05 B- GRES Unidos do Porto da Pedra

Por Marcelo Faria e Equipe Sambrasil Rio
Reportagens: Sirlene Oliveira, Ricardo Netto, Gilvan Lopes, Roberta Campos, Lizia Nascimento, Fernanda Gaspar e Rafael Rios
Imagens: Julia Fernandes, Sirlene Oliveira, Fernanda Gaspar e Lizia Nascimento
Fotografias: Arlene Melo, Marcelo Faria, Lizia Nascimento, Fernanda Gaspar e Marcelo S. Faria
Suporte técnico: Jack Costa e Jaime Jotta Jr.
Videomaker: Jaime Jotta Jr. e Raphael Rios
Produção: Lízia Nascimento e Fernanda Gaspar
Redes Sociais: Jack Costa, Lízia Nascimento, Julia Fernandes e Sirlene Oliveira
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A vermelho e branco de São Gonçalo, trás o seu enredo baseado no livro “A Jangada: 800 léguas
pelo Amazonas”. Promoverá uma aventura delirante do escritor francês Júlio Verne – pai da ficção
científica e de fantasia. O escritor que jamais pisou em solo brasileiro vai, pelas mãos da Unidos do
Porto da Pedra, fazer uma fascinante viagem pela Amazônia, o enredo é desenvolvido pelo
carnavalesco Mauro Quintaes.
ENREDO: A invenção da Amazônia, um delírio do imaginário de Júlio Verne
Sinopse do Enredo
Apresentação do Enredo
O imaginário humano sempre foi permeado de mitos e lendas dando forma a fabulações que
construíram o entendimento da humanidade sobre fatos e lugares. O delírio sempre foi parceiro dos
viajantes, principalmente, por potencializar os seus imaginários, e assim, transformar o real em
extraordinário. Desta forma, simples relatos se tornaram histórias que, por longos períodos, foram a
única forma de revelar lugares desconhecidos ao redor do mundo.
Foi assim, fascinado pelo poder de inventar, que Júlio Verne transportou leitores em viagens
extraordinárias. Em uma destas aventuras delirantes, a mente inventiva do francês cria uma jangada
– título de um de seus livros – para navegar a gigantesca extensão do Rio Amazonas. A bordo deste
louco maquinário, o G.R.E.S. Unidos do Porto da Pedra, lhe convida a embarcar neste “delírio-
enredo”, que apresentará as figuras que deram forma ao imaginário amazônico.
A floresta, a hileia, a mata que se ergueu feito labirinto verde. As vezes paraíso perdido, outras
inferno ardente e febril. A Amazônia sempre foi objeto de cobiça pela utopia de um novo mundo
imaculado. Deslumbrante, exótico, misterioso. Este fascínio pela floresta deu forma a ilusões que
viraram contos, e estes, se cristalizaram no imaginário popular através dos contadores de histórias.
O pavilhão vermelho e branco de São Gonçalo, encantado com “aura de guerreiro e alma de artista”
(Assayag, 1995, pg. 26), e inspirado pelo poder inventivo e criativo de Júlio Verne, celebra no
Carnaval de 2023 os contadores de história da Amazônia. Figuras simples dos beiradões ou
escritores. Reconhecidos ou anônimos. Mestres que repassam através das gerações o
encantamento com as palavras que se eternizam na sabedoria popular e na arte cabocla entre
festas, luzes e pajelanças.
É assim que essa história começa!
Os mistérios da floresta vão nos guiar.
Eis a “Invenção da Amazônia”,
A jangada vai partir!
Baseado no livro “A Jangada: 800 léguas pelo Amazonas” de Júlio Verne
Sinopse
Abra os olhos para ver,
O que Júlio Verne um dia imaginou,
É extraordinário o poder da criação!
Explorar, descobrir, sonhar,
Viajar à lua, mergulhar no fundo do mar,
Ou quem sabe parar no centro da terra?
Girar em uma rosa dos ventos,
Seguir, mirar, guiar-se,
Um mundo sem fronteiras, sem rota,
Sem certeza! Essa é a mente do aventureiro!
