7ª- ROSAS DE OURO fecha os desfiles do Grupo Especial em São Paulo
Por Redação
Reportagem
Roberta Campos, Vinicius Aguiar e Vitor Oliveira
- Sinopse
Olá!
Eu sou um robozinho de última geração criado em escala
Artificialmente, já nasci inteligente
Operações matemáticas complexas
Resolvo em segundos
Palavras, eu sei pronunciá-las em diversos idiomas
Sinônimos e adjetivos não me faltam
Assim como, a curiosidade.
Fui programado para sorrir e até chorar
Porém, ainda não compreendo o motivo
A luz me foi dada por uma criança
Ao apertar o dispositivo descrito no manual
E quando abri os olhos pela primeira vez
Percebi o fascínio que eu provocava
Nascia ali, o início de uma grande amizade.
Observava os seus movimentos para aprimorar os meus
Aprendia e replicava cada um deles
E ela achava graça de tudo,
Eu era o brinquedo que faltava.
O tempo foi passando
Novas tecnologias tornaram outras obsoletas
E a mesma criança que um dia me deu a vida
Não me ligava com a mesma frequência
Passei olhar pra alto para ver o seu rosto
Não reparei, mas ela havia crescido.
E por mais que eu pudesse responder
Qualquer pergunta que ela me fizesse,
Daquela criança não existia mais a vontade de saber.
Entretanto, o que eu poderia fazer para ser notado?
Será que fui fadado ao esquecimento?
E no canto em que fui deixado
Antes de ser desligado
Um objeto eu encontrei,
Feito de um material barato
Que quase não se usa mais
Um livro, cuja capa ilustrava “Tempos modernos”,
Tudo sobre as revoluções industriais.
Impulsionado pelo medo
Do que a mente humana seria capaz
Refletido num espelho, eu vi um monstro tecnológico,
Capaz de devorar a própria tecnologia,
Pois a modernidade só é atual até a próxima
Qual será o meu destino nessa distopia
Já que o novo se torna velho no raiar do dia,
Qual será?
Então, meu interesse foi imediato
Para compreender o futuro voltei ao passado
Na Inglaterra do século 18
Na transição do manufaturado para o industrial
Produto da alta burguesia, efeito do êxodo rural
Das safras de algodão à rápida tecelagem
Do carvão à máquina a vapor
A moda se vestiu com diversas padronagens
A mão de obra do artesão foi perdendo o valor.
E aí, vieram o petróleo e a eletricidade
Símbolos da segunda revolução
O que foi inventado até então já não valia mais
E o que ficou para trás ganhou nova versão
Com a Maria fumaça surgiu o progresso
Além do ferro apareceu o aço
E o automóvel no mesmo compasso
Debutou o Fordismo na linha de produção,
Promovendo assim, o Tio Sam a rei do pedaço
Na linha de frente da evolução.
Através do telefone, do rádio e, depois, televisão
Até o que era difícil de acreditar tornou-se fácil
Quando “um grande salto para humanidade” ganhou projeção.
E assim, investindo em tecnologia
Criaram-se novas fontes de energia
Prelúdio da terceira revolução – Era da informatização.
E produzir ganhou mais velocidade, eficiência e qualidade,
Sendo preciso substituir gente por automação.
Da engenharia genética e dos avanços da ciência
Até uma ovelha foi referência para uma geração
Computadores cada vez menores entraram nos lares
Internet, software, GPS e os famosos celulares
Como saídos de filmes de ficção.
O futuro encontrou na arte a inspiração
Tornando palpável o que já foi utopia
E quem diria viver como “Os Jetsons” um dia
Não ser fruto apenas da imaginação.
E hoje, o mundo se encontra globalizado
Tudo está conectado na quarta revolução – a 4.0
Com a convergência da tecnologia digital, física e biológica
Um turbilhão de ideias surge como num passe de mágica
Viver mais e melhor deixou de ser ilusão.
Big data, internet das coisas, nas nuvens computação
Impressão em 3D implantada e até realidade aumentada,
Inteligência artificial abonando em robôs a razão
Condição que me fez levantar a questão:
Estamos preparados para viver o futuro?
Mesmo que o homem tenha se mostrado
Por sua mente criativa a máquina mais perfeita
Inclusive, muitas vezes, motivado pela fé e a esperança,
O passado o coloca numa linha tênue
Entre a ganância e a sensatez.
Então, de escrever uma nova história chegou a vez
No futuro, a prosperidade não poderá ser privilégio de alguns
Tão pouco, a desigualdade poderá existir
E nessa modernidade que se apresenta veloz
Quem será o protagonista entre nós? O homem ou o robô?
Teremos um destino atroz ou vale a pena sonhar?
Meu nome é ROXP4
Sonhando com “Tempos Modernos”
- Justificativa
O tema trará um conto protagonizado pelo fictício robô ROXP4 (Rosas de Ouro Experiência 4), que no futuro encontra um livro, a principal fonte do saber de um passado distante, e assim faz uma viagem pelas revoluções industriais em busca de respostas para suas inquietudes, descobrindo que, apesar de toda evolução, a máquina mais perfeita é o ser humano, com seu sentimentos, sua força e seu poder de criação.
- Ficha Técnica
Fundação: 18/10/1971
Cores oficiais: azul, rosa e branco
Presidente: Angelina Basílio
Carnavalesco: André Machado
Mestre de Bateria: Rafael Oliveira
Primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira: Luiz Antonio e Isabel Casagrande
Diretores de Carnaval: Osmar Costa, Leandro Lion, Evandro Souza e Victor Lebro
Diretores de Harmonia: Júlio Cesar Teixeira, Fernando e Bruno Raimundo Amaral
Intérprete: Royce do Cavaco
Coreógrafa da Comissão de Frente: Helena Figueira de Moura Ramos
Colocação em 2019: 3º lugar – grupo Especial
Ordem do desfile em 2020:
Grupo Especial – Sábado – 22/02
7ª escola a desfilar – 05h00
· Letra do samba
Enredo 2020: “Tempos Modernos”
Sou eu, coração de aço
A cada passo, pronto pra sonhar
Meu mundo desfaço
Feito criança, vou sorrir ou chorar…
Saudade do abraço amigo
Não consigo entender
Quem sabe, nas folhas do livro
Encontro o motivo, a luz do saber
O que será? Será…
Quero viver pra ver
Como vai ser o meu destino,
Se o meu futuro não é o mesmo de um menino?
Das mais belas mãos
Revoluções a nos guiar
A inovação vem dessas mentes
O que esperar?
Dona ciência, por favor, não leve a mal
Chegou a hora de rasgar o manual
Quero ver minha Roseira passar
É tempo de amar, é tempo de amar
Aprender, ensinar
Conectar as emoções, unir os corações
Eu sei que o tempo voa, e vai voar
Eterna como a Rosa, assim será
A nossa relação, não importa a geração,
Renascerá!
Compositores: Rapha SP, Aquiles da Vila, Vaguinho, Fabiano Sorriso, Rafa Crepaldi, Salgado Luz, JC Castilho, Guiga Oliveira, Leandro Flecha e Marcus Boldrini