13. UNIDOS DE VILA MARIA é a penúltima escola a desfilar neste sábado (02)
Reportagem: João Paulo e Roberta Campos
A Unidos de Vila Maria fez de seu desfile uma grande homenagem ao Peru, contando a história do país vizinho do Brasil desde as origens de seu povo, até a cultura, a culinária e as belezas naturais do chamado “Império do Sol”.
SINOPSE
Vento alísio que varre a história e revira os grãos de areia de sua terra, hoje és brisa leve que em sopros nos eleva além do teto do mundo, sobre a muralha imponente dos picos nevados dos Andes, e faz abrir o portal da morada de “Inti”, fogo ardente. Vento que se esvai e risca no ar uma estrada em poesia a conduzir nas asas largas de um condor viajante o samba da Vila Maria.
Viagem no tempo ao alvorecer da América em eras distantes, visão nos olhos de um passado mítico que nos conta que em certo dia o céu se derramou em lágrimas em um pranto a transbordar. Eis a nascente do majestoso lago, embrião da vida, de onde emergiu sua gente, do espelho d’água resplandecente, o grandioso Império do Sol.
E a terra se inundou de luz e fulgurou pelo chão de suas falésias, desertos e altiplanos, iluminando o horizonte Chavín, Nazca, Paraca, Tiwanaku, alastrando-se em civilizações e suas dinastias por tempos imemoriais. De Caral a Cuzco, dos Mochicas ao esplendor dos Incas, do sonhado “El Dorado” do “Senhor de Sipán”, a história escrita de conquista, bravura e sangue do grande “Pachacutec”.
Sob a regência do arrebol, essência, fecundou-se o solo. A fertilidade de “Mama Killa” cobriu a terra com o manto verdejante da selva, correndo pelos fartos vales e plácidas pastagens de onde brotaram grãos dourados e raízes que foram alimento e tributo, dádiva de fartura e diversidade de cores, aromas e sabores, temperando com “aji” o seu povo moreno.
Do mesmo ardor que resplandece no firmamento se aqueceu a fé em divindades, orações miscigenadas ao tempo, do saber “Quechua” e de Castela a acender em tantos altares sagrados e “profanos”, nas celebrações multifacetadas, de crenças e seus fervores, louvados sejam nas danças e procissões que se erguem em seus andores.
E assim, a rica nação peruana se formou emblemática por sua ancestral cultura, enigmática em sua indecifrável origem, que paira entre o céu e a terra, uma nação que abraça orgulhosa suas raízes como elo perdido da gênese da América. Um povo para sempre guerreiro que brilha na linha do tempo e nas linhas da vida riscadas em seu chão, reluzindo no silêncio mágico e místico que repousa nos monumentos que vez em quando se revelam das entranhas da terra como testemunha de sua glória.
Eis que ainda és o “El Dorado” por tantas riquezas que ainda se escondem sob suas montanhas, és imperial para sempre, iluminado de Sol e guardado pelo fiel condor, o grande pássaro que hoje estende suas asas também sobre nós, abraça duas nações, lá e cá em um mesmo carnaval, aquecidas pelo mesmo astro no calor humano que nos permite ser, inclusive, súditos desse imenso “Império do Sol”.
- FICHA TÉCNICA
Fundação: 10/01/1954
Cores oficiais: Verde, azul e branco
Presidente: Adilson José de Souza
Vice: Valter Luís (Belo)
Carnavalesco: Alexandre de Mendonça Louzada e Cristiano Claudio Gonçalves
Mestre de Bateria: Rodrigo Moleza
Primeiro Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Everson Sena e Lais Moreira
Comissão de Harmonia: Antonio Vicente (Toninho), José Carlos Lima (Lima), César Calado (Césinha)
Rainha de Bateria: Savia David
Intérprete: Wander Nunes Pires
Colocação em 2018: 9º Lugar – Grupo Especial
- Ordem do Desfile em 2019
Grupo Especial – Sábado – 02/03
6ª Escola à Desfilar – 03H55
- LETRA DO SAMBA
Compositores: Aquiles da Vila, Rapha Sp, Marcus Boldrini, Salgado Luz e Leandro Flecha
ENREDO 2019 – NAS ASAS DO GRANDE PÁSSARO, O VOO DA VILA MARIA AO IMPÉRIO DO SOL
Me leva, ó, vento, me leva!
A Vila vai viajar,
Nas asas do condor, ao som da poesia:
Voar…voar…voar…
Um sopro além da história,
A brisa a bailar
Reviram os grãos da nossa memória.
A energia de um lindo lugar:
Império do sol, no alto dos Andes,
Onde o pranto do céu formou a nascente.
Fonte da vida, das águas, emana!
Viva a Nação Peruana!
Ó, luz, que banha todo esse chão!
Esse povo de pele morena
Tem o seu valor!
Pode acreditar!
Seu tempero eu quero provar!
A fé em suas divindades,
Os templos e as orações!
Sagradas crenças sejam louvadas
Em seus andores e procissões.
Seu ritmo ardente tem essência:
É cultura, “famosa cadência”!
Abre as asas sobre nós!
Duas nações, o mesmo ninho,
O eldorado, uma só voz!