Mocidade Independente de Padre faz seu ensaio técnico nesta sexta feira 21

Por Gilvan Lopes Conteúdo Júlia Fernandes BackEnd Jaqueline Costa
Sinopse:
“… Os astrônomos dizem que as estrelas estão muito longe da Terra e que ao
observá-las no céu, à noite, estamos olhando para o passado. Isso ocorre
porque a luz de uma estrela que chega até nós foi emitida há muito tempo
atrás…”
“Olhei pro céu
Vi a estrela que me fez sonhar,
Olhei pra ela e então pedi que iluminasse as viradas da minha vida.
Por tantas águas eu atravessei, em corda bamba eu andei, de corpo e alma na
Avenida.
Com sua luz, sobre um espelho ela iluminou.
Um Universo de mistérios, um livro aberto cheio de fascinação, Vejo nos astros
minha luz na escuridão!”
SEGUINDO A MINHA ESTRELA GUIA
Para o carnaval de 2025, A MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE MIGUEL faz
uma viagem intergaláctica até sua estrela guia, onde ela se reconecta com seu
brilho mais intenso, o de uma estrela ainda jovem despontando na passarela do
samba, saltando mais uma vez para o futuro, trilhando caminhos desenhados
pelas estrelas. Se voa para o céu ou dispara como num sprint pela Terra, haverá
irremediavelmente de se defrontar com o passado, com a própria identidade,
soberana, singular e visionária.
SOMOS POEIRA DE ESTRELAS
“O cosmos está dentro de nós. Somos feitos de matéria estelar. Somos uma
forma do universo conhecer a si mesmo”. O que nos dizem as estrelas quando
cintilam no céu? Dizem em silêncio que querem nos fascinar, espalhar o
mistério, querem fazer a imaginação trabalhar. Na música silenciosa da luz
estelar está a nossa guia e o nosso alento. A estrelas nos ajudam a dar sentido
ao cosmos, a beleza do céu profundo, a dúvida sobre o que há de desconhecido
neste mundo de distâncias infindáveis…
Todas as substâncias que vemos à nossa volta foram fabricadas no interior das
estrelas. O oxigênio que respiramos, o ferro de nossas montanhas, o carbono
das plantas e o nosso corpo. Tudo foi feito no interior das fornalhas atômicas
das estrelas. Portanto, toda a vida na Terra está intimamente interligada,
possuímos uma química orgânica e uma herança evolutiva comum e qualquer
que seja o caminho no qual enveredemos, nosso destino estará
indissoluvelmente ligado a ela.
SONHANDO COM O FUTURO
“Eu sou um Pierrô Lunar, pego um trem-bala e posso sonhar na Lua.
Ziguezaguiando eu vou, sou passageiro espacial, no paraíso da folia.
Vem nessa amor, o futuro é aqui, deixe o sonho te levar pra nova era que virá.”
Povoado de mistérios, o Universo reúne uma infinidade de elementos que
sempre intrigou a humanidade. Das crenças e histórias mitificadas pelas antigas
civilizações aos estudos de pesquisadores e cientistas da idade média, passando
por obras literárias e cinematográficas.
Da maçã de Adão e Eva à maçã que cai de Isaak Newton, Marte, a “maçã
vermelha gigante”, torna-se uma obsessão. A lista de filmes sobre marcianos,
seres alienígenas e posteriormente sobre Robôs é longa, e passa fascinar o
imaginário do homem moderno. Vários filmes do gênero ficção científica
surgiram e continuam a surgir, sempre explorando a tecnologia e ambições
futurísticas da humanidade, desde as mais fantasiosas, com enredos de guerras
e futuros distópicos, até as mais próximas da realidade, com seres parecidos
com os humanos.
Seres alienígenas e robóticos habitam as profundezas do nosso inconsciente
coletivo, as representações ficcionais passam a refletir o que sabemos do
mundo, de nós, do bem e do mal que somos capazes de fazer, de nossos medos
e expectativas de um futuro sempre incerto e ameaçador.
O HOMO SAPIENS QUEBRA AS PEDRAS DA INOVAÇÃO
Dinossauros estiveram por aqui há 150 milhões de anos e foram aniquilados
pela colisão de um asteroide há 65 milhões de anos atrás. De lá pra cá, as coisas
mudaram: nós entramos na história.
Toda essa sabedoria em busca do progresso foi retratada inúmeras vezes, de
forma lúdica, por séries de animação. Em 1960 a série de desenho criada por
William Hanna e Joseph Barbera, os Flintstones, traduzia um mundo moderno
para idade da pedra. Eles aproveitavam os recursos dos animais e da natureza
para criar conforto e criar uma sociedade extremamente funcional. Na mesma
época contrapondo a pré-história dos Flintstones, Hanna-Barbera partem para
a futurologia, e criam os Jetsons, outra série de desenhos, com personagens
vivendo em um mundo espacial e altamente tecnológico ficcional, antecipando
para o mundo há 64 anos atrás, ideias que hoje começam a se materializar;
como robô assistente na casa de qualquer pessoa, a tele- presença e outras
inovações tecnológicas. Ambos os desenhos mostravam muito claramente
conceitos de inovação na solução de problemas do dia a dia com soluções
criativas, sejam elas rudimentares ou altamente tecnológicas.
Hoje a fixação do homem pela robotização, se torna real, sai da ficção e se
materializa. O Homem da pedra lascada avançou, seguiu em frente, deu um
salto quântico e chega a “Era Tecnológica”. O mundo das máquinas o fascina,
cada vez mais ele cria, flerta e dialoga com esses “seres automatizados” para
usá-los a seu favor, a seu bel-prazer. As máquinas, os computadores, drones,
satélites espaciais e robôs, tornam-se seus “brinquedinhos favoritos”. Com um
“click”, têm-se um mundo na palma das mãos, seja através de celulares e
tantos dispositivos disponíveis. Redes sociais são criadas onde todos estão
conectados, livres para ir e vir, viajar pra lugares distantes, ver tudo, ter vidas
expostas, ouvir e falar o que quiser, ler tudo entre tantas outras facilidades,
sem limites, basta ter uma cadeira confortável, um sofá e um bom Wi-FI. Sem
um celular, você não é mais você, vamos criando personalidades virtuais, ativas
na internet, “…outros “Eus” interagindo o tempo todo, permitindo que nossas
vidas sejam transferidas para uma espécie de éter digital, baixáveis em
qualquer lugar do mundo. Somos criações remotas, “transumanos”,
onipresentes e oniscientes que, metaforicamente, nos aproxima de uma
existência divina: sem um corpo e cientes de tudo o que ocorre no
mundo.”(GLAISER, Marcelo, livro O caldeirão Azul, p. 207).
A internet banda larga chegou para nos conectar em uma espiral infinda que
ambiciona a perfeição em curtos intervalos de tempo. A humanidade
globalizada, cada vez mais ávida por informações instantâneas, busca nas redes
sociais, um “pertencimento” como instrumento central de sobrevivência, numa
adesão cega que nos impede a percepção do outro. As experiências presenciais
e afetivas sucumbem ao virtualismo e nesse comportamento extremo, parece
não haver espaço para crescer, para olhar e aprender com o que existe fora.
Chegamos ao ápice da crise criativa com o advento da Inteligência Artificial.
Quem ganha? O Homem ou o robô? Não há dificuldade na resposta para essa
pergunta. Onde só o robô triunfa, o humanismo morre.
AQUI SE NASCE JOGANDO, PERDENDO OU GANHANDO, EM BUSCA DE
FELICIDADE.
“… Já enfrentamos as viradas dessa vida e rodamos igual pião…“
O Homem com seu joystick na mão continua o jogo! Muitos jovens, hoje
homens feitos, foram atraídos para a MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE
MIGUEL, pela imagem do menino do joystick.
Anos se passaram e os GAMES, cresceram em profusão, a geração “Z” como é
conhecida, ama estar desafiando esses jogos, agora, através de suas telas,
sejam elas de smartfones, tablets ou de computadores. Para os jovens das
décadas de 1980 e 1990, que viviam com joysticks na mão dos videogames, o
jogo atual é mais complexo.
Abandonar as telas de led que orbitam o cotidiano nos encontros familiares,
nas reuniões entre amigos nas mesas de bar, nos colégios, nas plataformas de
streaming, é uma missão quase impossível. Ninguém se desconecta. Estamos
tão perto, mas, paradoxalmente, tão longe uns dos outros. A pele que habito
está em constante mutação por causa da tecnologia. Dá-se o enfrentamento
entre o real e o virtual, o natural e o artificial. Será que continuaremos em uma
eterna luta do bem contra o mal? Que progresso é esse que não nos apazigua a
alma? Pelo contrário, só nos angustia. Que o GAME DA MIPM, os estimule a
voltar a olhar para o carnaval, que possamos desafiá-los a atravessar a MATRIX,
a viajar na Sapucaí e cair na folia sem desanimar.
O PASSADO, O PRESENTE E O AMANHÃ
“… Dominou o fogo e soube se armar,
Conquistou o Mundo e o Espaço também,
Veio iluminado para inventar,
Pena que nem tudo foi para o Bem…”
(trecho da letra de um dos sambas concorrentes em 1996 – Autor: Marquinhos
PQD)
Um pixel, no coliseu de uma galáxia…
Em 1990, a sonda espacial Voyager 1, tirou uma fotografia da Terra há uma
distância recorde. Na foto, nosso planeta mal preenche um pixel, um “pálido
ponto azul” na vasta imensidão do espaço. Em um pronunciamento público no
dia 13 de outubro de 1994, proferido na universidade de Cornelll, onde
lecionava, Carl Sagan refletiu sobre o significado da imagem: “Ela deveria
inspirar mais compaixão e bondade nas nossas relações, mais responsabilidade
na preservação desse precioso pálido ponto azul, nossa casa, a única que
temos. Quando medido contra as distâncias cósmicas, e considerando a
enorme quantidade de mundos espalhados pelo vazio do espaço sideral, esse
pequeno planeta é insignificante, apenas mais um, um entre trilhões de outros.
