Estácio de Sá apresenta seu enredo e a sinopse para o Carnaval 2024
Por Redação
O GRES Estácio de Sá lançou seu enredo para o carnaval 2024 e apresentou sua nova equipe.
O enredo “Chão de Devoção: Orgulho Ancestral” será desenvolvido pelos carnavalescos Mauro Leite e Marcus Paulo.
O enredo contará as estratégias utilizadas pelos povos pretos para manutenção e perpetuação de suas culturas, artes, saberes e suas espiritualidades no período da diáspora africana em terras brasileiras, dando luz e foco a duas personagens mulheres, são elas: Cambinda e Maria Conga, que serão chamadas por seus possíveis nomes de suas terras natais, Kianda e Mwana ya sanza,
respectivamente.
Confira a sinopse:
G.R.E.S. ESTÁCIO DE SÁ – 2024
Chão de Devoção: Orgulho Ancestral
Presidente: Edson Marinho
Carnavalescos: Marcus Paulo e Mauro Leite
Apresentação
Ao passar pela Passarela do Samba, a Estácio de Sá, consciente do seu papel sociocultural, procura evidenciar a cultura do povo preto em um espaço de resistência, que buscou, no período sombrio da escravatura, o livre-arbítrio ao se manifestar por direitos, primordiais, a favor do mínimo de dignidade humana e da legitimação de origens e traços culturais. Na África, meninas, mulheres,
guerreiras, princesas e rainhas, orgulhosas de seus corpos, sua pele, e seus cabelos. Donas das próprias vidas. Rainhas da liberdade. Rainhas da natureza seriam muitas delas no outro lado do oceano, em um futuro distante, seres iluminados. A cultura ancestral, seus mitos e seus rituais passam a se revelar no canto e na dança ao som dos tambores.
É importante afirmar que a cultura do povo preto é extremamente rica e diversa, e as religiões de
matrizes africanas desempenham um papel fundamental na sua expressão. Infelizmente, essa
cultura muitas vezes é marginalizada e subestimada pela sociedade em geral. Para demonstrar e
valorizar a cultura do povo preto e suas religiões, a Estácio de Sá entende que é importante
reconhecer e respeitar suas tradições, histórias e práticas, enfim, sua própria ancestralidade. Isso
inclui aprender sobre a história das nossas irmãs e dos nossos irmãos vindos de regiões da África,
cuja, cultura culminou em solo brasileiro em diáspora africana.
Salientar a história de duas mulheres pretas escravizadas, arrancadas de suas terras natais e de seus
seios familiares. Ainda em suas infâncias em uma brutal travessia pelo atlântico, elas obtiveram
aprendizagem mesmo com todas as mazelas do ambiente em um meio de convivência doloroso.
Mas, que ainda assim, contava com o doce matriarcado, sendo mães biológicas ou não, as mulheres
desse espaço manifestavam afeto em meio uma situação de clausura. Tais narrativas são de extrema
importância para entendermos a história do Brasil e do povo preto que em nosso solo chegaram. E
foi com a chegada desse povo em terras brasileiras que a magia africana se infiltrou nesse solo,
criando raízes profundas carregadas de fé, cultura e arte mostrando o poder do renascimento e da
transformação. Essa força e magia vieram guardadas no coração dessas mulheres, pretas mães,
nossas mães, tias, avós, nossas sementes, nossas raízes.
A escravidão foi uma das maiores violações de direitos humanos da história, e as mulheres pretas
foram algumas das maiores vítimas desse sistema opressivo. Ao trazer à luz a história dessas
mulheres, podemos entender as dificuldades que elas enfrentaram e como a escravidão as afetou de
forma específica. Além disso, podemos aprender sobre as estratégias de resistência que elas
utilizaram para enfrentar aquela realidade, mesmo diante de tantas adversidades, e, com isso,
objetivamos combater o apagamento das histórias de vida e suas identidades.
O apagamento das histórias e identidades dos pretos e pretas escravizados no Brasil é um fenômeno
que ocorreu ao longo de séculos e que tem consequências até os dias atuais. Durante o período da
escravidão, as pessoas pretas eram tratadas como propriedade e tinham seus direitos negados,
inclusive o direito à identidade e à sua própria história.
