Dirigentes das Escolas do Grupo Especial e da Liesa se reuniram com o prefeito Marcelo Crivela
Por Redação
Em reunião na sede do governo municipal carioca, com o presidente da Liga das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, e com os presidentes das 13 escolas do Grupo Especial do carnaval, além de representantes de outros órgãos, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, prometeu que vai antecipar a verba de R$ 1 milhão para o Grupo Especial para o Carnaval 2018. Já quanto ao corte da verba, a decisão ficou para uma próxima reunião marcada para segunda-feira. A Liesa sugeriu que o corte seja de 25%, como todos os contratos da prefeitura, e não os 50% informados pelo prefeito.
Na reunião todos os presidentes expuseram suas dificuldades. Após ouvirem a secretária Municipal de Fazenda, Maria Eduarda Gouvêa Berto, que fez uma apresentação sobre o desafio fiscal da atual gestão, com um déficit no orçamento de R$ 3,8 bilhões e a queda no nível de emprego no município. Logo em seguida, o presidente da Riotur, Marcelo Alves, exaltou o potencial comercial do carnaval e disse que tem três projetos para apresentar à Liesa. Ele fez uma comparação com o Rock in Rio, evento que fatura cerca de R$ 250 milhões e tem um lucro de R$ 100 milhões.
– O desfile das escolas de samba precisa se atualizar num grande projeto de marketing. As grandes marcas querem estar no carnaval. A festa na Sapucaí tem 10 vezes mais potencial de faturamento que o Rock in Rio. Temos que buscar juntos uma solução.
Crivella deixou claro a sua posição. – Chegamos a uma conclusão que teremos uma reunião na semana que vem. Discutimos alguns projetos, mas não vamos anunciar nada enquanto não tiver uma conclusão. O importante é o seguinte: vai ter carnaval. É uma atividade importante para o Rio de Janeiro, há muita gente envolvida nesse trabalho, é tradicional. E claro, vocês sabem, há uma crise tremenda no Rio de Janeiro, e eu não posso comprometer recursos públicos, mas, se Deus quiser, vamos encontrar caminhos para resolver os problemas – afirmou o prefeito, acrescentando que não foram discutidos valores na reunião. Ainda lembrou para escolas seu compromisso em melhorar as condições do Sambódromo, como a substituição da iluminação para lâmpadas de led, a instalação de telões e outros reparos estruturais. Só com a reforma dos 36 banheiros coletivos e dos assentos das arquibancadas, por exemplo, o gasto da Prefeitura será de R$ 1,1 milhão, de acordo com o orçamento feito pela Riourbe, após vistoria realizada há 15 dias.
— Vou lutar muito para conseguir os recursos para o carnaval. Hoje, demos o primeiro passo para um acordo. Fundamos o bloco ‘É conversando que a gente se entende’. Além do Marcelo Alves (presidente da Riotur), estão comigo para ajudar vocês pessoas como o Boni, Roberto Medina e Ricardo Amaral, todos interessados em encontrar uma solução — disse Crivella, que marcou uma nova reunião com a Liesa para a próxima segunda-feira.
O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, disse que o prefeito Marcelo Crivella vai estudar com sua equipe um novo percentual de redução da subvenção dada às escolas de samba para que o carnaval de 2018 não seja tão prejudicado.
— O carnaval de 2018 está garantido. Foi um encontro cordial em que o prefeito e sua equipe se mostraram abertos. Eles falaram e cada um dos presidentes também pôde falar sobre o drama que estamos passando no Brasil inteiro, a gente sabe disso. Dentro desse diálogo, dessa cordialidade, nós combinamos na próxima segunda-feira uma nova reunião. Trouxemos nossas reivindicações para a prefeitura e a sua equipe em razão de o carnaval já ter iniciado para a gente, e as escolas já terem contratado todas as suas equipes. Em razão disso, ele está avaliando junto com a Riotur qual modelo poderia ser sugerido para que o carnaval não deixasse de ter o mesmo impacto positivo para a cidade do Rio de Janeiro, o mesmo brilho e a mesma qualidade — contou Jorge Castanheira.
Castanheira citou ainda que mostrou a Crivella um decreto da prefeitura do início do ano fixando uma meta de redução global de gastos de 25% como forma de economizar. Na época, o decreto determinou que os secretários e dirigentes da administração indireta deveriam avaliar a necessidade de manutenção de contratos e convênios, devido à necessidade de cortar gastos na prefeitura. E que ficou acertado que o corte de 50% na subvenção deverá ser reavaliado.
– O prefeito foi muito receptivo, muito atencioso com todos. O corte geral da prefeitura, de todos os contratos, foi de 25%. Nós citamos esse exemplo para que pudesse chegar a um denominador que não atingisse de forma tão forte o carnaval, e ele ficou de analisar junto com sua equipe e de nos dar uma resposta na próxima segunda-feira. Esperamos uma reavaliação no percentual de corte e uma reavaliação do modelo que a gente precisa para não deixar perder o brilho e a qualidade do espetáculo. O prefeito se mostrou sensível – comentou.
Participaram do encontro representantes das 13 escolas de samba do Grupo Especial: o presidente da Unidos da Tijuca, Fernando Horta , o presidente da Imperatriz Leopoldinense, Luizinho Drummond, da União da Ilha, Ney Filardis; da Portela, Luiz Carlos Magalhães; o vice da Beija-Flor de Nilópolis, Ricardo Abraão, o vice-presidente da Mocidade, Rodrigo Pacheco; o presidente da São Clemente, Renato Almeida Gomes; da Paraíso do Tuiuti, Renato Thor; do Salgueiro, Regina Celi; Vera Lúcia Correa, do Império Serrano ; o vice da Vila Isabel, Fernando Fernandes; o presidente da Mangueira, Chiquinho da Mangueira; e o presidente da Grande Rio, Milton Perácio.
Também participaram da reunião com a Liesa o procurador geral do município, Maurício Martinez Toledo dos Santos, e a controladora geral do município, Márcia Andréa dos Santos Peres.
Foto: Reprodução RJTV