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Os Originais do Samba

Por Redação

Um Samba de grande valor sempre ultrapassa os limites do tempo e alcança outras gerações; e, se tratando de sambas valiosos, os Originais do Samba possuem um inestimável tesouro

A princípio, eles se chamavam Os Sete Modernos do Samba – nome sugestivo para um grupo cuja música é atemporal e a atemporalidade é uma característica fundamental para canções que devem se tornar memoráveis. Afinal, quem nunca dançou um bom samba-rock ao som de “Falador Passa Mal”? Quem nunca riu com o trocadilho [proposital ou não] no refrão da música “A Dona do Primeiro Andar”? Quem nunca cantou numa roda de samba “Esperanças Perdidas”? Eis aí o que faz desse grupo uma das principais referências do nosso samba e é forçoso que nos lembremos o quanto eles contribuíram para o enriquecimento da nossa música popular.

Formado originalmente por Mussum [reco-reco]; Rubão [surdo]; Bigode [pandeiro]; Bidi [cuíca]; Chiquinho [ganzá] e Lelei [tamborim], o grupo começou a se apresentar no início da década de 60 em espetáculos no Copacabana Palace como “O Teu Cabelo Não Nega” e, depois de excursionar pelo México, fixou-se em São Paulo. Entre os diversos festivais que participou, acompanhou Elis Regina na Primeira Bienal do Samba com a canção vencedora “Lapinha” de Baden Powel. A cada novo álbum que o conjunto gravava sempre havia um samba que faria muito sucesso – o que lhe rendeu, no início da década de 70, três discos de ouro!

 

Muito além do canto em uníssono, da roupa padronizada e do bom humor, “Los Siete Diablos de La Batucada”, como brincou uma vez Mussum, tinham entre si outra especial sintonia: um carisma, uma camaradagem que os fez cair rapidamente no gosto do público – talvez pela identificação, porque eles eram muito mais do que meramente músicos: eles representavam, de certo modo, a simplicidade e a alegria do povo. De fato, nesse quesito Os Originais do Samba faziam jus ao seu nome e isso se refletia em suas apresentações. Eles também conquistaram a simpatia de artistas ilustres, tais como Chico Buarque, Martinho da Vila, Jair Rodrigues, Toquinho e Vinícius de Moraes gravando ao lado de cada um deles e tiveram o grande privilégio de ser o primeiro conjunto de samba a tocar no Olympia de Paris.

 

No final dos anos 70, após recusar algumas propostas para ingressar na carreira televisiva, Mussum foi convencido por Manfried Santana [Dedé Santana] a juntar-se aos Trapalhões. A partir de então, o grupo sofreu algumas alterações; no entanto, seguiu seu caminho pelo qual passaram outros grandes nomes como Almir Guineto e Branca di Neve. Atualmente o conjunto está na ativa se apresentado pelo Brasil; também inspira e influencia outros grupos que propagam a magnífica cultura do samba-rock, como deve ser. O fato é que um bom samba é de lei: ele não nasce para ser tão-somente apreciado, mas perpetuado! Que outras gerações venham e conheçam os sambas de grande valor que foram divinamente compostos para elevar nossas almas ao sublime: Viva Os Originais do Samba! Viva o samba-rock!

Colaboração: Por Thiago Amorim – Historiador e Poeta

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