05 B _ GRES Unidos de Padre Miguel quinta agremiação a desfilar na Marques de Sapucaí
Por Redação e Marcelo Faria
Equipe Sambrasil: Julia Fernandes, Gilvan Lopes, Roberta Campos, David Junior, Sirlene Oliveira, Rafael Rios, Ricardo Netto, Mariana Barcellos, Jorge Bezerra, Viviane Pinheiro, Gil Bezerra, Marcelo Faria e Jack Costa
Imagens: Proibida a reprodução das imagens e vídeos sem autorização expressa do autor. Lei 9610 de Direito Autoral. Copyright: @agenciasambrasil @portalsambrasil @sambrasilturismoecultura. Visite o álbum, curta e marque seus conhecidos.
O GRES Unidos de Padre Miguel, que levará para a Avenida o enredo “Iroko – É Tempo de Xirê”, desenvolvido pelo carnavalesco Edson Pereira, revela a mística Iroko.
Iroko acolhe os temores e consola as aflições. Justiceiro, Iroko dá, Iroko tira. Engole os devedores. Corrige as desfeitas. É clemente com os arrependimentos. Conforta suas iaôs… E guarda a natureza! Foram os Orixás ao encontro de Iroko e então Iroko-Árvore, Morada dos Orixás. Grande e belo, Iroko protege da tempestade e conversa com o vento, através dele suspirando seus chamados e espalhando sua dádiva.
George Louzada coreógrafo da Ala de Passistas da Unidos de Padre Miguel
“É um trabalho muito satisfatório, apesar do cansaço. A gente vai avançando. Hoje um trabalho pré-concluído com a Unidos de Padre Miguel e quero chamar a atenção para o meu próximo desfile com a Mocidade. Teremos muitas novidades!”
VEJA A GALERIA DE IMAGENS QUE A EQUIPE SAMBRASIL DE REPÓRTERES FOTOGRÁFICOS PRODUZIRAM.
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SINOPSE DO ENREDO: Iroko – É Tempo de Xirê
Iroko Kisselé! Eró Iroko Issó, Eró!
No princípio, havia eternidade.
E, na eternidade, tempo ainda era silêncio.
Dança antiga da criação, o Aiyê fez-se nos mistérios do Axé.
O tempo começava a falar.
Plantou-se a primeira árvore, Iroko, Iggi Olórum, e ele passou a escutar a voz do tempo.
Genitor do sagrado, raízes para o alto e para baixo, Aiyê e Orun ligados.
Orixá da Árvore, Árvore Orixá – e os outros Orixás por ele descendo ao Aiyê!
Árvore-Orixá dos mistérios, raízes ancestrais no fundo da terra e também bailando ao vento pelos céus.
Orixá-Árvore do infinito, do início e do fim, mestre de todas as Árvores, e todos os Osa Iggi curvam-se à sua existência.
Árvore da vida do que é, do que foi, do que virá a ser, e a vida seguindo sendo vida. Irmão de Ajé, a feiticeira mãe de um passarinho, e de Ogboí, a mulher com dez filhos, é a Árvore das mulheres-pássaros iamis, semeadoras rígidas das respostas aos pedidos.
Germinou como lar e guardião da ancestralidade, enquanto ele reside mesmo é no tempo, sem amarras, nem clausuras. Quando os oluôs pediram para Iroko fazer parte do Axé, não quis ele casa alguma: viveria livre junto ao Povo de Santo, junto a todas as Nações.
No balanço do tempo, Iroko acolhe os temores e consola as aflições. Justiceiro, Iroko dá, Iroko tira. Engole os devedores. Corrige as desfeitas. É clemente com os arrependimentos. Conforta suas iaôs…
…E guarda a natureza!
Foram os Orixás ao encontro de Iroko e então Iroko-Árvore, Morada dos Orixás. Grande e belo, Iroko protege da tempestade e conversa com o vento, através dele suspirando seus chamados e espalhando sua dádiva.
Iroko, Orixá do Morim, cabendo aos homens abraçá-lo com o ojá. Na Dança da Avania, andando Iroko pelo Aiyê, conta o que viu e o que ouviu, quando amou e quando guerreou, ao fim fincando-se no chão, a Grande Árvore Sagrada.