Mas é preciso criar! É preciso viajar!
Rascunhar, traçar, inventar!
A fantástica máquina que irá conduzir a jornada,
Uma jangada com destino à Amazônia,
Partindo deste Porto rumo ao desconhecido,
Onde a realidade é tomada pelo delírio.
A floresta se funde a mente do sonhador,
A mata em revolução delirante devora o metal,
Une-se ao devaneio, dá forma ao que nunca se viu.
Rompe os limites da fantasia, embrenha-se no maquinário,
E para quem ousar seguir viagem: Liberte a imaginação!
Entregue-se ao fantástico! Ouça as vozes da floresta!
Ela é parte de você, parte de nós! Ela está viva, ela vai se revelar!
A viagem principia navegando em águas de encantaria,
Que extasiam os olhos por sua gigante imensidão.
Águas que se confundem com tantas histórias,
Pois o rio é o caminho, estrada da vida e memória,
É Zeneida quem fala da formação de toda essa gente.
Da migração secular, Amazônia primitiva,
Andarilhos no recorte da mata, marcas das caçadas.
Marañon e Ucayali, Solimões e Negro, encontro enfeitiçado,
Lágrimas cristalinas, lua de prata, sol ardente de saudade.
Tens a beligerância da mulher indomável em seu nome,
Amazonas das terras do sem fim, força e bravura,
Tens o poder da cura, que está guardado no fundo,
Profundo, reino dos encantados, energia caruana,
Rio de mistérios que revigora o ser e fortalece a alma.
Zarpa o aventureiro para o próximo destino,
Baku é quem o recebe nas barrancas do rio-mar,
Para revelar os segredos da grande floresta.
E no ermo da mata o xamanismo revela a visão,
Invocando os protetores em defesa desse chão.
Combatendo a profanação da mata,
Jurupari, bicho folharal, caa-cy e curupira,
Matinta perera e boitatá, eis o levante!
Lutando contra a devastação da vida,
Pois este é o seu lugar!
Onde o curumim vira animal! É ritual!
E o espírito do grande felino rompe a noite,
Tatua na pele dos jovens o poder das feras,
É preciso demonstrar coragem, não temer a dor.
É a força da ancestralidade marcada na pele,
Que guarda no mito o ensinamento de eras,
Homem e floresta são apenas um,
Corpo e terra. Morada e verdade,
Flecha que aponta a eternidade.
Na reta final da jornada, a natureza inspira,
Lendária e mítica, cenário perfeito, encantador.
Girais feitos jardins suspensos, piracema de peixes,
Canoa de sonhos e esperanças ribeirinhas.
Serpenteiam igapós e igarapés, lagos infinitos,
Mãe d’água, beiradão em festa, bandeirinha e balão,
Boto romanceiro, vitória-régia a flutuar,
Tão calma, serena, cumprindo seu destino de flor,
Enquanto Verne atraca a jangada em um velho cais,
Pra ouvir Tonzinho Saunier contar essas histórias.
Inebriante poesia ao pôr do sol que mergulha nas águas,
Ao longe rufam tambores, há festas, luzes e encantamento,
No coração da floresta a arte exalta a magnitude verdejante.
Identidade, brasilidade, arte cabocla de alma indígena,
Que faz arena de sonhos para os folguedos dançarem,
Fé e Tradição. Encena o auto da cultura popular,
Cores da emoção, amor e paixão.
A aventura chega a sua conclusão delirante,
Verne se entrega a pajelança que o transforma,
Ao som dos maracás, transcende, finca raízes,
Vira gente-floresta, eterniza um novo conto,
Manifesto em favor dos povos amazônidas.
Se torna bravo e forte, mais um filho do norte,
Faz deste delírio-enredo a “Invenção da Amazônia”,
Que resiste no saber dos contadores de história,
Que nunca se encerra e nem dá ponto final,
Afinal, há sempre uma nova jangada neste Porto,
Aguardando o seu próximo destino,
Especial.
