos com nossa herança, e nos revitalizamos com a energia de nossos antepassados.
Fincamos em tuas raízes profundas valores e crenças que nenhum preconceito é capaz de fazê-los tombar. E no solo rochoso da discriminação, elas encontraram fendas para ir mais além, penetrando mais profundamente no solo, até, finalmente, encontrar a esperança.
E assim o tempo passou. Ora calmo, ora agitado como o vento a balançar tuas folhas… E sob o Arco-íris de Oxumaré, tudo tornou-se menos sombrio.
Nos quilombos, favelas ou periferias, teus “rebentos” brotaram como galhos distintos que se estenderam por toda América, expressando a identidade preservada da terra de seus ancestrais, a África. No Brasil, os frutos nasceram em forma de Maracatu, Maculelê, Tambor de Crioula, Caxambu, Jongo, Funk e tantas outras manifestações afro-brasileiras, assim como o Samba.
Nas franjas da Região Central do Rio de Janeiro, espraiando-se por áreas alagadiças, floresceu a Pequena África. Da Pedra do Sal à mítica Praça Onze, nos morro e subúrbios, os herdeiros do “Berço do Mundo” comungaram sentimentos, compartilharam seu passado comum e criaram as escolas de samba.
Nossos fundadores são nossos antepassados. Os velhas guardas, os guardiões de nossas memórias. As baianas, a herança das antigas festas, profanas e sagradas. Ao som do batuque da bateria, o suor dos passistas verte nossa ancestralidade. E até hoje, sempre que os sambistas se unem de mãos dadas, sentem reverberar em suas almas a energia primordial unindo a África e o Brasil, como bons filhos da diáspora que todos somos. O samba respira como um velho Baobá.
Ope
Carnavalescos: Renato Lage e Márcia Lage