ALMIR GUINETO, por Marcelo Faria – Copyright 2013 – Portal Sambrasil / Agência Sambrasil
Por Marcelo Faria
In memoriam – Imagem produzida durante show no Teatro Rival
Almir de Souza Serra (Rio de Janeiro, 12 de julho de 1946 — Rio de Janeiro, 5 de maio de 2017) foi um sambista e compositor brasileiro.
Fundador do Fundo de Quintal, Almir Guineto foi um dos maiores representantes do samba de raiz. Além disso, Almir inovou o samba ao introduzir o banjo adaptado com um braço de cavaquinho. Destacou-se também pelo modo extremamente original de executar o instrumento, afinando-o à moda das últimas cordas do violão e palhetando-as velozmente, fazendo-as tremular conforme o suingue do repique de mão e do tantã. Entre seus principais sucessos, destacavam-se “Caxambu”, “Conselho”, “Jibóia”, “Lama nas Ruas”, “Mel na Boca” e “Coisinha do Pai”.
Nascido e criado no Morro do Salgueiro, na cidade do Rio de Janeiro, Almir Guineto teve contato direto com o samba desde a infância, já que havia vários músicos em sua família. Seu pai Iraci de Souza Serra era violonista e integrava o grupo Fina Flor do Samba; sua mãe Nair de Souza (mais conhecida como “Dona Fia”) era costureira e uma das principais figuras da Acadêmicos do Salgueiro; seu irmão Francisco de Souza Serra (mais conhecido como Chiquinho) foi um dos fundadores dos Originais do Samba.
Em 1979, Beth Carvalho gravou “Pedi ao céu” (c/ Luverci Ernesto), “Tem nada não” (c/ Jorge Aragão e Luverci Ernesto) e o sucesso “Coisinha do pai” (c/ Luís Carlos e Jorge Aragão).
No ano de 1981, no LP “Na fonte”, Beth Carvalho interpretou também de sua autoria “É, pois, é”, em parceria com Luverci Ernesto e Luís Carlos. Neste mesmo ano, Alcione gravou “Ave coração”, em parceria com Luverci Ernesto.
No ano de 1996, Zeca Pagodinho lançou o CD “Deixa clarear”, no qual interpretou “Olhos” (c/ Luverci Ernesto e Carlos Senna). Neste mesmo ano “Coisinha do pai” gravada por Elba Ramalho e Jair Rodrigues no CD “Casa de samba 1” (produzido por Rildo Hora) foi utilizada para acionar o robô da Nasa em solo marciano.
Em 2002 lançou pela gravadora Paradoxx o CD “Todos os pagodes”. Neste mesmo ano, ao lado de vários artistas, entre eles, Bandeira Brasil, Arlindo Cruz, Serginho Meriti, Deni de Lima, Ivan Milanez, Marquinhos China, Ircea Pagodinho e Maurição, fez o show-homenagem “Bum-bum-baticum-Beto”, tributo ao compositor Beto Sem Braço no Bar Supimpa, na Lapa, Rio de Janeiro.
Em 2012 lançou o CD Cartão de visita • Independente, com sambas inéditos, o disco traz participações dos amigos Arlindo Cruz e Adalto Magalha nos sambas “Partideiro Caseiro” e “Dom do Criador”, respectivamente. A Cereja do Bolo é a bonita homenagem que Guineto, em co-criação com Magalha, faz a um dos ex-companheiros de Fundo de Quintal, na emocionante Homenagem ao Mestre Neoci.
Toda a trajetória do sambista é marcada e repleta de grandes sucessos, sua obra se tornou eterna! Almir nos deixou em maio 2017.