05 B_ GRES Acadêmicos do Grande Rio é a quinta agremiação a desfilar na Marquês de Sapucaí
Por Redação e Marcelo Faria
Equipe Sambrasil: Julia Fernandes, Gilvan Lopes, Roberta Campos, David Junior, Sirlene Oliveira, Rafael Rios, Ricardo Netto, Mariana Barcellos, Jorge Bezerra, Viviane Pinheiro, Gil Bezerra, Marcelo Faria e Jack Costa
Imagens: Proibida a reprodução das imagens e vídeos sem autorização expressa do autor. Lei 9610 de Direito Autoral. Copyright: @agenciasambrasil @portalsambrasil @sambrasilturismoecultura. Visite o álbum, curta e marque seus conhecidos.
O GRES Acadêmicos do Grande Rio, tricolor (verde, vermelho e branco) do município de Duque de Caxias traz para a Avenida em seu desfile oficial o enredo “Fala, Majeté! Sete Chaves de Exu”, desenvolvido pela jovem, mas, já experiente dupla de carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad.
“Exu, a ancestralidade. Exu, desenredo proposto. Exu, a aposta mais alta. Exu, o padê arriado. Exu, passada ligeira: Exu, Laroiê, Mojubá! Falemos! Dancemos! Bebamos! Vivamos! Destranquemos os olhos! Sigamos por outros caminhos! Cantemos até o fim – que não deixa de ser um começo. Ouçamos os atabaques – atentos, plenos, fortes!”.
Coreógrafa dr ala Carla Meireles Grande Rio
“Exu é uma divindade dos caminhos, estamos aqui porque ele guiou. Muitas pessoas que têm uma visão equivocada sobre as religiões de matrizes africanas, e nós estamos aqui mostrando que Exu é da alegria e da comunicação.”
Cristiane Camargo coreógrafa de ala Grande Rio
“Eu iniciei na escola quando ainda era bloco, sou “cria da escola”.
Por ter essa trajetória, fui escolhida para fazer esta personagem (Maria Mulambo) por eu trabalhar com dança e pelos dirigentes julgarem que representaria bem.
A receptividade da escola e do presidente Perácio contribuíram para a Grande Rio ser minha segunda casa!
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Proibida a reprodução das imagens e vídeos sem autorização expressa do autor. Lei 9610 de Direito Autoral. Copyright: @agenciasambrasil @portalsambrasil @sambrasilturismoecultura
SINOPSE DO ENREDO: “Fala, Majeté! Sete Chaves de Exu”
Quem sou eu… Quem sou eu?
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– Câmbio, Exu! Fala, Majeté!
Exu, princípio de tudo: gira, faísca, espiral, movimento, corpo-redemoinho, Okotô!, desterro, fervura, espanto, espuma, axé da Terceira Cabaça, Igbá Ketá. Que abre, então, os caminhos: L’Onan, Legba, Eleguá, Bará, Elegbara, Mavambo – pé na porta, pedrada, com sete chaves nas mãos, o nó das encruzilhadas, tranca, carranca, Calunga Grande, porteiras, ponteiras, diásporas, às travessias na barca, correntes os olhos e as águas. Salve Aluvaiá, Salve Bombogira! “O que se há de?” – mar de dendê! O que será?
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Exu que se fez caboclo, poeira, na cruza, em brasa, chão de terreiro, fora da casa – o mundo inteiro nos pés de andarilhos peregrinantes. Os chifres, os dentes, os búzios, as garras: batalhas! Ali, tanto sacrifício: argila vermelha na praia. Rasgos, penhascos, altares, o orí, a voz de Palmares: os gritos, os mitos, os guizos, a cabeça de Zumbi, “mortal eterno”, “ente coletivo” ao sol do mais verde encanto (porque Zumbi-Exu está em tudo quanto é canto). Agbá! – espraiou-se o culto, firmeza e toque. Sigamos!
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Exu de proezas tantas, pelejas, orikis, Ifá, adivinhação, histórias fragmentadas nas entrelinhas de odús – o destino do rei de Oió e o trono do Engenho Velho. Odusô, o guardião. Erro que vira acerto, certo que brota errado, do outro lado, enigma, tempero, vuco-vuco, o remédio e o veneno. Tendas, feiras, farofas, recados, as lendas da criação debulhadas nos mercados, o corpo que voa fechado e a visão de cada um: ninguém pode viver sem mim. Preceitos, pressentimentos, trotes, fabulações. Trocas, trocadilhos, línguas desgovernadas. Ciscos, lâminas, lágrimas – Olobé, Elebó, cachimbos, caixotes, cachaça. Truques de linguagem: traquinagens. Osijê, Obá Babá! Oferendas d’Eleru. Pimentas!
