07 – Mocidade fecha os desfiles do Grupo Especial do Carnaval Carioca
Por Gilvan Lopes e Heitor Olímpio
Fotos por Chiara Martelotta e Lucas Andrade
Suporte Mídias: Julia Fernandes
Suporte Técnico/Remoto: Jack Costa
A Mocidade Independente de Padre Miguel encerrou na noite de desfile na Marques de Sapucaí com o enredo “Eu sou o Tempo. Tempo é Vida.”, desenvolvido pelo carnavalesco Alexandre Louzada, propondo uma reflexão sobre o Tempo.
“…Eu sou o tempo, nós somos o tempo. Já pensou nisso? Todos construímos os nossos momentos e embalamos as nossas histórias nos braços de algo intocável, incontrolável e, por vezes, imensurável. Passa rápido, devagar, não volta, não perdoa e queremos sempre mais. Tempo é vida; a vida é o tempo. Por isso, relaxe e embarque nesse sonho com a gente. Venha aproveitar esses momentos e monte o quebra-cabeças da sua própria história. Deixe a sua mente bailar, no ar, em novos tempos. É tempo de Mocidade!”
O Portal Sambrasil conversou com Alexandre Louzada, Carnavalesco da Mocidade, sobre o enredo que será apresentado: ”Tempo é vida; a vida é o tempo”, disse ele; e acrescentou: “Passa rápido, devagar, não volta, não perdoa e queremos sempre mais, estamos sempre prontos a barganhar por mais tempo; falaremos do tempo nosso de cada dia; mas também lembraremos também do sopro divino, tempo de Deus que não é medido. Enfim: é tempo de Mocidade!”.
Rodrigo Pacheco, vice Presidente da agremiação, também conversou conosco: “A Mocidade vai surpreender positivamente muitos céticos, derrotistas, que falaram demais; a escola tem uma comunidade maravilhosa, que é parceira, ajuda quando precisamos, e por esse chão que trabalhamos nos empenhamos todos os dias, e o resultado vocês verão, viremos para vencer!”.
E para o Mestre Dudu, nos disse que a Bateria vem com surpresas: “Faremos uma paradinha tocando os instrumentos de forma invertida, como se tivesse voltando no tempo, foi super bem recebida pelos ritmistas; outra surpresa vocês terão de prestar atenção na Avenida, na hora do desfile: olhem bem os instrumentos que passaremos tocando e tentem não se emocionar, só digo isso!”.
Essa é a Mocidade procurando fazer o tempo de ser campeã.
APRESENTAÇÃO
Mais um carnaval se apresenta. É o tempo que passa e novamente estamos aqui, carregando no peito a estrela da Mocidade Independente de Padre Miguel, que leva em seu nome a eterna juventude. Para a Mocidade, que será sempre jovem, o tempo é fonte de inspiração no carnaval de 2019. Eu sou o tempo, nós somos o tempo. Já pensou nisso? Todos construímos os nossos momentos e embalamos as nossas histórias nos braços de algo intocável, incontrolável e, por vezes, imensurável. Passa rápido, devagar, não volta, não perdoa e queremos sempre mais. Tempo é vida; a vida é o tempo. Por isso, relaxe e embarque nesse sonho com a gente. Venha aproveitar esses momentos e monte o quebra-cabeças da sua própria história. Deixe a sua mente bailar, no ar, em novos tempos. É tempo de Mocidade!
SINOPSE
Eu sou o Tempo. Tempo é Vida.
Tempo, tempo, tempo, tempo.
As batidas do meu coração marcam o compasso no tambor do samba, quando ecoa o apito da partida do trem da vida, nos trilhos do tempo, caminho infinito, riscado no espaço pela cauda de luz da estrela-guia, que cria um vácuo de sonho que a ciência desafia e que invade a morada de Cronos, a antimatéria que brilha, magia, e que se comprime e se expande, se dobra, retrocede e avança, num vai e vem que se esvai e se lança numa viagem louca, do presente ao passado e, numa reviravolta, de volta para o futuro.
Tempo que aqui se define ou que nasce indefinido, num tempo quando o tempo sequer existia no mundo, fruto do Caos, num dado momento, quando o Céu se encontrou com a Terra e concebeu o titã implacável, senhor da razão e do destino, o tempo que se mede desmedindo.
Tempo que a humanidade buscou entender acompanhando a dança dos astros, bailando entre a luz e a treva, dia e noite se repetindo e se reinventado constantemente, luas e marés mutantes, pois nada é igual ao que era antes, antes de tudo mudar. Tempo de florescer, de plantar e de colher, tempo de hibernar e de buscar onde se aquecer, tempo a brotar em épocas, ritos em profusão, oferendas, estações, declarações de fé em solstícios e equinócios, sagrações da primavera em cada alvorecer.
Tempo de descobrir, marcar, calcular. Quanto tempo o tempo tem? Tempos remotos de se observar o Sol a riscar de sombra a haste sobre a terra, horas que se desenham, nas gotas da clepsidra, tempo que orna e transborda. Tempo que ocioso passeia, de cima para baixo, e que se revira nas ampulhetas – o tempo que desliza nas areias, vira-virando o mistério.
Tempos idos medidos em calendários antigos, civilizações e impérios – apogeu e queda. Tempo que do universo é o regente e que em ciclos se divide no lado de cá do ocidente, envolto em enigmas entre o povo Maia, tempo que se faz serpente. Tempo viril, “yang”, que fecunda as terras do oriente, regando de chuva o seu chão. Tempo que se faz festejado, tão aguardado, tempo mítico dragão.
