Morre Djalma Sabiá, baluarte e um dos fundadores do GRES Acadêmicos do Salgueiro
Por redação
Presidente de honra da escola de samba e último fundador que ainda estava vivo.
Sr. Djalma Sabiá foi intérprete, compositor e diretor de carnaval
É com grande pesar que o Portal Sambrasil noticia a morte do sambista Djalma Sabiá, aos 95 anos, ele faleceu nesta segunda-feira (9). Ele era o último fundador vivo e presidente de honra da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, no Rio de Janeiro.
Djalma de Oliveira Costa, que ficou conhecido como Djalma Sabiá, foi intérprete, compositor e diretor de carnaval. Além do amor pela escola da Zona Norte, ele ficou conhecido por sua paixão pelo futebol. O apelido “Sabiá” surgiu nos tempos em que jogava futebol nas peladas do morro do Salgueiro. Foi casado com a passista Estandília, porta-bandeira do Salgueiro nas décadas de 1960 e 70. A paixão pelo samba veio da família. Filho da porta-bandeira Alzira de Oliveira, aos 12 anos desfilou pela primeira vez na Escola Azul e Branco, uma das três que mais tarde, em 1953, daria origem ao Salgueiro.
Sr. Djalma Sabiá disse certa vez quando entrevistado por nossa equipe sobre compor; que o conteúdo da composição é que faz emocionar e empolgar o público, e que preferia escrever a cantar.
Com isso, Sabiá foi autor de sambas como “Navio negreiro”, em 1957; e “Chico Rei”, em 1964. Ele também foi campeão dos sambas-enredo de 1956, 1958, 1959 e 1976.
No ano de 1957 ganhou com o samba-enredo “Navio Negreiro” o 4º lugar do Grupo I no desfile de carnaval daquele ano para a Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro. Dois anos depois, em 1959, o Salgueiro classificou-se em segundo lugar do Grupo 1 com o samba-enredo “Viagens pitorescas ao Brasil ou Exaltação a Debret”, em parceria com Duduca do Salgueiro. No ano de 1964 a escola Acadêmicos do Salgueiro obteve o 2º lugar no Grupo I com o samba-enredo “Chico Rei”, de sua autoria em parceria com Geraldo Babão e Jarbas Soares de Carvalho, mas conhecido como Binha, irmão de Geraldo Babão.
No ano de 1976 voltou a ganhar a disputa de samba-enredo no Salgueiro, desta vez com a composição “Valongo”, com a qual a escola classificou-se em 5º lugar do Grupo I no desfile daquele ano. Em 2002 Martinho da Vila incluiu “Chico Rei” no disco “Voz e coração”, com a participação especial do percussionista Naná Vasconcelos.
No ano de 2013 foi lançado, pela Verso Brasil Editora, o livro “Explode, coração”, do jornalista Leonardo Bruno, sobre a trajetória do Acadêmicos do Salgueiro, no qual o compositor colaborou retirando dúvidas e cedendo seu material de pesquisa acumulado a partir do início da década de 1950. Neste mesmo ano de 2013 a escola anunciou a construção de um centro cultural com o nome do compositor.