04 B_ GRES Unidos da Tijuca é a quarta agremiação a desfilar no Sambódromo Carioca
Por Redação e Marcelo Faria
Equipe Sambrasil: Julia Fernandes, Gilvan Lopes, Roberta Campos, David Junior, Sirlene Oliveira, Rafael Rios, Ricardo Netto, Mariana Barcellos, Jorge Bezerra, Viviane Pinheiro, Gil Bezerra, Marcelo Faria e Jack Costa
Imagens: Proibida a reprodução das imagens e vídeos sem autorização expressa do autor. Lei 9610 de Direito Autoral. Copyright: @agenciasambrasil @portalsambrasil @sambrasilturismoecultura. Visite o álbum, curta e marque seus conhecidos.
O GRES Unidos da Tijuca, entra na Avenida Marquês de Sapucaí apresentando o enredo Waranã – A Reexistência Vermelha, desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos, com a apresentação da lenda do guaraná.
“Os filhos do guaraná, peles vermelhas do Brasil, são predestinados, pois apenas povos sábios, de espiritualidade elevada, são capazes de reexistirem encantados pelas matas, acaboclados nos terreiros onde bradam sua força e encontrarem com os espíritos infantis de erês e ibejadas que, quando “chegam”, gostam de tomar guaraná. Assim, completando o ciclo da eterna renovação, enfim o curumim Kahu’ê é elevado ao paraíso prometido Mawé, Nusokén, ou à Jurema, ou à Aruanda, quando na gira as crianças bebem seu guaraná e vão brincar.”
Sérgio Lobato coreógrafo da comissão de frente da Unidos da Tijuca
“Pesquisamos muito junto com o carnavalesco e ao optar por um “erê” negro, representamos o povo do samba.”
Mestre Casa Grande U. Da Tijuca
Falaram muito da minha escola mas sabíamos o que tínhamos no nosso barracão e nossos quesitos. Fizemos nosso trabalho!
Carro de som da Tijuca
Wick
Foi emocionante demais estrear ao lado do meu pai e sentir o canto do público. Simplesmente demais, ter meus pais e as forças divinas para me fortalecer.
Agradeço a Deus por essa oportunidade!
Conversamos também com a Rosilene, mãe de Wick:
Hoje temos o nosso neto Arthur que é a nossa fortaleza , o que faz a gente ficar mais forte.
Eu também canto na São Clemente, mas deixo tudo por ela.
Somos negras e fortes.
Wantuir:
Deixo a Wick a vontade para liberar a sua propria energia . Ela sempre cantou em carro de som, foi o que combinamos.
Eu chorei muito quando ouvi o samba, a escola é muito unida.
O que tínhamos que fazer pela escola, foi feito!
Vamos aguardar o resultado dos jurados.
VEJA A GALERIA DE IMAGENS QUE A EQUIPE SAMBRASIL DE REPÓRTERES FOTOGRÁFICOS PRODUZIRAM.
Proibida a reprodução das imagens e vídeos sem autorização expressa do autor. Lei 9610 de Direito Autoral. Copyright: @agenciasambrasil @portalsambrasil @sambrasilturismoecultura
SINOPSE DO ENREDO: Waranã – A Reexistência Vermelha
Tupana, criador das boas coisas do mundo, reinava no alto do céu na forma de A’at, o sol, enquanto seu irmão oposto, Yurupari, sob a proteção de Waty, a lua, regia as más na escuridão. Assim, as ações entre os dois deuses estabeleceriam o equilíbrio cíclico de Monã, as forças cósmicas geradoras do universo.
Contam que três irmãos, os varões Yucumã e Ukumã’wató e a bela Anhyã-Muasawê, viviam em Nusokén, uma floresta encantada, abundante, onde até as pedras poderiam falar.
Anhyã-Muasawê era a guardiã, a dona de Nusokén, pois detinha o conhecimento das plantas medicinais. Não existia folha que ela não conhecesse o poder. De tão bonita e habilidosa, todos os animais de Nusokén se enamoraram por ela, o que mergulhava seus irmãos no ciúme.
Certo dia, uma cobra verde tomada de amor usou o perfume de uma flor para atrair Anhyã-Muasawê e com apenas um toque em seu pé a fez engravidar. Quando Yucumã e Ukumã’wató descobriram a gravidez indesejada por eles, possuídos pela má energia de Yurupari, expulsaram a irmã e tomaram para si o controle do paraíso Nusokén, a proibindo de voltar. Ela e a criança que nasceria.
Anhyã-Muasawê vai para uma mata distante dar à luz a Kahu’ê, o kurumin mais bonito e alegre que já existiu. Kahu’ê era uma criança prodigiosa, dizem que começou a tagarelar bem cedo. Olhos vivos, atentos para as muitas perguntas que brotavam de sua curiosidade inocente. Fartava-se dos frutos que a floresta com bom grado lhe dava, mas havia uma iguaria que não era permitida a ninguém e que Kahu’ê se apetitou: a castanha da castanheira sagrada de Nusokén. Aquela, primeira, brotada das patas de uma onça e que estava sendo vigiada pela cotia e pelo macaco, Hanuã-Xuin, a mando dos irmãos Yucumã e Ukumã’wató.
Chegando lá, o kurumin arteiro subiu na árvore e saciou a fome até o cair da noite como se dono fosse daquele fruto proibido. Na verdade, era mesmo herdeiro daquelas terras, já que sua mãe seria senhora de Nusokén por direito.
Ao saberem pelos vigias da violação da castanheira sagrada, os tios de Kahu’ê, obsediados pelo espirito da inveja, invocaram Yuyrupari, que se transformou em uma serpente terrível e tirou a vida do pequeno índio.