Tempo que gira perverso: eis que é tempo de inventar o tempo e de se aprisionar dentro dele. Engrenagens em movimento, tic-tac, relógios, máquinas do tempo pra lá e pra cá em um pêndulo. Som das horas a despertar, o galo que já cantou. Tempo que urge, a pressa, é cedo, é tarde, é hora de trabalhar, tempo que corre, dispara, tempo que é dinheiro, aposta, notícia, tempo de vida, o tempo que de fato não para.
Tempo que jaz no tempo, repousado nas camadas de tempos passados. O tempo redescoberto, preservado em museus e livros, frases então reveladas, arquivo do tempo. Tempo que brilha em mentes a frente do próprio tempo e, tal qual uma equação, viaja anos-luz na imensidão. Ciência equilibrada em teorias que em dobras do tempo, faz o longe quase perto e se teletransporta. Ou não? Tempo virtual, memória atemporal que a tecnologia armazena no ar, nas nuvens. O que antes era ficção científica, hoje é realidade. Tempo que se congela estéril na ilha glacial, Aíon, guardião da eternidade, faz da grande geladeira a nossa herança, a esperança de preservação.
Tempo, indomável tempo, de Kairós, o fragmento, único como o sopro divino, tempo de Deus que não é medido, tempo para ser vivido, sem pressa, sem medo, vida que segue, tempo indesvendável, tempo que é segredo e árvore sagrada.
O toque da inspiração vem num estalo de tempo: a arte se faz imortal e se eterniza na memória, de geração a geração, de voltas e reviravoltas, na tela do carnaval ou em uma explosão de cor no meio desse povo, assim como a nossa escola, que atravessou os trilhos do tempo e se imortalizou na história. Tempos de glórias, descritos por seus poetas nos seus lindos sambas, das paradinhas inesquecíveis, dos seus gênios artistas que lançaram tantas cores nos seus tantos carnavais. Ela, a eterna juventude, Mocidade Independente, que carrega a estrela, que é o cosmo, como emblema, o verde da brotação que se renova e o branco da paz de espírito. É possível parar o tempo na síncope do batuqueiro. Hoje o trem que transporta o futuro, que recuperou o tempo perdido, na vanguarda, redemoinho, acelera e retorna orgulhoso, na certeza de novas conquistas – e conduz a sua gente à mais infinita alegria!
Vira-tempo no templo do samba, eis que chega o nosso momento.
Uma voz ecoa na noite:
“Vamos lá! A hora é essa!”
Coloque a fantasia, ouça o som da bateria.
É tempo de desfilar!
Carnavalesco: Alexandre Louzada
LETRA
“Eu sou o Tempo. Tempo é vida”
Autores: Jefinho Rodrigues, Diego Nicolau, Marquinho Índio, Jonas Marques, Richard Valença, Roni Pitstop, Orlando Ambrósio e Cabeça do Ajax
Intérprete: Wander Pires
OLHA LÁ, MENINO TEMPO
TENHO TANTO PRA CONTAR
ERA EU, GURI PEQUENO
PÉS DESCALÇOS, MEU LUGAR
QUANDO UM “TOCO” DE VERSO (ÔÔÔ)
SEMEOU A POESIA (Ê LÁIÁ)
EU COLHI A FLOR DA IDADE
VI NA MINHA MOCIDADE
O RAIAR DE UM NOVO DIA
BAILA NO VENTO, DEIXA O TEMPO MARCAR
NAS VIRADAS DESSA VIDA
VOU SEGUIR MEU CAMINHAR
AH! QUEM ME DERA O PONTEIRO VOLTAR
E REENCONTRAR O MESTRE NA AVENIDA
DESMEDIDO CORAÇÃO
NO CONTRATEMPO DESSA ILUSÃO
ORA MACHUCA, ORA “CURA DOR”
DO MEU DESTINO COMPOSITOR
TEMPO QUE FAZ A VIDA VIRAR SAUDADE
GUARDA MINHA IDENTIDADE
INDEPENDENTE RELICÁRIO DA MEMÓRIA
PADRE MIGUEL O TEU GURI JÁ NÃO CAMINHA TÃO DEPRESSA
MAS NUNCA É TARDE PRA SONHAR
VAMOS LÁ, A HORA É ESSA!
SENHOR DA RAZÃO, A LUZ QUE ME GUIA
NOS TRILHOS DA VIDA ESCOLHI AMAR
ESTRELA MAIOR, PAIXÃO QUE INEBRIA
EU CONTO O TEMPO PRA TE VER PASSAR
FICHA TÉCNICA
Fundação 10/11/1955
Cores Verde e Branco
Presidente Wandyr Trindade
Quadra Av. Brasil, 31.146 – Realengo – Rio de Janeiro, RJ – CEP 21725-001
Telefone Quadra
Barracão Cidade do Samba (Barracão nº 10) – Rua Rivadávia Correa, nº 60 – Gamboa – CEP: 20.220-290
Telefone Barracão
Internet www.mocidadeindependente.com.br
Imprensa Rodrigo Coutinho
e-mail: rodrigocoutinho86@yahoo.com.br
Tel.: (21) 99848-2600
Enredo 2019 “Eu sou o Tempo. Tempo é Vida”
Diretor de Carnaval Marquinho Marino
Carnavalesco Alexandre Louzada
Intérprete Wander Pires
Mestre de Bateria Dudu
Rainha de Bateria Camila Silva
Mestre-Sala e Porta-Bandeira Marcinho Siqueira e Cristiane Caldas
Comissão de Frente Jorge Teixeira e Saulo Finelon