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“Salve o Sol, salve a estrela, salve a Lua!” Saravá, Seu Tranca Rua! Exu que são muitos em um: corpo em si desdobrável. Fala, falo e falácia: falanges. Alafia! Centenas de sobrenomes que vem de muitos lugares – Rio que leva as gentes, ruas que tudo dragam. Exu, malandro Pelintra, Padilha, fio de Navalha, ponta de agulha, os cacos da noite, as sombras da Lapa, Marias, ciganos, cigarras, jogo e cartas na mesa, rendas, vidrilhos, rasteiras, meio-fio das quebradas, rabos de galo e de saia, também os rabos de arraia, o cheiro bom da cerveja, destreza, sem falar nas gargalhadas. O primeiro gole é dele! Exu, Veludo encarnado, luz de abajur, sonhos bordados – sentimentalmente, visivelmente. “Exu Caveira, Capa Preta, Sete Catacumbas estavam por ali; Fui convidado pra uma festa nobre; na casa de Exu Tiriri…”
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Exu, potência e gingado, ponto riscado na carne, palco das festas da gente. Brinca o carnaval em transe, desafia, des(con)fia, desconcerta, bate a bola no asfalto, pisa no sapatinho, samba despudorado, dança inflado de vida, palhaço, e trança a crina do cavalo. Deus de chinelo rasgado, boca beijada, copo na mão, Seu Sete da Lira, bloco lotado, a máscara, Odara!, o baque, o buraco, o cru, o afoxé, o maracatu, o surdo de terceira, a fuzarca dos velhos cordões, o som que vem das favelas, capaz de transver o mundo. Exu, pedra que pulsa, valsa convulsa, mangue que benze, curva, couro, esquina, jorro, ouro e lata no Bal Masqué: não é um robô sanguíneo, não! É santo – mas nem tanto.
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Exu de tinta e de sangue: é dose, tudo come, tudo sabe, tudo viu. De curto pavio! Lamento de poetinhas – porque tudo é perigoso, divino-maravilhoso. Desnuda as frases no muro, sagrado e profano, mundano, pós-contemporâneo, língua ferina, flauta e cajado, casa de bamba, Basquiat no batuque, as letras amadas, a macumba dos modernistas, o piá-Macunaíma, os perfumes rosianos, na saga do Ser-Tão, “Exu nas escolas”, voz estelar, quebrando tabus e “costumes frágeis” – vocês não aprendem na escola. Vocês copiam! Criemos! Novas pedagogias, para os tempos que virão. Verão! Antropofagias, Enugbarijó. “Através das travessuras de Exu / Apesar da travessia ruim…”
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Exu que não é o diabo do teatro colonial, projeto de corpos mortos (culpas, medos, grilhões, carcaças, escravos disfarçados de libertos) – mas força que une os opostos, jongo de ser e não ser. Exu, to be e Tupi! Fome, cada vez mais fome! Insone. Os nervos são fios elétricos. Evoca os profetas do caos, as vozes do lixo, a desconstrução, o avesso do manto, um sem quanto, a costura dos trapos, as aparições, remendos-retalhos, o eterno retorno, a fortuna, os farrapos, o espanto e a possível, por que não?, recriação: Olímpia, Stela, Jardelina, Arthur Bispo do Rosário, Estamira no lixão de Gramacho, às margens da alegria, cantarolando aos vapores, saudando os cometas e o fogo, ao som milenar das estrelas, Yangi, pedras de laterita, bailando, da pá virada, Molambo, Mulamba, ruínas:
“Todo lugar tem uma rainha, lá no lixo também tem…”
Exu, a sacerdotisa:
– Câmbio, Exu! Fala, Majeté, fala! Os além dos além é um transbordo. Tem o eterno, tem o infinito, tem o além dos além. O além dos além vocês ainda não viram. Se eu sou à beira do mundo! Entendeu agora? Quer me desafiar? Você quer saber? Cada pessoa é um astro! Câmbio, Exu! Fala, Majeté, fala!
Falemos! Dancemos! Bebamos! Vivamos! Destranquemos os olhos! Sigamos por outros caminhos! Cantemos até o fim – que não deixa de ser um começo. Ouçamos os atabaques – atentos, plenos, fortes!
Exu, a ancestralidade. Exu, desenredo proposto. Exu, a aposta mais alta. Exu, o padê arriado. Exu, passada ligeira: Exu, Laroiê, Mojubá!
– Câmbio, Exu!
Fala, Grande Rio!
Transbordado com expressões e falas retiradas do documentário “Estamira”, de Marcos Prado, além de fragmentos de poemas, canções e pontos de macumba. Inspirado nas provocações de Conceição Evaristo, Helena Theodoro, Alberto Mussa, Luiz Antonio Simas (“Exu é uma escola de samba!”) e Luiz Rufino; e nas narrativas orais de Luiza Maria e Dib Haddad. Dedicado aos inúmeros torcedores apaixonados que nos ajudaram a tecer este
Carnavalescos: Gabriel Haddad e Leonardo Bora
Pesquisa, costura e texto : Gabriel Haddad, Leonardo Bora e Vinícius Natal
Colaboração:Thiago Hoshino e Luise Campos
Glossário:
Igbá Ketá, L’Onan, Bará, Elegbara, Okotô, Agbá, Odusô, Olobé, Elebó, Osijê, Obá Babá, Eleru, Alafia, Odara, Enugbarijó, Yangi: segundo Luiz Antonio Simas, são os títulos que representam os maiores atributos de Exu, diluídos no sumo do enredo, guardados a sete chaves.
Referências:
Livros, artigos e sítios da Internet: AMADO, Jorge. Dona Flor e seus dois maridos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
ANDERSON, Robert. O Mito de Zumbi. Implicações culturais para o Brasil e para a diáspora africana. Revista Afro-Ásia, n. 17, 1996 – Salvador. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/afroasia/article/view/20859
ANDRADE, Mário de. Macunaíma. O herói sem nenhum caráter. Rio de Janeiro: Garnier, 2004.
CARYBÉ, Hector; VERGER, Pierre Fatumbi. Lendas africanas dos Orixás. Salvador: Fundação Pierre Verger, 2019.
CUNHA, Maria Clementina Pereira (org.). Carnavais e outras f(r)estas. Campinas: Editora Unicamp, 2005.
FERNANDES, Alexandre de Oliveira. Exu: sagrado e profano. ODEERE, v. 2, n. 3, jul. 2017. Disponível em: FUX, Jacques; SANTOS, Darlan. Estamira e Lixo Extraordinário. A arte na terra desolada. Revista Ipotesi – Universidade Federal de Juiz de Fora, 2011. Disponível em: http://www.ufjf.br/revistaipotesi/files/2011/05/14-Estamira-e-Lixo-Extraordin%C3%A1rio-Ipotesi-1521.pdf
LOPES, Nei. Mandingas da Mulata Velha na Cidade Nova. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2009.
MENDONÇA, Luciara Leite de; RAMALHO, Christina Bielinski. “Zumbi-Exu” e outras questões identitárias em “A Cabeça de Zumbi”. ODEERE, v. 2, n. 3, jul. 2017. Disponível em: MOURÃO, Tadeu. Encruzilhadas da cultura. Imagens de Exu e Pombagira. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2012.
MUSSA, Alberto. Elegbara. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2005.
PINTO, Flávia. Umbanda. Religião Brasileira. Rio de Janeiro: Pallas, 2014.
PRADO, Marcos. Jardim Gramacho. Rio de Janeiro: Argumento, 2004.
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RUFINO, Luiz. Pedagogia das Encruzilhadas. Rio de Janeiro: Mórula, 2019.
RUFINO, Luiz; SIMAS, Luiz Antonio. Flecha no Tempo. Rio de Janeiro: Mórula, 2019.
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SIMAS, Luiz Antonio. Pedrinhas Miudinhas. Ensaios sobre ruas, aldeias e terreiros. Rio de Janeiro: Mórula, 2019.
