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Mangueira anuncia enredo para o Carnaval de 2018

Por Redação

Foto por Mariana Barcellos – Agência Sambrasil Comunicações

“Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco!”, este é o titulo do enredo que a Estação Primeira de Mangueira levará para a Sapucaí em 2018. Um enredo que zomba da decisão do atual prefeito, que questiona padrões e modelos, que traz de volta o carnaval enquanto sátira, e que traz o desfile enquanto um discurso cultural de teor mais crítico e menos escapista.

“É um enredo que nasce do momento no qual se encontram as Escolas de Samba. Um certo bispo prefeito colocou as escolas na pauta de discussão da cidade. E propor o corte da subvenção em 50% não é por uma questão de dinheiro, mas uma tentativa de demonizar os desfiles e as atividades culturais da cidade do Rio de Janeiro, as quais a prefeitura tem a obrigação constitucional de fomentar. Esse discurso de tornar o carnaval vilão me incomoda muito”, explica Leandro.

O carnavalesco conta que não se trata de um “enredo de gaveta, mas de um enredo de ocasião”. O objetivo, segundo ele, é de retomar o verdadeiro papel das escolas de samba. “Fico feliz que a Mangueira possa ser porta-voz disso, porque é uma escola que dialoga muito com o povo. Esse enredo é uma resposta bem direta para o prefeito. É uma resposta do samba.”

Segundo Leandro Vieira, a Verde e Rosa fará um carnaval sem hipocrisias e livre do bom-mocismo, que questiona não apenas um prefeito que vilaniza o carnaval, os desfiles, e as manifestações espontâneas plurais usando argumentos demagogos, mas que também coloca em cheque o atual modelo em que os desfiles das Escolas estão inseridos. “Distanciadas do povo, o ‘divórcio’ entre a sociedade carioca e as agremiações tornou-se público em função dos acontecimentos recentes. O desfile que começo a realizar para o carnaval 2018 joga o carnaval e o modelo dos desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro no ventilador”, disse.

Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco! é o trecho de uma marchinha carnavalesca dos anos quarenta. Segundo a imprensa da época, os festejos do carnaval de 1944 estavam ameaçados em função das restrições financeiras associadas à crise econômica que o país atravessava. Essa incerteza foi o mote para que Pedro Caetano e Claudionor Cruz compusessem a marchinha batizada Eu Brinco minimizando os efeitos da crise e assegurando que com dinheiro ou sem dinheiro haveria a brincadeira. Dentro dessa lógica, a atual discussão envolvendo as Escolas de Samba e o corte da subvenção, supostamente em função da atual crise, abre caminho para o debate.

“O enredo que proponho agora é um enredo eminentemente crítico. Não apenas ao Bispo que asfixia manifestações plurais nas quais o carnaval e os desfiles assumem destaque e ganham exposição na mídia, mas também ao distanciamento das Escolas e do desfile da sociedade como um todo. É o modelo atual de Escola de Samba ‘jogado no ventilador’. É uma possibilidade do discurso das Escolas de Samba voltar a se alinhar com a atualidade e levantar questões culturais, mesmo que para isso ela tenha que ‘colocar o dedo’ em suas próprias feridas”, finaliza o carnavalesco da Mangueira.

ENTREGA DA SINOPSE

A Estação Primeira de Mangueira vai realizar a entrega da sinopse para o carnaval de 2018 na próxima terça-feira (11), a partir das 19h, no auditório da Vila Olímpica da Mangueira, que fica na Rua Santos Melo, 73.

O texto será apresentado pelo carnavalesco Leandro Vieira e a disputa de samba-enredo está aberta a todos os compositores.

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