Estácio de Sá quinta escola a desfilar na Marquês de Sapucaí

Por Gilvan Lopes Fotos Arlene Mello Conteúdo Júlia Fernandes BackEnd Jaqueline Costa
A Estácio de Sá apresentou no Carnaval de 5 o enredo “O Leão se engerou em encantado amazônico”, desenvolvido pelos carnavalescos Marcus Paulo e Raphael Torres. O tema explorou a cosmologia dos povos originários da Amazônia, destacando os “Encantados” — entidades que personificam as forças da natureza e se transformam para autoproteção. A narrativa convidou o público a uma jornada pelo imaginário amazônico, celebrando a cultura e o folclore transmitidos através das gerações.
A comissão de frente, coreografada por Júnior Barbosa, apresentou o ritual de pajelança que simbolizou o nascimento do espírito do leão, ícone da escola, no universo mítico amazônico. O elemento alegórico utilizado trouxe a semente de tucumã, envolta em lendas para os habitantes da mata, posicionada no topo da estrutura cenográfica. Inspirada na cultura Tembé, a abertura da semente soprada pelo pajé simbolizou o nascimento de espíritos, vida, morte e engeramentos, que dão forma ao universo mítico amazônico.
As alas foram cuidadosamente elaboradas para representar diversos aspectos da cultura amazônica e dos Encantados:
- Ala dos Pajés: Integrantes representaram os líderes espirituais indígenas, responsáveis por conduzir os rituais de conexão com os Encantados e a natureza.
- Ala das Yaras: Com fantasias que homenagearam as sereias da mitologia amazônica, conhecidas por sua beleza e canto hipnótico que encantam os navegantes.
- Ala dos Botos: Desfilantes trajados como o boto-cor-de-rosa, figura lendária que se transforma em homem para seduzir as mulheres ribeirinhas durante as festas juninas.
- Ala das Matintas: Integrantes representaram a Matinta Pereira, personagem mística que assume a forma de uma velha senhora que assobia nas noites amazônicas, trazendo mistério e encantamento.
- Ala das Tribos: Com fantasias que exaltaram as diversas etnias indígenas da Amazônia, destacando sua riqueza cultural, artesanato e tradições ancestrais.
As alegorias complementaram o espetáculo com riqueza de detalhes:
- Primeiro Carro Alegórico: Intitulado “A Floresta Encantada”, apresentou uma representação exuberante da mata amazônica, destacando a biodiversidade e os seres místicos que habitam o imaginário popular.
- Segundo Carro Alegórico: “Reino dos Encantados” trouxe esculturas de entidades míticas gigantes, ilustrando a importância dessas figuras na cosmologia indígena e sua influência na cultura brasileira.
- Terceiro Carro Alegórico: “Festa dos Encantados” celebrou as manifestações culturais e festivas da Amazônia, como o Festival de Parintins, evidenciando a alegria e a riqueza das tradições locais.
O samba-enredo, de autoria dos compositores Júlio Alves, Cláudio Russo, Magrão do Estácio, Thiago Daniel, Filipe Medrado, HB, Serginho do Porto, Diego Nicolau, Tinga, Adolfo Konder, Dilson Marimba e Marquinhos Beija-Flor, embalou o desfile com versos que exaltaram a magia e os mistérios da Amazônia.
Com uma apresentação que uniu tradição e inovação, a Estácio de Sá buscou encantar o público e os jurados, reafirmando seu compromisso com a cultura brasileira e a valorização das raízes ancestrais.
Para vivenciar a energia desse desfile, confira o samba-enredo oficial da Estácio de Sá para 2025: