Musical Dona Ivone Lara – Um Sorriso Negro promove reflexão e um turbilhão de emoções
Por Marcelo Faria
Um espetáculo teatral que vale muito ser assistido, não só pela MACRO importância de Dona Ivone Lara, mas também pelo capricho e dedicação de toda equipe que produz o musical Dona Ivone Lara – Um Sorriso Negro, que está em cartaz no lendário Teatro Carlos Gomes.
O musical conta as atrizes Dandara Mariana Heloísa Jorge e Fernanda Jacob, revezando-se e interpretando Dona Ivone Lara em três fazes de sua vida, quando criança/adolescente, quando adulta/meia-idade e quando já idosa, respectivamente. A sambista que morreu em abril deste ano tem uma trajetória de luta, seja na vida pessoal, seja na música. Durante anos, ela se dedicou à família (casada com Sr. Oscar e mãe de dois filhos), carreira de enfermeira e de assistente social sem nunca abandonar o SAMBA e marcou seu nome na HISTÓRIA. Essa biografia extensa, encerrada aos 96 anos, é retratada no espetáculo Dona Ivone Lara o musical — Um sorriso negro, idealizado por Jô Santana, com direção de Elisio Lopes e direção musical de Rildo Hora.
O Portal Sambrasil foi prestigiar o espetáculo a convite da produção e trás ao grande público e a sua gigantesca audiência o programa Sambrasil Entrevista, onde vários sambistas e pessoas que lutam pelo samba são entrevistados pelo jornalista Marcelo Faria. O quadro é um grande sucesso no canal do Portal Sambrasil no Youtube, INSCREVA-SE AQUI veja milhares de vídeos com apresentação de grandes sambistas e entrevistas especiais.
Veja a seguir e entrevista com JÔ Santana – Idealizador e Diretor Geral do espetáculo.
A narrativa parte da Ivone menina ao cavaquinho e nas aulas de canto orfeônico. Avança à sambista que não assinava suas canções, por ser mulher, e, mais tarde, a seu reconhecimento como fundamento da nossa música. Abrindo caminhos e enfrentando os preconceitos e o racismo, tudo no “miudinho. Para ajudar a contar a história, amigos importantes de Dona Ivone transformam-se em personagens. Rildo Horta, produtor e maestro que trabalhou com ela (e faz a direção musical da peça), é interpretado por seu neto André Lara. Nise da Silveira surge em duas fases, com Fernanda Cascardo e Olivia Torres. Gal Costa e Maria Bethânia, que popularizam seu sucesso ‘Sonho Meu’, aparecem interpretadas respectivamente pelas mesmas Dandara Mariana e Heloisa Jorge do papel-título.
O musical conta ainda com 24 atores e 8 músicos no palco. André Lara, neto e parceiro de Dona Ivone, também está no elenco, como Rildo Hora (produtor de Dona Ivone e diretor musical da peça). O público tem inúmeros momentos de reflexão e um turbilhão de emoções, como o do casamento de Ivone e Oscar, a morte de Silas de Oliveira (compositor parceiro e grande incentivador de Dona Ivone Lara), o encontro com seu parceiro Délcio Carvalho, o acidente de um de seus filhos, e de cantoria – Sonho Meu, Minha Verdade, Candeeiro de Vovó e Sorriso Negro são garantias de uma noite extremamente prazerosa como era no morro da Serrinha ao som de muito samba.
Conheça o projeto TRILOGIA
‘Um Sorriso Negro’ faz parte de uma “trilogia do samba” idealizada por Jô, que inclui os musicais ‘Cartola – O Mundo É Um Moinho’ (já exibido) e ‘Alcione – Eu Sou a Marrom’ (previsto para 2019). Ator e produtor paulistano, Jô tinha decidido contar “a história do povo brasileiro” através das peças. Ao pesquisar sobre Cartola, chegou a alugar uma casa na Mangueira para ficar no local onde o sambista viveu.
“Lembro que marquei uma reunião com a neta dele, Nilcemar Nogueira, para falar que queria contar a história da família dela”, conta Jô, que sempre tinha ouvido ‘Sonho Meu’, de Dona Ivone, por causa da gravação que uniu Gal Costa e Maria Bethânia. “Na época do musical do Cartola fui encontrar o maestro Rildo Hora, fui à casa dele. Ele me mostrou uma cadeira e falou: ‘Dona Ivone sentou aí!’. Cheguei a me emocionar. E resolvi fazer um musical sobre ela”, completa Jô, que ao pegar firme no trabalho, encarou a tarefa de escolher entre 4000 candidatos para o musical.
“Sobraram 600! A peça foi ensaiada em dois meses e meio, com dez doze horas de ensaio por dia”, recorda, fazendo questão de falar que a tão criticada e incompreendida Lei Rouanet ajudou a tornar a peça acessível. “Os preços estão populares e temos ingressos de doação para ONGs e estudantes de teatro. Assim todo mundo pode conhecer essa história”.
Serviço:
DONA IVONE LARA – UM SORRISO NEGRO. Teatro Carlos Gomes. Praça Tiradentes s/nº, Centro (2215- 556). Estreia hoje. Sex e sáb, às 19h. Domingo, às 17h. R$ 40 (balcão) e R$ 80 (plateia) (estudantes e maiores de 65 anos pagam meia-entrada). Até o dia 25 de novembro. Duração: 2h20.
Sinopse:
“1945. No dia em que Ivone Lara deixa o colégio interno e vai morar na casa de seu tio Dionísio Bento da Silva, que tocava violão de sete cordas e fazia parte de grupo de chorões que reunia Pixinguinha e Donga, entre outros. O dia em que ela põe o pé na vida, sobe o morro, adulta, cheia de sonhos aprisionados como um “Tiê-sangue” engaiolado.Com o tio, aprendeu a tocar cavaquinho. Seu primo, Mestre Fuleiro, também foi um dos fundadores da Império Serrano em 1947, ano em que Dona Ivone Lara mudouse para Madureira e começou a frequentar a Escola de Samba Prazer da Serrinha, mesma época em que começou a compor sambas para esta escola.Casou-se, aos 25 anos, com Oscar Costa, filho de Alfredo Costa, presidente da Escola de Samba Prazer da Serrinha. Nesta época, passou a freqüentar a Escola, onde aprimorou seus dotes de sambista e conheceu os amigos Aniceto, Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira, que mais tarde seriam seus parceiros em algumas composições. Com a fundação do Império Serrano, em 1947, passou a desfilar pela verde e branco de Madureira.
VEJA A GALERIA DE IMAGENS PRODUZIDAS PELO JORNALISTA MARCELO FARIA – AG. SAMBRASIL
Ficha Técnica – “Musical Dona Ivone Lara – Um sorriso Negro”
Idealização e direção geral: Jô Santana
Dramaturgia e Direção Artística: Elísio Lopes Jr.
Diretor Assistente/Residente: Ricardo Gamba
Direção Coreográfica: Zebrinha
Assistente de coreografia: Arismar Santos
Pesquisa: Nilcemar Nogueira e Desirée Reis
Direção Musical: Rildo Hora
Codireção musical: Jarbas Bitencourt
Maestro Regente e Preparação Vocal: Guilherme Terra
Copista: Fernando Merlino
Banda: Marcio Guimarães, Rodrigo Sanches, Bruno Vieira, Lucas Brito, Omar cavalheiro, Denis Lisboa e André Souza
Cenografia: Paula De Paoli
Cenotécina: Wagner José de Almeida
Figurino: Carol Lobato
Visagismo: Beto Carramanhos
Programação Visual: Adriana Campos
Assessoria de Imprensa: Kassu Comunicação
Administrador de Mídias Sociais: Urgh
Marketing Cultural: Gheu Thibério
Fotografia artística: Priscila Prade
Video-maker: Bruno Lemos
Designers de Som: Áudio S.A.
Bruno Pinho
Paulo Altafim
Iluminação: Valmyr Ferreira
Diretor Técnico: Ricardo Santana
Direção de Produção: Carmem Oliveira
Assessoria Jurídica: Mario Mafra
Direção Financeira e Gestão de Leis de Incentivo: Dani Correia
Realização: Fato Produções Artísticas e Correia Cultural – Produtoras