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Lins Imperial lança seu enredo festejando Zicartola em noite especial

Por Redação

Fotos: Rodrigo Barionovo

Com presença maciça de integrantes da escola, a Verde e Rosa do Lins lançou o enredo “Zicartola”

Uma noite inesquecível com encontro de homenageados em solo verde e rosa.  Marcando presença na quadra de ensaios Monarco, homenageado do enredo do Carnaval 2017, no qual a agremiação foi vice-campeã ascendendo à Série B recebeu Nilcemar Nogueira, neta de Dona Zica e Cartola para abençoar o enredo que a agremiação desfilará no Carnaval 2018, “Zicartola”.

Em sua receita de sucesso, o bar Zicartola misturava na mesma panela comida caseira e roda-de-samba, zonal sul e morros cariocas. Conquistados pelo estômago e ouvidos, admiradores e todos os grandes nomes do samba carioca frequentavam o restaurante, que funcionava no segundo nível de um sobrado na Rua da Carioca 53.

O domingo teve casa cheia e foi marcado pela presença maciça dos integrantes da agremiação, além de ilustres sambistas tais como: o presidente Chiquinho da Mangueira, o presidente da Unidos de Vila Isabel, Fernando Fernandes, Mestre Manoel Dionísio, Simone Drumond, Tânia Índio do Brasil, Geisa Ketti, casais de mestre-sala e porta-bandeira de agremiações cariocas e muitos outros. O ator, Flavio Bauraqui que interpreta Cartola no musical “Cartola – o mundo é um moinho” que segue em turnê pelo Brasil, também esteve presente e garantiu presença no desfile.

Durante a festa, a sinopse do enredo foi explanada e entregue aos compositores. A ala é aberta a qualquer interessado em participar do concurso. A entrega dos sambas acontece no dia 12 de agosto e as apresentações das obras serão realizadas em 19 de agosto. A diretoria que conduzirá o Carnaval 2018 foi apresentada e uma encenação teatral com a síntese do enredo prendeu a atenção dos presentes. Fechando com chave de ouro, a Estação Primeira de Mangueira, escola da qual Cartola foi fundador, fez seu show.

O carnaval será desenvolvido por uma comissão de carnaval formada pelo carnavalesco Claudio Fontes, que retorna à agremiação, pelo pesquisador, e folião Tiago Ribeiro e por Flavio Mello que assina também a direção de carnaval.

A escola do bairro do Lins de Vasconcelos promete não medir esforços para trazer o título do Carnaval 2018 e dar mais um passo à frente rumo à Marquês de Sapucaí.

Confira a sinopse do enredo 2018 da Lins Imperial

ZICARTOLA

Abrem-se as portas do Zicartola. De repente, a multidão que estava aglomerada, depois de algumas horas de espera, consegue entrar. Também pudera, o bar é a coqueluche do momento. As longas filas são costume, mas só de conseguir ouvir A Voz do Morro, desde a rua dos Andradas, já nos dá uma boa ideia do que nos espera. Pés adentro, caminhamos entre as várias mesas espalhadas e nos sentamos escorados na parede ilustrada pelas fotos dos artistas que por aqui passam. Da porta da cozinha de dona Zica advém o delicioso cheiro de sua comida caseira e pelos ouvidos somos tomados pelas melodias cantadas pelos velhos sambistas.

E é ela que vem nos receber, dando as boas vindas e entregando o singular cardápio, ilustrado e assinado pelo característico HP de Heitor dos Prazeres. Até os nomes dos petiscos são detalhes à parte, como o docinho de coco à Eliseth Cardoso. Fazemos o pedido enquanto vejo Carlos Cachaça honrar o sobrenome. Chega à nossa mesa carne seca com abóbora, língua com purê de batata, feijão, sopa e pimenta. E sobe mais um no palco e desce mais cerveja pra gente.

E não demora pra percebermos que o Zicartola é muito mais que comida e samba. Aqui de tudo Acontece. Enquanto Clementina entoa jongos e lundus, Manelzinho Araújo toca choros, Nara Leão traz a bossa nova e João do Vale canta baiões e xaxados. Um mosaico da música popular brasileira. E num canto, Hermínio Bello de Carvalho lança seu novo livro. Outro dia, o lugar até sediou a festa de casamento do par que dá nome à casa. E dá gosto de olhar pros lados e ver essa mistura de gente: rapazotes estudantes conversando com antigos compositores, a turma da Zona Sul cantando com o povo da Zona Norte, gente de jeans com outros de terno e gravata. Um verdadeiro caldeirão multicultural.

Mas por maior que seja a esbórnia do recinto, o som do Zicartola não abafa o grito silenciado das ruas, em tempos de repressão. Pelo contrário. Aquilo que entra por nossa goela abaixo, passa a nos doer a cabeça e se torna ressaca (moral). No meio da farra, tomo um susto com o Vianinha, que sobe numa mesa e brada contra o governo retrógrado vigente, enquanto Sérgio Cabral protesta em favor dos desempregados. E as músicas vão ampliando seus significados, cantando a verdade que não pode ser dita. Dura a censura.

O ponteiro do relógio avança e como tudo que é bom dura pouco, quando me dou conta, já é tarde. O Sol Nascerá em instantes. Vou, junto dos meus, com sorriso no rosto, me despedir dos já cansados de tanto trabalho, Zica e Cartola, e pagar a conta, é claro, mas o divino não deixa.

– Amigo meu não paga – sentencia o poeta

– Obrigado, mestre. Mas que isso não se torne hábito. Assim vai acabar falindo – advirto enquanto me despeço.

E as portas tristemente se fecham. Mas ficam as portas abertas para os talentos que lá despontaram, as canções que de lá saíram para ganhar o país. Prevalece a voz que se deu à Opinião. E assim o Zicartola permanece vivo, sobretudo a cada vez que nos reunimos para reviver aquelas noites de alegria. Você também é nosso convidado. Pode chegar, fique à vontade.

Texto: Tiago Ribeiro

Comissão de Carnaval: Claudio Fontes, Flávio Mello e Tiago Ribeiro.

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