Referências Bibliográficas / Créditos
ANDRADE, Mário de. O turista aprendiz / Mário de Andrade; edição de texto apurado, anotada e
acrescida de documentos por Telê Ancona Lopez, Tatiana Longo Figueiredo; Leandro Raniero
Fernandes, colaborador. – Brasília, DF: Iphan, 2015.
ASSAYAG, Simão. Boi Bumbá: Festas, Andanças, Luz e Pajelanças. Rio de Janeiro. Funarte. 1995.
BOTELHO, André. A viagem de Mário de Andrade à Amazônia: entre raízes e rotas. Revista do
Instituto de Estudos Brasileiros, Brasil, n. 57, p. 15-50, 2013.
CUNHA, Euclides da. À Margem da História. São Paulo. Cultrix/INL/MEC. 19375. In: GONDIM,
Neide. A Invenção da Amazôna. 2ª edição / Neide Gondim. Manaus. Editora. Valer. 2007.
GONDIM, Neide. A Invenção da Amazônia. 2ª edição / Neide Gondim. Manaus. Editora Valer. 2007.
VERNE, Júlio. A Jangada: 800 léguas pelo Amazonas. Tradução de Maria Alice Araripe de Sampaio
Dória. Planeta, São Paulo. 371 p. 2003.
G.R.E.S.U. Porto da Pedra / Carnaval 2023
“A Invenção da Amazônia”
Mauro Quintaes – Carnavalesco
Diego Araújo – Enredista
SAMBA ENREDO: A Invenção da Amazônia – Um Delírio do Imaginário de Julio Verne
Compositores: Osvaldino Nunes · Arnaldo R.M. Caido · Claudia Queiroz · Ademilson Xavier · Pedro
Pereira · Marcos Pimentel · karina Machado · José Alex dias · Robson Santana Lopes · Célio Paiva
Junior · Rejane Ribeiro · Fabio Leite de Souza
Intérprete: Nêgo
Warrãna-rarae, Warrãna-rarae
Mari-nawa-kenadêe
Ecoam tambores na floresta
Porto da Pedra, é nossa hora de vencer
Sou um servo do delírio
O senhor do imaginário
Fui o bálsamo do tempo
Luz de toda inspiração
Sou o remo da jangada
Rumo à terra inexplorada
Onde Deus fez a morada
Pele imaculada que restou da criação
Eita lar dos homens bons
Deita em leito Solimões
Escute o grito que ecoa na floresta
Misture o visgo verdejante e o metal
Eu sou a lágrima de prata, o brilho da Lua na mata
Jurupari e bicho folharal
Escute o grito que ecoa na floresta
Misture o visgo verdejante e o metal
Eu sou a lágrima de prata, o brilho da Lua na mata
Onde o curumim vira animal
É Amazona, é mulher, bravura
É caruana, e o poder da cura
O arco da piracema
Flecha do amor do poema
Lança pra eternizar cultura
Luzes, bandeirinhas e paixões
Boto sedutor de igarapés
Zarpa jangadeiro de emoções
Os xamãs, caboclos e pajés
O Dom de proteger seringueiras
Matintas Pereiras, Chicos e Irmãs desse lugar
A missão mais deslumbrante por esse rio-mar
Composição: Osvaldino Nunes · Arnaldo R.M. Caido · Claudia Queiroz · Ademilson Xavier · Pedro
Pereira · Marcos Pimentel · karina Machado · José Alex dias · Robson Santana Lopes · Célio Paiva
Junior · Rejane Ribeiro · Fabio Leite de Souza
FICHA TÉCNICA
Presidente: Fabio Montebelo
Vice-presidente:
Direção de Carnaval: Aluízio Mendonça
Direção de Harmonia: Ivan Brasil, Luiz Borges e Miguel Júnior
Carnavalesco: Mauro Quintaes.
Intérpretes: Nêgo
1º Casal de Mestre-sala e Porta-bandeira: Rodrigo França e Laryssa Victória
Mestre de Bateria: Pablo
Comissão de Frente: Paulo Pinna
Rainha de Bateria: Tati Minerato
ENREDO: A invenção da Amazônia, um delírio do imaginário de Júlio Verne