3. BARROCA ZONA SUL é a terceira escola a desfilar neste domingo (03), em São Paulo
Reportagem: Roberta Campos
SINOPSE
Com o titulo de Okê Arô, a escola da zona sul fará um tributo a Oxóssi, considero no candomblé orixá da caça, florestas, dos animais, da fartura, do sustento.
Oxóssi (no candomblé) ou oxósse (no omolocô) é o orixá da caça, florestas, dos animais, da fartura, do sustento. Está nas refeições, pois é quem provê o alimento. É a ligeireza, a astúcia, a sabedoria, o jeito ardiloso para capturar a caça. É um orixá de contemplação, amante das artes e das coisas belas. É o caçador de axé, aquele que busca as coisas boas para um ilé, aquele que caça as boas influências e as energias positivas.
O que encontramos no dia a dia no almoço, no jantar, enfim, em todas as refeições, pois é ele quem provê o alimento. Na África antiga, Oxóssi era considerado o guardião dos caçadores, pois cabia a eles trazer o sustento para a tribo. Hoje, Oxóssi é quem protege aquelas pessoas que saem todos os dias para o trabalho, para trazer o sustento. Oxóssi também está ligado às artes. Ele está presente no ato da pintura de um quadro; na confecção de uma escultura; na composição de uma música; nos passos de uma dança; nas misturas de cores; na escrita de um poema, de um romance de uma crônica. Está na arte em um modo geral, desde o canto dos pássaros, da cigarra, ao canto do homem. Oxóssi também rege o revoar dos pássaros, a evolução das pequenas aves. Oxóssi é a vontade de cantar, de escrever, de pintar, de esculpir, de dançar, de plantar, de colher, de caçar, de viver com dinamismo e otimismo. Oxóssi é a divindade da cultura, passando para seus filhos grandes talentos artísticos, seja no canto, na criação de livros, pinturas etc.
Curiosamente, Oxóssi também é a comodidade, a vontade de admirar, de contemplar. Oxóssi é um pouco de preguiça, a vontade de nada fazer, senão pensar e, quem sabe, criar.
Em seu lado negativo, pode estar presente também na falta de alimento; no pouco plantio; no apodrecimento de frutas, legumes e verduras; e até mesmo na arte mal acabada, inacabada ou de mau gosto. O elemento de Oxóssi é a terra e a liberdade de expressão, a liberdade para viver da maneira que somos. Sua saudação é “okê arô” ou, simplesmente, “okê”.
· FICHA TÉCNICA
Fundação: 07/08/1974
Cores oficiais: Verde e rosa
Presidente: Ewerton Rodrigo Ramos Sampaio (Cebolinha)
Vice: Rosely Barbosa
Comissão de Carnaval: Carlos Yuri Aguiar Pereira, Fernando Alexandre Dias, Rogério dos Santos Monteiro
Mestre de Bateria: Acerola de Angola e Fernando Negão
Primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira: Alex Augusto dos Santos e Nathalia Guimarães de Oliveira
Diretor de Carnaval: Marcus Paulo Tibechrani (Marcão)
Diretores de Harmonia: Angélica Barbosa da Silva, Luís Guilherme Sobral de Almeida, Fabio Coelho da Silva, Ivan Carlos Silva de Oliveira, João Carlos Nascimento
Rainha de Bateria: Talita Soares
Intérprete: Pixulé
Colocação em 2018: 3º Lugar – Grupo de Acesso I
- Ordem do Desfile em 2019
Grupo Acesso I – Domingo – 03/03
3ª Escola à Desfilar – 23H00
§ LETRA DO SAMBA
Compositores: Sukata, Morganti, Jairo Roizen, André Valêncio, Robson Cezar, Tubino Meiners, Pixulé, Marcos Thiago e Acerola de Angola
ENREDO 2019 – OKÊ ARÔ
É xirê, é xirê, kolofé, saravá
Quem manda na aldeia é meu Orixá
Barroca, nosso caso de amor.
A Faculdade do Samba chegou
Negra, a cor de quem sofreu a injustiça.
A fé quebrou a crueldade das correntes
Filho d’Yemanjá e Oxalá
Oxóssi caçador se faz presente
Laroyê… Os caminhos vão se abrir
Da lágrima que corre um santo a surgir
Os segredos vão se revelar
Vem da jurema, natureza imponente.
Das mãos de Ogum o seu Ofá
Logun-edé espalhou a sua herança
Nos ventos de Yansã a esperança
Ê… Caboclo ê
Dono da mata à luz do luar
Caboclo ê… Odé Odé
Dono da mata, rei de Ketu ele é.
Salve a sabedoria
A força emana a nossa raiz
Legado de humanidade
Da tua vontade eu sou aprendiz
Então, no dia vinte de janeiro.
Ao celebrar meu padroeiro
Oferendas vou levar
Barroca, segue a madrinha em sua procissão.
Vestida em verde e rosa
Cantando forte em devoção
Do samba, a flecha certeira.
Iluminando meu caminho especial
Eu bato o tambor… Okê okê arô