Anhyã-Muasawê ouviu o grito de longe, correu em socorro a seu filho, mas não pôde evitar o pior. Uma tristeza súbita tomou aquela terra. O mal de Yurupari parecia ter vencido ao exterminar a existência de Kahuê quando os raios de Tupana rasgaram as nuvens. Ao tocarem o solo, falaram ao coração da mãe ferida que aquela maldade se tornaria bênção. Anhyã-Muasawê se transformou num pássaro, levou seu filho para os arredores do rio Maráw, enterrou os olhos do kurumin e os regou com suas lágrimas.
O olho esquerdo plantou em terras amarelas, do qual nasceu uma planta que não prestava. Era o Waraná-Hôp, o falso guaraná. O olho direito, plantado em terras pretas, gerou o Waraná-Sése, o verdadeiro guaraná. Com ele, Anhyã-Muasawê fez um elixir mágico para longa vida ao povo que floresceria das entranhas de Kahu’ê, enterrado embaixo de uma Abiu’rana. Seu ajudante, o passarinho Karaxué, cantava sua mais bela melodia quando Mary-Aypók nasceu do corpo de Kahu’ê. Era o “originador”, o primeiro Mawé. Tupana deu a ele de presente a língua que só era falada pelos seres de bem que o acompanhavam, chamada Sateré, a lagarta de fogo.
O segundo Mawé nascido da criança enterrada foi Wasary-Pót, o irmão gêmeo do “originador”.
Os irmãos cresceram. Mary-Aypók se casou com Ahút-Piã, a filha do papagaio, e concebeu o significado da palavra Mawé, o papagaio falante. Wasary-Pót desposou com Hano’onapiã’hop, filha da arara-piranga, e seus descendentes dariam as mais belas penas para adornar o povo que surgia.
O bendito kurumin Kahu’ê, fruto da união entre a ancestralidade indígena e os animais, renascia em uma raça de pele vermelha como a cor da pele do sagrado Waranã. Estava iniciada a nação Sateré-Mawé, o povo do guaraná. Descendente do fruto que cura as doenças das almas cansadas, dos fracos, que fortalece e devolve a força, a juventude. Revive.
Organizaram-se em clãs, construíram identidade e desenvolveram ritos e mitos regados a guaraná, pintados e gravados com branco do barro taguatinga, preto do jenipapo e vermelho urucum no remo sagrado Puratig.
Do bastão de guaraná ralado criaram o Çapó para beber nas festas, pajelanças e no Waymat, onde as tucandeiras iniciam os jovens para a vida adulta como símbolo de renascimento sob o comando dos Tuxauas.
Porém, não se engane em pensar que Yurupari descansou de sua maldade predatória, que deixou a vida na floresta em harmonia. Ele se fez ressurgir ao longo do tempo em colonizadores, missionários religiosos enviados às aldeias, caçadores, garimpeiros e madeireiros ilegais, grileiros de terras… Pelos desmatamentos e queimadas, os filhos-demônios de pele clara de Yurupari seguem semeando o caos em nome do capetal.
Mas os filhos do guaraná, peles vermelhas do Brasil, são predestinados, pois apenas povos sábios, de espiritualidade elevada, são capazes de reexistirem encantados pelas matas, acaboclados nos terreiros onde bradam sua força e encontrarem com os espíritos infantis de erês e ibejadas que, quando “chegam”, gostam de tomar guaraná.
Assim, completando o ciclo da eterna renovação, enfim o curumim Kahu’ê é elevado ao paraíso prometido Mawé, Nusokén, ou à Jurema, ou à Aruanda, quando na gira as crianças bebem seu guaraná e vão brincar.
Elas são a prova que o espírito do amor é muito maior que o ódio semeado por Yurupari.
Ele não vai vencer. Ele nunca irá nos exterminar.
Yiurupari jamais triunfará.
Jack Vasconcelos
FICHA TÉCNICA
Presidente: Fernando Horta
Carnavalesco: Jack Vasconcelos
Diretor de Carnaval: Fernando Costa
Diretor Geral de Harmonia: Fernando Costa
Intérprete: Wantuir e Wictoria Tavares
Comissão de Frente: Sérgio Lobato
Mestre de Bateria: Casagrande
Rainha de Bateria: Lexa
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Phelipe Lemos e Denadir Garcia
2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Matheus André e Lohane Lemos
SAMBA-ENREDO: Waranã – A Reexistência Vermelha
Autores: Anderson Benson, Eduardo Medrado e Kleber Rodrigues
Intérpretes: Wantuir e Wictoria Tavares
Alto céu
De Tupana e Yurupari
Duas forças que vão fluir
A energia de Monã
Que equilibra o bem e o mal
Um lugar onde as pedras podiam falar
Onde irmãos desfrutavam
A beleza singular
Anhyã, bela e habilidosa
Mas a cobra ardilosa usa a flor pra lhe tocar
E nasce Kahu’ê, o curumim
De olhos alegres… sempre assim
Presença tão breve
A ingenuidade sucumbe à maldade
Renasce Kahu’ê, o curimim
Seus olhos alegres não têm fim
Pois o bem é maior, vai reexistir
Vida ligeira, passageira
Plantada no solo da pura emoção
De pele vermelha, os frutos de uma nação
Vida inocente, vira semente
E ao som de uma ave a cantar
Floresce imponente o povo do guaraná
E se a cobiça e o fogo chegarem na aldeia
Deixa a força Mawé ressurgir
E sorrir quando o sol reluzir
Nesse dia eles vão temer
E o amor vai vencer
Erê, essa mata é sua… É sua
Erê, vem provar doce mel… Doce mel
Waranã da Tijuca
Vem brincar no Borel
VÍDEO Making Of Oficial: @portalsambrasil @riocarnaval https://youtu.be/yBY1zFaHvOs
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