Desde então, a história oficial do Brasil não tem tentado notabilizar a contribuição dos povos pretos
na construção do país, o que mais se faz é invisibilizar suas histórias e lutas, como também
maximizar aspectos do racismo estrutural na vida dessas pessoas. Esses fatos têm gerado uma série
de desigualdades e injustiças que ainda persistem em nossa sociedade. Contar tais histórias é o
primeiro antídoto para combater os males do apagamento histórico e cultural dos nossos heróis e
heroínas pretas. E, é nesse contexto que a Estácio de Sá vem dar visibilidade aos aspectos sociais,
culturais e identitários do nosso povo que em solo brasileiro chegou, nasceu, morreu e espírito de
luz se tornou.
De forma poética numa livre adaptação artística, e, também, baseado em lendas e em ricas
oralidades, nossas duas mulheres pretas guerreiras serão “chamadas” com seus possíveis nomes de
suas terras natais, ainda livres dos horrores que mais tarde as assolariam. As meninas “Kianda e
Mwana ya sanza”, Cambinda e Maria Conga. Vale salientar que a escolha dos nomes para as
mulheres das regiões do Congo-Angola, com origens por volta do século XVI, não devem ser vistas
como algo genérico ou padronizado, mas sim, como algo que faz parte de uma cultura rica e diversa,
que deve ser valorizada e respeitada, para os povos de suas regiões, com base na língua Lingala que
foi derivada da Bangi, uma língua Banto, que também é uma das Línguas maternas do Congo-Angola,
o que justifica a intenção da agremiação.
Assim, tentamos trazer dignidade e visibilidade as histórias do nosso povo através das mulheres
aguerridas “Cambinda e Maria Conga”, ainda em suas liberdades, as violações, a trajetória, as lutas,
os saberes e suas espiritualidades. Tudo isso, em tempos que ainda existem racismo e intolerância, a
agremiação traz, para Avenida Marquês de Sapucaí, e acende na história escrita, cantada e
festejada, os ideais de duas mulheres lutadoras e solidarias, que idealizavam igualdade e liberdade
para o seu povo em corpo e espírito.
A Estácio de Sá que tem em seu chão de fundação a devoção e o respeito da sabedoria ancestral
desde a “Deixa falar”, vem chegando com o seu balancear e afirma que ainda que memoráveis por
trajetórias de lutas, do sonho de liberdade e igualdade, a biografia dos afro-brasileiros em muitos
aspectos se faz inviabilizada nos registros dos anais brasileiros. Nessa ambiência, “Kianda e Mwana
ya sanza”, que tiveram as suas vidas norteadas por tais ideais apesar de todas as adversidades e
sofrimentos, terão suas histórias contadas, no maior espetáculo a céu aberto do planeta, baseada
em fatos livremente adaptados. Nesse sentido, as personagens serão alçadas à luz com suas
histórias de vidas e espiritualidade com vistas no reconhecimento heroico nesse enredo.
Testemunhas da passagem do tempo, as vovós são a memória viva da raça. O corpo curvado carrega
o peso de tanta sabedoria, tanta bondade, tanto sofrimento, tudo misturado. Cada palavra traz um
saber imemorial. Que vem lá da África e liga o passado e o presente. Cada palavra traz uma verdade
tão profunda que só o coração pode entender. Suas bênçãos e rezas tem o poder de toda a
ancestralidade.
SINOPSE
Livres como a brisa costeira que acaricia a pele e os ventos das savanas
No continente africano, nas regiões de Cabinda e do Congo, os festejos com canto e dança,
característicos das aldeias e tribos dessas localidades, acontecem para receberem os nascimentos de
duas meninas, “Kianda e Mwana ya sanza”, uma na tribo dos Cabindas, um distrito angolano e outra
na tribo congolesa, as duas em área costeira, o que mais tarde selaria seus destinos. Para as
mulheres a apreensão para uma boa hora no parto, para os homens é noite de festa.
Povo Cabinda de Angola – O nascimento e a homenagem
Os sábios e sábias da tribo Cabindas preparam o local do parto para chegada da sua menina em uma
cabana toda enfeitada com cauris (búzios) para representar a riqueza da época, conchas do mar,
contas azuis claras e transparentes para representar os seres místicos marinhos e trazer boa sorte,
fartura e fortuna para a recém chegada, que ao nascer recebeu o nome da maior divindade desse
místico, “Kianda” um belo ser encantado das águas dos rios e oceanos para que em troca a menina,
entregue para homenagem, estivesse sempre protegida conforme as crenças dos costumes local.
Povo da Costa do Congo – O nascimento e a apresentação
É o nascimento da primeira! Na tribo congolesa a primeira filha e princesa da aldeia e cercania,
também está de chegada. Festa, canto e dança, com muita fartura, para receber a princesa que
nascia sob a luz do luar para o batismo nominal da pequena alteza. Apresentada sob a luz da grande
lua cheia que, em um sopro do vento, teve seu nome revelado como reza a lenda dos costumes
local. Erguida para ser banhada com a luz da grandiosa lua cheia, teve seu nome falado três vezes
em voz alta por seu pai para que não restasse dúvidas: “Mwana ya sanza”, que significa filha da lua,
homenagem em referência ao belo luar da sua noite de nascimento. Livres como a brisa costeira e os
ventos que cortam os campos e acariciam os rostos felizes dos locais. As Tribos próximas festejam as
boas chegadas das suas belas meninas de acordo com seus traços culturais particulares.
Festejos nas aldeias: No povo de lá e de cá, cabindas e congoleses
As tribos próximas de região costeira do continente africano, Cabinda de Angola e da Costa do
Congo possuem tradições culturais ricas e distintas, e seus festejos são marcados por muita alegria,
música, danças e fartura. Entre os Cabindas, o nascimento é um dos eventos mais importantes.
Toda a tribo celebra a hora do nascimento ritmado ao som de cantigas ancestrais, decorados com
motivos que revele algumas características do nome escolhido com as homenagens ancestrais e
espirituais, as riquezas das águas e das florestas sempre estão representadas. Durante a festa, os
habitantes se vestem com roupas tradicionais e participam de números de danças marcadas,
acompanhadas por músicas tocadas com instrumentos como o tambor.
Já entre as tribos da Costa do Congo, a festa é mais importante, que marca a iniciação de um novo
ciclo familiar e a continuação da dinastia tribal. Durante a celebração, que pode durar vários dias,
dependendo do tempo em que se dará a hora da chegada da recém-nascida, onde é submetida a
rituais de chegada que são com base em cantos e danças sobre a história e a cultura de seu povo. Há
muita música e dança, com destaque para o som dos tambores que são acompanhadas por
instrumentos artesanais.
Em ambas as culturas, a comida também é uma parte importante dos festejos. Pratos como as
carnes de caças regionais, de peixe da região costeira das aldeias das tribos e os vegetais, são
servidos em grandes banquetes, regados a bebidas.
Escravizados em noites sombrias
Durante as noites, para surpreendê-los, sem chances de defesa, em um ataque planejado e brutal,
uma nova forma de comércio, coibir a liberdade em diversas regiões do continente africano, a
escravização de pessoas de pele preta. Toda alegria de dias e noites fartas e felizes, por volta dos
sete anos depois dos nascimentos, termina com a brutalidade dos mercadores de escravos. As
aldeias das tribos felizes dos Cabindas e dos Congoleses foram agressivamente aprisionadas em
correntes para serem escravizados. A menina “Kianda” de Cabinda junto com seus familiares e pares
foram empilhados em condições desumanas, piores que as de outras mercadorias para serem
transportados, sem ao menos saberem seus destinos. “Mwana ya sanza” sofreu o mesmo evento
que se espalhou por todas as regiões vizinhas. A escravidão foi uma das maiores atrocidades já
cometidas na história da humanidade, pessoas foram capturadas e forçadas a trabalhar em
condições desumanas, sem direitos ou liberdade. A travessia pelo Atlântico foi um dos momentos
mais terríveis e traumáticos da experiência dos escravizados.
A dor e o destino cortam o mar
A maioria dos escravizados das referidas aldeias tribais foram transportados em navios apinhados e
insalubres, onde foram obrigados a permanecer acorrentados por meses a fio. As condições eram
extremamente precárias, com pouca ventilação e nenhuma higiene, o que levava a doenças e
mortes em massa. “Kianda e Mwana ya sanza” vivenciaram todo o horror nos porões com outras
crianças que tinham na doçura do matriarcado, sendo mães biológicas ou não, a única
representação de afeto enclausuradas em meio aos horrores causados pelas doenças, a fome e as
mortes na travessia do atlântico. As crianças ganhavam as abayomis, um tipo de boneca feita com
retalhos das barras das saias com nós, sem costuras, para distração e porque as mulheres e mães
acreditavam que trariam proteção, sorte e alegria para suas meninas, com a chegada ao destino
final, os escravizados eram vendidos em leilões como mercadorias e forçados a trabalhar em
plantações e outros locais com exploração e violência.
O Destino, o apagamento cultural e o novo batismo
Em terras brasileiras, em navios distintos, por volta de 1804, no Porto de Salvador – Bahia, o destino
das pequenas meninas, a primeira filha agora órfã, pois, seus pais morreram na travessia por fome e
doença, e a princesa da aldeia congolesa separada de seus pais ao chegar no Brasil, mudariam
novamente. Vendida para seus senhores que as rebatizou, “Kianda” agora se chamaria Cambinda,
por ser da região de Cabinda e é levada para uma fazenda de cana de açúcar no nordeste brasileiro.
A menina “Mwana ya sanza” foi renomeada como Maria da Conceição, e foi levada inicialmente para
uma fazenda de cana e café e depois vendida a um fazendeiro alemão, dono de uma fazenda de
farinha. Seus nomes, culturas e histórias são completamente negadas e, agressivamente, apagados
por seus novos proprietários.
Plantaram suas sementes e tem até hoje suas histórias mantidas pela oralidade
Rebatizadas e rebatizados, submetidas e submetidos aos opressores que as fariam esquecer seus
nomes para sempre, até mesmo oprimirem suas representações de cultura e fé, em meio as fortes
vigilâncias ao trabalho exaustivo e mortal e aos castigos, os escravizados e as escravizadas criavam
suas estratégias contra a proibição do cultivo de suas culturas e religiosidades. Plantaram suas
sementes e, mesmo num solo adverso, puderam florir entre dores e lágrimas. E tem até hoje suas
histórias mantidas pela oralidade.
Os griôs relatam que ao chegarem por aqui, a magia africana se infiltrou na terra brasileira, criando
raízes profundas carregadas de fé, cultura e arte mostrando o poder do renascimento e da
transformação. Usavam as representações culturais e religiosas dos seus violentadores e
perseguidores (senhores brancos) para infiltrarem as suas próprias manifestações culturais,
religiosas e, também, sua culinária natal.
Doutores em suas oralidades, contam os griôs, que os escravizados geralmente viviam em senzalas,
que eram grandes construções de madeira que abrigavam muitos escravizados em condições
precárias. Era a partir dali que as estratégias eram traçadas e surgiram manifestações culturais
hibridizadas com as dos brancos para que pudessem ser manifestadas ou praticadas sem os castigos
habituais.
Os velhos sábios contam em detalhes minuciosos, típicos de suas falas carregadas de saberes das
vivencias e dos fazeres, que o Caxambu e o Jongo foram manifestações culturais dos pretos e pretas
iniciadas nas senzalas. As duas representações podem se confundirem em algumas regiões do país,
porém distintas em algumas regiões. De modo que no Caxambu um cantador fazia um canto de
louvação aos antepassados enquanto uma roda de escravizados se move em passos leves e
ritmados, em sentido anti-horário. Diz o afro-brasileiro que era ambiente sério e ritualístico, mas se
modificava quando alguém lançava um canto desafiante e todos o repetiam. A cantoria seguia noite
adentro, com diferentes vozes que se alternava em novos cantos decifrados. A coreografia
começava em roda, mas, partia para desafios de bailado no centro da senzala, entre um homem e
uma mulher, mostrando-se um ao outro por meio de requebros corporais ágeis e leves. Com a
mesma destreza oral, descreve as articulações para manterem suas origens culturais vivas.
O Jongo também foi uma estratégica dança trazida pelos escravizados africanos bantos do Congo-
Angola para o Brasil, conta o velho, que se manteve presente entre aqueles que trabalhavam nas
lavouras de café e cana-de-açúcar. Os escravizados dançavam Jongo nos dias dos santos católicos,
em uma linguagem cifrada, onde protestavam contra a escravidão, zombavam dos patrões,
combinavam festas de tambor e fugas. A dança é uma homenagem aos ancestrais, aos pretos-velhos
escravos, que remete ao povo do cativeiro.
