Mestre Casquinha completa 95 anos
Por Redação
Compositor renomado e respeitado, Casquinha sempre destacou pela sua cordialidade e seu bom humor, parceiro de outros tantos compositores e reverenciado pela nova geração do samba. Nosso Mestre completa 95 anos nesta sexta-feira (01/12), véspera do Dia nacional do Samba.
O Portal Sambrasil do jornalista Marcelo Faria, presta aqui uma singela homenagem a este grande compositor portelense em sua coluna Personalidades. Salve, salve, Mestre Casquinha!
Em 1953 Avelino da Portela gravou pela Musidisc um LP onde incluiu “Vem, amor”, composição de sua autoria. Três anos depois, em 1956, o compositor Candeia o levou para a ala de compositores da Portela. No ano de 1959 compôs com Candeia, Bubu, Valdir 59 e Picolino o samba-enredo “Brasil, panteão de glórias”, com o qual a escola se classificou no carnaval daquele ano em primeiro lugar. Em 1963 ao lado de Candeia e Picolino, formou o grupo
Os Mensageiros do Samba, que fazia parte do “Movimento de Revitalização do Samba de Raiz”, promovido pelo Centro de Cultura Popular (CPC) em parceria com a União Nacional dos Estudantes (UNE). Com esse grupo, gravou o LP “Mensageiros do Samba”, pela gravadora Philips. O disco apresentou músicas compostas por integrantes do grupo, como “Se eu conseguir” (Casquinha e Picolino).
No ano de 1964, juntamente com esse grupo, apresentou-se no restaurante Zicartola a convite de Dona Zica e Cartola. Dois anos depois, em 1966, com a saída de um dos integrantes, Picolino, o grupo se desfez. Um de seus maiores sucessos foi “Recado” (c/ Paulinho da Viola), gravada inicialmente pelo conjunto A Voz do Morro (Zé Kéti, Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Anescarzinho do Salgueiro, Jair do Cavaquinho e Zé Cruz), pela Musidisc em 1965. No ano de 1968, Paulinho da Viola interpretou de sua autoria “Maria sambamba”. Em 1971, apresentou-se em shows nas rodas de samba promovidas no Teatro Opinião. No ano seguinte, João Nogueira regravou “Maria sambamba”. No ano de 1973, formou o conjunto Tio Samba, que estreou no Programa “Quem Samba Fica”, da Rádio Roquete Pinto.
No ano seguinte, o próprio autor regravou “Recado” no LP “História das Escolas de Samba: Portela”, pelo selo Marcus Pereira. Neste mesmo ano de 1974 participou do LP “Quem samba fica”, ao lado de Dona Ivone Lara, Flávio Moreira, Wilson Moreira e Sidney da Conceição. No disco, produzido por Adelson Alves, interpretou de sua autoria “O sonho do escurinho” e “Outro recado”, em parceria com Candeia. Em 1975 participou do LP “Partido em 5 volume 1”. No disco, ao lado de Velha, Candeia, Anézio e Joãozinho da Pecadora, interpretou vários sambas de partido-alto de sua autoria, entre eles um grande sucesso, “Preta aloirada” (Ela é preta na cor/mas é loura no cabelo/quando ela chega no samba/quase sempre é atropelo). Ainda neste de 1975, ao lado de Velha, Hélio Nascimento, Anézio e Candeia, participou do LP “Partido em 5 volume 2”, no qual foram incluídas de sua autoria “Sinal aberto”, “Coroa avançada” (c/ Dolino) e “Cabelo danado”. Em 1977, ao lado de Luiz Grande, Joãozinho da Pecadora, Roque do Plá, Anézio do Cavaco e Velha da Portela, participou do disco “Partido em 5 volume 3”, no qual interpretou de sua autoria “A Velha-Guarda da Portela” e “Cantor de sacola”. No ano de 1978 Paulinho da Viola interpretou de sua autoria “Mudei de opinião”, parceria com Bubu. No ano de 1980, Beth Carvalho, no disco “Sentimento brasileiro”, interpretou um de seus maiores sucessos: “A chuva cai lá fora”, em parceria com Argemiro. No ano seguinte, em 1981, a mesma cantora incluiu “Gorjear da passarada” (c/ Argemiro) no LP “Na fonte”, lançado pela RCA Victor. No ano de 1986, com produção de Katsunori Tanaka, foi lançado somente para o mercado japonês o disco “Doce recordação – Velha-Guarda da Portela”. No disco foram gravadas várias composições de autores portelenses e ainda, de sua autoria “Doce recordação”, em parceria com Bubu e com interpretação do próprio Casquinha, então, integrante da Velha-Guarda da Portela. Em 1988 o japonês Katsonuri Tanaka produziu o disco “Velha-Guarda da Portela: Homenagem a Paulo da Portela”, do qual também participou como integrante da Velha-Guarda da Portela. Em 1996, Paulinho da Viola, no CD “Bebadosamba”, incluiu de sua autoria “O ideal é competir”, em parceria com Candeia. No ano seguinte, Neguinho da Beija-Flor no CD “Reencontro”, incluiu de sua autoria “Preta aloirada”. No ano de 2000, participou (integrando a Velha-Guarda da Portela) do CD “Tudo azul” produzido por Marisa Monte para o selo Phonomotor. Neste mesmo ano, o selo Nikita Music relançou o disco “Doce recordação” para o mercado brasileiro. Ainda em 2000, comemorou 30 anos como integrante da Velha-Guarda da Portela. Neste mesmo ano, Marquinhos de Oswaldo Cruz, no disco “Uma geografia popular”, interpretou de sua autoria “Meu bairro”.
Em 2001, Lula Buarque de Hollanda e Carolina Jabur começaram a filamagem do documentário sobre a Velha-Guarda da Portela. O filme, iniciado na temporada no Canecão, na ocasião de lançamento do CD “Tudo azul”, conta com depoimentos de vários integrantes do grupo. Neste mesmo ano, Carlos Monte e João Baptista M. Vargens lançaram o livro “A Velha Guarda da Portela”, no qual entrevistaram vários de seus componentes. O livro foi lançado no MIS (Museu da Imagem e do Som), no Rio de Janeiro e contou com a participação da Velha-Guarda da Portela e outros sambistas importantes de várias escolas de samba. Ainda em 2001, lançou pela gravadora paulista Lua Discos, o CD “Casquinha da Portela”. Neste disco, o primeiro solo, interpretou ao lado da Velha-Guarda da Portela a composição “Sol”, de sua autoria em parceria com Argemiro da Portela.
Outra participação especial ficou por conta do poeta e letrista Aldir Blanc, que fez dueto em “Recado”, parceria com Paulinho da Viola. Ainda neste ano, ao lado de Dauro do Salgueiro, Nelson Sargento, Dona Ivone Lara, Baianinho, Niltinho Tristeza, Nei Lopes, Zé Luiz, Nilton Campolino, Jair do Cavaquinho, Monarco, Elton Medeiros, Luiz Grande, Jurandir da Mangueira e Aluízio Machado, participou do show Meninos do Rio, apresentado no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, foi lançado o CD homônimo. No ano de 2002 fez vários lançamento de seu disco, entre eles, ao lado de Guilherme de Brito, na Sala Funarte Sidney Miller, no Rio de Janeiro. Ainda neste ano de 2002, foi lançado o livro “Velhas Histórias, memórias futuras” (Editora Uerj) de Eduardo Granja Coutinho, livro no o autor faz várias referências ao compositor. Em 2003, ao lado de Cláudio Camunguelo, Jorge Presença, Xangô da Mangueira, Leci Brandão, Dona Ivone Lara, Arlindo Cruz, Ivan Milanez e Marquinho China, foi um dos convidados de Nei Lopes em projeto sobre o partido-alto apresentado no Centro Cultural Banco do Brasil. No ano de 2004, integrando a Velha-Guarda da Portela, participou do disco da cantora e pastora da Portela Surica e ainda do DVD “Beth Carvalho – a madrinha do samba”, no qual junto com a anfitriã e a Velha-Guarda da Portela interpretou a faixa “A chuva cai”, composta em parceria com Argemiro da Portela. Lançado no ano de 2011 pelo Selo Discobertas, do pesquisador Marcelo Fróes em convênio com o Selo ICCA (Instituto Cultural Cravo Albin) o box “100 Anos de Música popular Brasileira” é integrado por quatro CDs duplos, contendo oito LPs remasterizados. Inicialmente os discos foram lançados no ano de 1975, em coleção produzida pelo crítico musical e radialista Ricardo Cravo Albin a partir de seus programas radiofônicos “MPB 100 AO VIVO”, com gravações ao vivo realizadas no auditório da Rádio MEC entre os anos de 1974 e 1975. Paulinho da Viola participou do CD volume 8 regravando a composição “Recado”, parceria de Paulinho da Viola e Casquinha.