05 – G.R.E.S. SERENO DE CAMPO GRANDE
Por Redação
Reportagem: Rafael Rios, Jorge Bezerra e Marcelo Faria
Suporte Remoto: Jack Costa
Quinta escola a desfilar, o Sereno de Campo grande apresentou o enredo “Essa Noite Vou Te Deixar No… Sereno”, mostrando ao público da Intendente Magalhães a origem e os vários significados da palavra Sereno.
Enredo: Essa Noite eu vou te deixar no… Sereno
Carnavalesco: Marcello Portella
SINOPSE DO ENREDO: Essa Noite Vou Te Deixar No… Sereno
Histórico/Sinopse
1º Setor – No Sereno da Noite e Seus Aspectos Naturais
O Fenômeno que ocorre na madrugada quando a temperatura noturna fica mais úmida e é invadida por orvalhos que são pequenas gotículas de água que se formam, especificamente, durante algumas noites sobre as superfícies, é chamado de sereno.
De origem latina, – “serenus” – a palavra sereno foi usada na antiguidade para definir os acontecimentos da natureza mais calmos e brandos. Para os povos antigos, as noites eram serenas quando o cenário noturno tinha um aspecto mais tranquilo e suas principais características eram de ser enluaradas e repletas de estrelas brilhantes. Já o mar estava sereno quando nas madrugadas, as ondas eram mais baixas e o som das águas tornava-se quase imperceptível.
Mais tarde a palavra também passou a ser empregada para exemplificar de forma adjetiva a personalidade dos indivíduos que estão em perfeita harmonia com o mundo e tudo a sua volta. Um ser humano sereno é aquele que cultua o lado zen da vida e não perde o seu equilíbrio sobre nenhuma justificativa.
2º Setor – Na Magia do Sereno e Suas Influências Culturais
Todo esse conteúdo fez com que algumas culturas se identificassem mais com esse período específico do dia. Para os europeus, a magia em torno do sereno tornou-se ideal no período renascentista quando os rapazes enamorados se colocavam embaixo dos balcões das suas amadas pretendentes e com suas violas dedilhavam versos e cantorias românticas com o objetivo de atingir o coração das donzelas dando origem as primeiras serenatas.
Paralelamente, outros povos viam no sereno o seu lado místico e o escolheram como momento mais eficaz para organizar os seus festejos e cultos religiosos. Os africanos aproveitavam o sereno para adorar suas divindades e ruflar seus tambores nas noites cobertas de estrelas e a luz do luar. Os negros viam nesse horário misterioso a possibilidade de um contato espiritual com os seus ancestrais.
As noites serenas também serviam como pano de fundo das celebrações indígenas. Os índios dançavam nas matas e nas aldeias e também esperavam essa ocasião para organizar seus rituais, pois acreditavam que esse fenômeno da natureza era uma benção dos deuses para eles.
Já para o povo cigano esse evento exercia um grande fascínio. Nas tribos ciganas as festas mais importantes aconteciam no sereno das madrugadas. No clarão da noite, o ecoar dos sons dos violinos e pandeiros e as chamas das fogueiras eram o indicativo de que a comunidade estava num momento de comunhão e intensa euforia. Devido a esse comportamento exótico o povo cigano teve sua identidade associada à bruxaria.
3º Setor – No Sereno das Cantorias e Seus Primeiros Carnavais
Todas essas culturas em algum momento aportaram num Brasil já habitado pelos índios. No Rio de Janeiro, essa mistura cultural gerou um povo de gente mestiça, gente festeira, gente foliã, gente que canta e dança com alegria. As antigas serenatas renascentistas deram origem aos saraus românticos da década de 20. Enquanto nos serenos das madrugadas a elite carioca se deleitava com os versos dos poetas nos teatros e salões do Rio antigo, ao mesmo tempo, aconteciam os inapropriados batuques dos negros e seus descendentes nos fundos dos terreiros de candomblé das tias baianas na Pequena África no Rio, onde se ouviram os primeiros acordes do nosso samba.
Essa gente bronzeada era composta de uma fauna noturna de malandros, damas da noite, seresteiros, frequentadores de gafieira e compositores. Estes foram os grandes representantes da boêmia carioca na década de 30 e, consequentemente, se tornaram os principais personagens como integrantes e fundadores das primeiras Escolas de Samba do Rio de Janeiro, onde escreveram uma página da nossa história com os seus carnavais.
4º Setor – No Sereno de Campo Grande e Nada Mais
Anos mais tarde, em fevereiro de 1996, na madrugada de uma quarta-feira de cinzas, um grupo de foliões do bairro de Campo Grande, numa mesa de bar, fez brotar a ideia que daria origem ao nascimento do nosso GRES Sereno de Campo Grande.
O espetacular fenômeno da natureza foi então a inspiração para a escolha do nome da nossa Agremiação e a coruja, uma ave que tem suas aparições relacionadas ao sereno da noite, foi escolhida para ser o nosso símbolo maior.
As cores azul e branco foram bordadas no nosso pavilhão que hoje, 24 anos depois, está coberto com Honras e Glórias dos nossos desfiles.
E assim, com a satisfação de termos pela primeira vez como nosso Enredo essa palavra tão mística que dá identidade a nossa Escola que, nessa noite, Eu te convido: Que você venha com a gente, venha participar da nossa alegria, sinta-se fazendo parte de mais esse grande momento da nossa história. Venha se deixar contagiar e se permita seduzir com a nossa energia a ponto de se sentir sendo mais um folião. Venha assistir ao nosso carnaval e delirar com o nosso Enredo, porque nessa noite, com toda a certeza, a nossa… a minha intenção… É te deixar no nosso SERENO… Essa Noite Eu Vou Te Deixar… No SERENO.
Autor do Enredo e Texto de,
Marcello Portella.
FICHA TÉCNICA
G.R.E.S. SERENO DE CAMPO GRANDE
PRESIDENTE: GALEGO
CARNAVALESCO: MARCELO PORTELLA
DIREÇÃO DE CARNAVAL: ANDRÉ BAIACU
DIREÇÃO DE HARMONIA: COBRINHA
1° MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA: MARVYN E MAYARA BOMBOM
INTÉRPRETE: SANDRO MOTA
MESTRE DE BATERIA: CELSINHO DO REPIQUE
RAINHA DE BATERIA: KELLY JORGE
COREÓGRAFO DA COMISSÃO DE FRENTE: LÉO MIX
ENREDO 2020: ESSA NOITE VOU TE DEIXAR… NO SERENO