Por outro lado, essa esfera girando em torno do Sol é tudo o que temos. Somos
os únicos seres inteligentes no universo até que se prove o contrário” A ciência
nos capacitou a maravilharnos com o mundo, e cada vez mais a nos engajarmos
com o mistério da criação. Se continuaremos a viver em um mundo virtual, se
nosso futuro é incerto e indefinido, se alienígenas e robôs dominarão o
Mundo? ainda não sabemos. Por enquanto, temos tempo para pensar
criticamente sobre as escolhas que fazemos, na possibilidade de nos tornarmos
agentes das transformações que queremos ver aqui. Assim como o ar cada vez
mais poluído e aquecido, a água é primordial para nossa sobrevivência e não
estão pra “um mar de rosas”, vivem nos alertando constantemente que já
estão com a paciência transbordando e é quesito urgente de preocupação. O
uso indiscriminado de recursos naturais pelo progresso da humanidade tem
dado indícios que o “bicho vai pegar”. O planeta pega fogo por causa do
aquecimento global, as tsunamis e as chuvas torrenciais colocam cidades
inteiras submersas nos cinco continentes, os furacões e os terremotos nada
deixam de pé, as guerras de nacionalidades e territoriais traduzem a
desumanização do único ser racional de que se tem conhecimento. Onde isso
vai parar? Na poeira das estrelas. As descobertas científicas dão conta, no
entanto, de maneira otimista, que o futuro do homem, em função da
nanotecnologia, da biologia celular e da engenharia genética, estará
condicionado à existência eterna, à imortalidade. A superação da morte é a
esperança e a nova guerra travada pela humanidade no próximo século e vão
constar nas nossas “faturas futuras” batendo em nossas portas. A Natureza é
caprichosa, parece querer nos dizer que tiveram seu espaço roubado e os quer
de volta, afinal, respeito é bom e ela agradece. Tudo o que devemos fazer é
cuidar do nosso planeta, a casa que habitamos, e que as incertezas não nos
paralisem, devemos isso às gerações futuras. Estamos vivendo aqui e
continuaremos a viver por muitas gerações. Não temos qualquer indicação de
que teremos alguém para nos salvar de nós mesmos. A responsabilidade do
que ocorre aqui é inteiramente nossa.
E assim seguiremos…O homem investigando a vida, se fecha em laboratórios,
pensa no homem artificial, constrói e destrói deixando escapar de seu controle
a razão dos seus inventos. “Descansa na rede” meio atravessado; acordado,
vislumbra suas invenções e quando dorme sonha temendo o amanhã. A mão
que fez a bomba ainda faz um samba, mas onde vai dar esse carnaval? Isso não
se descobriu.
William Hanna e Joseph Barbera eram cartunistas norte-americanos e
fundadores do estúdio de desenho animado Hanna-Barbera em 1957.
transumano, trasumanismo – expressão conhecida e muito utilizada em livros e
filmes de ficção científica que significa a junção do humano com a máquina.
Carl Edward Sagan foi um astrônomo americano do século 20, astrofísico,
cosmólogo, astrobiólogo, professor universitário, escritor e divulgador da
ciência, conhecido por suas aparições na televisão como apresentador da série
COSMOS, exibida em 1980.
Carnavalesco: Renato Lage e Márcia Lage
Samba Enredo: VOLTANDO PARA O FUTURO, NÃO HÁ LIMITES PRA SONHAR.
Autores:Paulo Cesar Feital, Cláudio Russo, Alex Saraiça, Denílson Rozário,
Carlinhos da Chácara, Marcelo Casanossa, Rogerinho, Nito de Souza, Dr.
Castilho e Léo Peres.
Intérprete: Zé Paulo Sierra
A luz que nos chega da estrela primeira,
Nascida do pó no Cruzeiro do Sul
Do plasma divino das mãos carpinteiras
Ressurge candeia no breu nesse azul
Será que o limbo da imaginação
Perverte a inteligência
O homem com sua ambição
Desconhece a razão desatina a Ciência
Será que há de ter carnaval, sem minha cadência?
Com alas em tom digital
No fim da existência
Me diz afinal quem há de arcar com as consequências?
Se a mocidade sonhar
No infinito escrever
Versos a luz do luar, deixa!
Quando o futuro voltar
A juventude vai crer
Que toda estrela pode renascer
O verde adoecido da esperança
Ofega sobre o leito da cobiça
Quem vive pelo preço da cobrança
Derrama sua lágrima postiça
Fogo matando a floresta
Bicho morrendo no cio
Febre no pouco que resta
Secam as águas do rio
E a vida vai vivendo por um fio
Naveguei…
No afã de me encontrar eu me emocionei
Lembrei da corda bamba que atravessei
São tantas as viradas desta vida
A mão que faz a bomba se arrepende
Faz o samba e aprende
A se entegar de corpo e alma na avenida
O céu vai clarear
Iluminar a zona oeste da cidade
E Deus vai desfilar
Pra ver o mago recriar a Mocidade
Link do Samba Enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel: