Paraíso de Tuiuti é a segunda escola nesta terça feira 04

Por Gilvan Lopes
Fotos Arlene Melo
Conteúdo Júlia Fernandes
BackEnd Jaqueline Costa
A Paraíso do Tuiuti apresentou no Carnaval de 2025 o enredo “Quem Tem Medo de Xica Manicongo?”, destacando a história de Francisco Manicongo, um africano escravizado no século XVI que desafiou as normas de gênero ao se vestir e viver como mulher, sendo considerado a primeira travesti do Brasil.
Desenvolvimento do Enredo:
O enredo abordou a trajetória de Xica Manicongo, desde sua origem na África, passando pela escravidão no Brasil, até sua resistência às imposições de gênero da época. A narrativa enfatizou a luta contra a opressão e a busca por identidade e liberdade, conectando a história de Xica às atuais questões de diversidade e direitos LGBTQIA+.
Organização das Alegorias e Alas:
O desfile foi estruturado para refletir a vida e o legado de Xica Manicongo:
-
Comissão de Frente:
- Formada exclusivamente por pessoas trans, intitulada “Transpassado e Transfuturo”, representou Xica Manicongo e a conexão entre o passado e o futuro das identidades trans.
-
Abre-Alas:
- Destacou a jornada de Xica desde a África até o Brasil, simbolizando a travessia e a resistência diante da opressão.
-
Demais Alegorias:
- Carro 2: Retratou a vida cotidiana de Xica no Brasil colonial, evidenciando sua coragem ao desafiar as normas de gênero.
- Carro 3: Abordou a perseguição religiosa e social enfrentada por Xica, simbolizando os desafios impostos pela Inquisição.
- Carro 4: Representou a resiliência e a luta contínua das pessoas LGBTQIA+ ao longo dos séculos.
- Carro 5: Celebrou a diversidade e a conquista de direitos, homenageando Xica como um ícone de resistência e liberdade.
-
Alas:
- Compostas por 28 alas, cada uma representou aspectos da vida de Xica, da cultura africana e das lutas contemporâneas por igualdade e respeito às identidades de gênero.
Destaques do Desfile:
-
A escola enfrentou atrasos durante o desfile, precisando acelerar o ritmo no final para cumprir o tempo regulamentar.
-
O gigantismo das alegorias chamou atenção, reforçando a grandiosidade da narrativa proposta.
Com este enredo, a Paraíso do Tuiuti proporcionou uma reflexão profunda sobre identidade, resistência e a importância de reconhecer e valorizar a diversidade em nossa sociedade.