Iroko dos ciclos, da terra, do ar, do fogo; do sol que brilha quente e forte queimando o mundo, às folhas mortas que caem sob o desígnio do tempo rotundo; do frio gelado que castiga com dores na alma, às flores do recomeço da cicatrização da ferida; da vida sem vida dos minerais, à magia da água como fonte mãe alimento do Axé da vida da natureza.
Irôko Issó! Eró! Irôko Kissilé!
Iroko dos caminhos. Caminhos que vem e vão, e o mundo rodando à sua vontade. Na floresta, ao lado de Ossain, declama com seus galhos e folhas os retorcidos mistérios do verde universo. Orixá se transmuta em árvore, árvore se torna Orixá e o povo virando no Santo! O Grande Guardião e a vida em louvação.
Orixá Árvore das trilhas em cruzamento e Iroko Senhorio do Otim. Árvore também vivenda dos mortos, com Icú revelando-se indomável aos seus pés durante a noite. Árvore-Cemitério, dos ajejês, dos abicus, lança sua sombra cobrindo os términos dos ciclos, em junção com os segredos de Nanã e Obaluayê.
Generoso, grande amor de Yewá, Iroko também brilha e vibra possibilidades de renovação. Senhor do que recomeça, do que o vento leva e traz no toque do atabaque da transformação, pois ele ouve o tempo e o tempo segue, ciclo eterno de mudança.
O branco, a sua cor, união de todas as cores do arco-íris da sua ligação com Oxumarê, o mesmo branco do sangue dos ibis. Ele, a brasileira Gameleira, em comunhão com Obatalá.
Assim, a Árvore-Orixá da fartura e da fertilidade, feliz, dá frutos: Árvore Maior, Iroko é e será para todo o sempre a abundância na plenitude dos dois mundos. De sua copa frondosa, resplandece o equilíbrio sobre tudo, Iroko regenerando a vida infinitamente, fazendo triunfar a união na paz de Oxalufã, cujo opaxorô é feito de um de seus galhos.
Enfim, rigoroso, caem as folhas como lágrimas de desespero, implacável contra aqueles que cultivam o erro. O Orixá que brada a guerra quando não é tempo de perdoar. Todavia, Iroko também sabe curar, sempre disposto a ouvir.
E como gosta de ouvir! Lamentos, pedidos, choros, rezas, agruras, dores, tristezas. Paciente, escuta-os. Reto, cobra as alegrias e as farturas atendidas. Mulheres e homens, nas raízes e tronco sob as folhas, batem cabeça pelas bênçãos do seu Axé, por perdão pelos erros cometidos.
Os antigos ainda contam, por fim, que Iroko soprou através do vento um chamado a uma jovem que dançou e rodopiou, indo girando ao seu encontro para tornar-se Filha…
… E hoje, em sua homenagem, ela, a Unidos de Padre Miguel, pede licença!
Com o Estandarte resplandecendo o vermelho do nosso sangue fervendo Carnaval e o mesmo branco do ojá de Iroko, pedimos licença para celebrar a felicidade da devoção e oferecemos o banquete da alegria de viver sob a sombra da Árvore Sagrada.
A Unidos de Padre Miguel, emocionada e aguerrida na gira da Vila Vintém a passar pela Sapucaí, canta os mitos e estórias sagrados, festejando as raízes, o tronco, os galhos, as folhas e o Axé da Grande Árvore, ajoelhando-se respeitosa aos pés de Iroko pelas graças abençoadas do Orixá!
Aqui e agora, tributo ao Senhor da Árvore, é Tempo de Xirê!
“No tronco da Gameleira,
Meu Iroko eu vou louvar!”.
GLOSSÁRIO
“Iroko Kisselé! Eró Iroko Issó, Eró!” & “Irôko Issó! Eró! Irôko Kissilé!” Saudações a Iroko: “Salve Grande Iroko! O Senhor de todas as Árvores!”
Eró calma!
Iggi Olórum árvore do Senhor dos Céus
Osa Iggi Orixá(s) da Árvore
Oluôs advinhos
Otim cachaça
Iamis (ou Yamis) mulheres-pássaros e feiticeiras
Abicus espíritos de crianças marcadas por reiteradas mortes
Icú morte
Dança do Avania viagem de Iroko pelo Aiyê, na qual são narradas todas as suas aventuras. Representação ritualística da viagem.