Dentre as danças e as manifestações veladas, da Capoeira dos escravos que fugiam, correndo pela
mata rasteira, surgiu a arte da resistência dos primeiros capoeiristas que com destreza e astúcia
enfrentavam a repressão. No período colonial, pretos espertos e sagazes disfarçavam sua arte, com
mímicas, danças e cantos, lutando pela sua liberdade, contra os seus algozes. Relata que foi proibida
por tanto tempo, mas a Capoeira resistiu até se tornar um dos símbolos da identidade brasileira, a
roda de capoeira ecoa o som e a dança em contato direto com as nossas terras.
O Batuque de Umbigada, seguindo em relatos dos sábios oradores, foi uma dança originária,
também, da África, trazida ao Brasil por nossos ancestrais. Essa manifestação cultural foi preservada
e transmitida por gerações de escravizados. A dança foi uma forma de celebrar a fertilidade, e,
consistia em duas filas de dançadores, homens e mulheres, que se encostavam pelos umbigos como
parte da coreografia. Os instrumentos que eram utilizados incluíam bambus, quinjengues, matracas
e guaiás, sendo que todos os instrumentos que levavam couro eram afinados em uma fogueira para
tornar o ritual mais característico em um horário avançado na madrugada para não serem
impedidos.
Ainda em relatos, o movimento da Umbigada tinha como origem as danças e cerimoniais de
fertilidade da região Congo-Angolana, para celebrar o momento em que dois corpos se tocam,
agradecendo ao dom da concepção em uma ação rápida e mágica materializada através da dança.
Dentro das relações ricas e floreadas pelo velho orador, a culinária afro-brasileira originada pelos
escravizados na busca dos sabores próximos das lembranças de suas terras natais, que tiveram que
recriar seus pratos com ingredientes locais. E, também incorporaram receitas dos índios e dos
portugueses, criando pratos típicos variados, como a feijoada entre tantos mais. Além da
necessidade diária, a cozinha africana está ligada à religião e é reproduzida nas casas de candomblé
e umbanda. O acarajé, como tantos outros, é um exemplo de quitute que saiu dos terreiros e se
tornou uma das identidades culinárias da Bahia e do Brasil conforme os ricos relatos dos nossos griôs
afro-brasileiros.
Os dons das curas naturais também compõem fortes relatos, a exemplos de Cambinda e Maria que
tinham os dons da cura pelas plantas e ervas para cuidar dos males de seu povo, causados pelos
castigos dos seus senhores, do esforço excessivo do trabalho, da fome, do corpo e da alma. Além do
trabalho pesado, os escravizados também eram submetidos a punições severas, como açoitamentos,
tortura e até mesmo a morte. Eles não tinham direitos ou liberdade, sendo considerados
propriedade dos donos das fazendas.
Além dos cuidados com as ervas e rezas, nas histórias relatadas, Cambinda se valia de sua posição,
por estar dentro da fazenda, para levar mais um pouco de comida para seus pares na senzala e
também algumas informações importantes para os melhores momentos de fugas. Castigada quando
descoberta, mas, mesmo assim, não parava de ajudar a todos como podia. Cambinda morreu
escravizada após seus 90 anos. Maria, sempre se rebelando, com discursos para todos durante as
noites, nas senzalas, ganhou sua liberdade após anos de trabalho escravo e tentativas de fugas.
Acabou por convencer seu senhor que a libertou. Livre, então, ela exigia ser chamada de Maria
Conga, fundou o Quilombo. A guerreira, líder, passou a maior parte da vida com suas atuações no
leste metropolitano que inclui, possivelmente, Tanguá e entorno, e, nas matas de
Magé́/Guapimirim, onde morreu no final do século XIX, já idosa.
Orum, o reino das almas
A finitude é um recomeço, é nessa passagem, divisão entre corpo e espírito, que os espíritos
bondosos e evoluídos são guiados por outros espíritos de luz ao seu plano astral evolutivo.
Recebidas e consagradas por Oxalá, coroadas por Zambi, as missões com seu povo continuam no
mundo espiritual, agora, como entidades anciãs que carregam a sabedoria para os cuidados do
corpo e da alma e, principalmente, a sabedoria passada pela oralidade para seus seguidores.
A Estácio de Sá que tem em seu chão de fundação a devoção o respeito a oralidade da sabedoria
ancestral desde a “Deixa falar”, nesse sentido, exalta a cultura afro-brasileira e as personagens serão
alçadas à luz com suas histórias de vidas e espiritualidades com vistas no reconhecimento heroico
nesse enredo. Sendo elas, testemunhas da passagem do tempo, as vovós deixam a memória da raça
viva. O corpo curvado carrega o peso de tanta sabedoria, tanta bondade, tanto sofrimento, tudo
misturado. Cada palavra traz um saber imemorial. Que vem lá da África e liga o passado e o
presente. Cada palavra traz uma verdade tão profunda que só o coração pode entender. Seus
cuidados, bênçãos e rezas tem o poder de toda a ancestralidade.
Venha! Vamos ouvir a história que Cambinda tem pra contar.
Vem ouvir o que Maria Conga vai dizer.
Vem! As pretas velhas não mentem!
Salve as almas! Adorei as almas!
Autores:
Doutorando Marcus Paulo, Doutora Cristina da Conceição Silva e Mauro Leite
Agradecemos pela sua visita, por ler essa matéria e principalmente pelo prestígio da vossa audiência!
Compartilhe com seus amigos e pessoas que conheça o nosso conteúdo jornalístico e de entretenimento, e que também continuem nos prestigiando e se possível, nos seguindo em nossas redes sociais através do:
Instagram: https://www.instagram.com/portalsambrasil/
Tik Tok: https://www.tiktok.com/@portalsambrasil
YouTube: https://www.youtube.com/c/PortalSambrasil
Facebook: https://www.facebook.com/PortalSambrasil
Twitter: https://twitter.com/PortalSambrasil
Spotify: https://open.spotify.com/user/x8yhy7k5ox83rzi81pxo3nikp
SoundClound: https://soundcloud.com/sambrasilpodcasts
https://soundcloud.com/sambrasilpodcasts1
Torcemos para que tudo esteja bem com você e com toda a sua família. Cuide-se!
PARA EVITAR O CONTÁGIO PELO CORONAVÍRUS E DE SUAS VARIANTES, INCLUSIVE JÁ EXISTEM CHAMADAS DE ÔMICRON BQ1, subvariante XBB.1.5 e a KRAKEN, que para OMS, é a mais transmissível e BASTANTE CONTAGIOSA. ALÉM DAS TRADICIONAIS DOENÇAS/SINDROMES RESPIRATÓRIAS, ENTRE ELAS JÁ ESTÁ CIRCULANDO O VRS (VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO). E AINDA, JÁ TEM CONFIRMADO NO BRASIL, OS CASOS DA “VARÍOLA DO MACACO”.
AS TRÊS REGRAS BÁSICAS QUE SALVAM E PRESERVAM VIDAS DEVEM SER SEGUIDAS E ADOTADAS: USO DE MÁSCARA, HIGIENIZAÇÃO E A NÃO AGLOMERAÇÃO / DISTANCIAMENTO SOCIAL.
AH! VACINE-SE! A VACINAÇÃO LHE AJUDARÁ MINIMIZANDO OS CASOS GRAVES.
A PANDEMIA AINDA NÃO ACABOU! VACINE-SE! PROTEJA-SE! PROTEJA QUEM VOCÊ AMA!
E SE NÃO HOUVER UMA COINCIENTIZAÇÃO RADICAL DA POPULAÇÃO PARA RETOMADA E ATENÇÃO PRIORITÁRIA PARA OS CUIDADOS COM A PRESERVAÇÃO DA VIDA, AÍ MESMO, É QUE REALMENTE NÃO TEREMOS, COM NÚMEROS VERDADEIROS, INFORMADOS PELOS ÓRGÃOS COMPETENTES E A GRANDE MÍDIA, UMA REDUÇÃO DRÁSTICA DE CONTAMINAÇÃO E MORTES POR COVID E SUAS VARIANTES.
SIGA O NOSSO INSTAGRAM: @portalsambrasil https://www.instagram.com/portalsambrasil/
SIGA-NOS NO TIK TOK: https://www.tiktok.com/@portalsambrasil
[frontpage_news widget=”1276″ name=”Conteúdo Geral”]