FICHA TÉCNICA
Fundação 22/09/1988
Cores Vermelho, Verde e Branco
Presidentes de Honra Jayder Soares, Leandro Soares e Helinho de Oliveira
Presidente Milton Abreu do Nascimento (PERÁCIO)
Quadra Rua Almirante Barroso, 5 e 6 – Duque de Caxias – RJ – CEP 25010-010
Telefone Quadra
Barracão Cidade do Samba (Barracão nº 04) – Rua Rivadávia Correa, nº 60 – Gamboa CEP: 20.220-290
Telefone Barracão (21) 96419-1048
Site www.academicosdogranderio.com.br
E-mail contato@academicosdogranderio.com.br
Imprensa Luise Campos
Tel.: (21) 98136-2700
Enredo 2022 “Fala Majeté! Sete Chaves de Exú”
Carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad
Diretor de Carnaval Thiago Monteiro
Intérprete Evandro Malandro
Mestre de Bateria Fabrício Machado (Fafá)
Rainha de Bateria Paolla Oliveira
Mestre-Sala e Porta-Bandeira Daniel Werneck e Taciana Couto
Comissão de Frente Hélio Bejani e Beth Bejani
SAMBA DO ENREDO: “Fala, Majeté! Sete Chaves de Exu”
Autores: Gustavo Clarão, Arlindinho Cruz, Jr. Fragga, Claudio Mattos, Thiago Meiners e Igor Leal
Intérprete: Evandro Mallandro
Boa noite, moça, boa noite, moço…
Aqui na terra é o nosso templo de fé
“Fala, Majeté!”
Faísca da cabaça de Igbá
Na gira… Bombogira, aluvaiá!
Num mar de dendê…caboclo, andarilho, mensageiro
Das mãos que riscam pemba no terreiro
Renasce Palmares, Zumbi Agbá!
Exu! O Ifá nas entrelinhas dos Odus preceitos, fundamentos, Olobé
prepara o padê pro meu axé
Exu Caveira, Sete Saias, Catacumba
É no toque da macumba, saravá, alafiá!
Seu Zé, malandro da encruzilhada
Padilha da saia rodada… ê Mojubá!
Sou Capa Preta, Tiriri, sou Tranca Rua
Amei o sol, amei a lua, Marabô, Alafiá!
Eu sou do carteado e da quebrada
Sou do fogo e gargalhada… ê Mojubá!
Ô, luar, ô, luar… catiço reinando na segunda-feira
Ô, luar… dobra o surdo de terceira
Pra saudar os guardiões da favela
Eu sou da Lira e meu bloco é sentinela
Laroyê, laroyê, laroyê!
É poesia na escola e no sertão
A voz do povo, profeta das ruas
Tantas estamiras desse chão
laroyê, laroyê, laroyê!
As sete chaves vêm abrir meu caminhar
À meia-noite ou no sol do alvorecer… Pra confirmar:
Adakê Exu, Exu, ê, Odará!
Ê bará ô, Elegbará!
Lá na encruza, a esperança acendeu
Firmei o ponto, Grande Rio sou eu!
Adakê Exu, Exu, ê, Odará!
Ê bará ô, Elegbará!
Lá na encruza, onde a flor nasceu raiz
Eu levo fé nesse povo que diz:
Making Of Oficial @portalsambrasil @liesa_rj @riocarnaval https://youtu.be/8xUGYein4EM
Agradecemos pela sua visita, por ler essa matéria e principalmente pelo prestígio da vossa audiência!
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Torcemos para que tudo esteja bem com você e com toda a sua família. Cuide-se!
PARA EVITAR O CONTÁGIO PELO CORONAVÍRUS E DE SUAS VARIANTES, INCLUSIVE JÁ EXISTE A MAIS NOVA, CHAMADA DE ÔMICRON XE, BASTANTE CONTAGIOSA. AS TRÊS REGRAS BÁSICAS QUE SALVAM E PRESERVAM VIDAS DEVEM SER SEGUIDAS E ADOTADAS: USO DE MÁSCARA, HIGIENIZAÇÃO E A NÃO AGLOMERAÇÃO / DISTANCIAMENTO SOCIAL.
AH! VACINE-SE! A VACINAÇÃO LHE AJUDARÁ MINIMIZANDO OS CASOS GRAVES.
A PANDEMIA AINDA NÃO ACABOU!
E SE NÃO HOUVER UMA COINCIENTIZAÇÃO RADICAL DA POPULAÇÃO PARA RETOMADA E ATENÇÃO PRIORITÁRIA PARA OS CUIDADOS COM A PRESERVAÇÃO DA VIDA, AÍ MESMO, É QUE REALMENTE NÃO TEREMOS, COM NÚMEROS VERDADEIROS, INFORMADOS PELOS ÓRGÃOS COMPETENTES E A GRANDE MÍDIA, UMA REDUÇÃO DRÁSTICA DE CONTAMINAÇÃO E MORTES POR COVID E SUAS VARIANTES.