Ajejê (ou axexê) ritual fúnebre
Ojá tira de pano branco que é amarrada ao redor do tronco do pé-de-Iroko, em ritual ao Orixá.
Morim pano branco de algodão
Aiyê terra
Orun céu
Opaxorô “cajado” de Oxalá
Ibis tipo de caracol, animal de Oxalá.
“No tronco da gameleira, Meu Iroko eu vou louvar” trecho do Ponto “Iroko”, na voz e ritmo de Juliana D Passos e a Macumbaria (letras.mus.br/juliana-dpassos-e-a-macu
Carnavalesco: Edson Pereira
Enredo: Edson Pereira e Comissão Artística
Sinopse e pesquisa: Edson Pereira, Victor Marques e Clark Mangabeira
FICHA TÉCNICA
Presidente:
Renato Maroto
Carnavalesco:
Edson Pereira
Direção de Carnaval:
Cícero Costa e Nana Costa
Direção Geral de Harmonia:
Alessandro Cobra e Carlos KZ
Intérprete:
Diego Nicolau
Comissão de Frente:
David Lima
Mestre de Bateria:
Dinho
Rainha de Bateria:
Karina Costa
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira:
Vinícius Antunes e Jéssica Ferreira
2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira:
Emerson Faustino e Joana Falcão
SAMBA ENREDO: Iroko – É Tempo de Xirê
Compositores: Chacal do Sax, Sidney Myngal, Jota Ilha Beta, Felipe Mussili, Alexandre Rivero, Júnior Diniz e Gabriel Simões
Tempo, misterioso Tempo
Vazio, silêncio, na escuridão
Tempo, voz, ensinamento
Iggi Olorum, raiz da criação
Tronco que preserva a vida inteira
Ninho para Oxorongá
Guardião do axé, a gameleira
Iroko é quem tira, Iroko é quem dá
Ae, ae, orixá, ero
Da vamunha senhor, orixá, ero
O vento sopra, a folha vira
O ramo sagrado, a seiva da vida
Poderoso dono dos caminhos
Galho protetor do sassayin
Feito palha cobre o mal com sua rama
De saluba se faz sombra
E aos seus pés o axexê decreta o fim
Brilha o arco-íris que lhe abraçou
Floresce então ao pôr do Sol o verdadeiro amor
Ó, Tempo, ouça meu clamor
Conceda aos seus filhos o perdão
E ao reluzir o opaxorô
Seu povo pede salvação!
Bato cabeça, sou filho de fé
Iroko axé! Iroko kisselé!
No ilê Padre Miguel, aprendi fazer o bem
É tempo de xirê no terreiro da Vintém
Mini desfile @portalsambrasil @ligarj https://youtu.be/-8vbp-ILjpE
Agradecemos pela sua visita, por ler essa matéria e principalmente pelo prestígio da vossa audiência!
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PARA EVITAR O CONTÁGIO PELO CORONAVÍRUS E DE SUAS VARIANTES, INCLUSIVE JÁ EXISTE A MAIS NOVA, CHAMADA DE ÔMICRON XE, BASTANTE CONTAGIOSA. AS TRÊS REGRAS BÁSICAS QUE SALVAM E PRESERVAM VIDAS DEVEM SER SEGUIDAS E ADOTADAS: USO DE MÁSCARA, HIGIENIZAÇÃO E A NÃO AGLOMERAÇÃO / DISTANCIAMENTO SOCIAL.
AH! VACINE-SE! A VACINAÇÃO LHE AJUDARÁ MINIMIZANDO OS CASOS GRAVES.
A PANDEMIA AINDA NÃO ACABOU!
E SE NÃO HOUVER UMA COINCIENTIZAÇÃO RADICAL DA POPULAÇÃO PARA RETOMADA E ATENÇÃO PRIORITÁRIA PARA OS CUIDADOS COM A PRESERVAÇÃO DA VIDA, AÍ MESMO, É QUE REALMENTE NÃO TEREMOS, COM NÚMEROS VERDADEIROS, INFORMADOS PELOS ÓRGÃOS COMPETENTES E A GRANDE MÍDIA, UMA REDUÇÃO DRÁSTICA DE CONTAMINAÇÃO E MORTES POR COVID E SUAS VARIANTES.