04 B_ GRES Acadêmicos de Santa Cruz é a quarta agremiação a desfilar no Sambódromo Carioca
Por Redação e Marcelo Faria
Equipe Sambrasil: Julia Fernandes, Gilvan Lopes, Roberta Campos, David Junior, Sirlene Oliveira, Rafael Rios, Ricardo Netto, Mariana Barcellos, Jorge Bezerra, Viviane Pinheiro, Gil Bezerra, Marcelo Faria e Jack Costa
Imagens: Proibida a reprodução das imagens e vídeos sem autorização expressa do autor. Lei 9610 de Direito Autoral. Copyright: @agenciasambrasil @portalsambrasil @sambrasilturismoecultura. Visite o álbum, curta e marque seus conhecidos.
O GRES Acadêmicos de Santa Cruz, escola que tem as cores verde e brando, da zona oeste do Rio de Janeiro, apresenta em seu desfile oficial, o enredo em homenagem ao grande ator Milton Gonçalves, “Axé, Milton Gonçalves! No Catupé da Santa Cruz”, desenvolvido carnavalesco Cid Carvalho.
Ricardo Simpatia, Diretor de Carnaval da Acadêmicos de Santa Cruz.
“A Santa Cruz fez uma homenagem ao menino que hoje é um Rei. Que com tanto sofrimento, fez das dificuldades uma alegria da vida. Isso é um orgulho pra todos nós. Milton Gonçalves é uma inspiração pra todas as gerações. Essa nossa homenagem é muito pouco para tudo o que ele representa pro nosso País.”
Portal Sambrasil conversou com Maurício Gonçalves, filho do Grande Homenageado da noite no desfile da Acadêmicos de Santa Cruz.
“Foi muito emocionante, até porque falamos de um Guerreiro, um ser político. Ele foi o melhor pai do Mundo, mas o lado político dele fala muito alto. Principalmente pra essa garotada que tá chegando agora. Quando eu era pequeno, eu tentava entender o que estava acontecendo naquelas reuniões que aconteciam na minha casa. Era liberdade, era força… Era pra mostrar que estamos aqui. Esse era o meu pai!”
Serjão Loroza também falou dessa grande personagem.
“Essa foi uma homenagem necessária, que demorou pra acontecer. Essa galera vem plantando há muitos anos. E hoje em dia tem um galera colhendo esses frutos que eles plantaram. Milton tem uma importância, em primeiro lugar por ser um artista negro. E por ser negro, tornou-se uma referência pra muita gente.”
Na oportunidade, também falamos com Antônio Pitanga, um grande companheiro de batalhas de Milton Gonçalves.
“Participar desse desfile é uma emoção. É revisitar a nossa história e homenagear Milton Gonçalves em vida, estender esse tapete de uma maneira tão generosa pra homenagear esse grande Ser da Cultura, da política, uma liderança da questão racial, fundador do Teatro de Arena, fundador da TV Globo… Um homem do Cinema, do Teatro e da Televisão. Milton Gonçalves é esse gigante que está recebendo essa homenagem, que demorou, mas se recuperou o tempo para que ele pudesse estar assistindo, em vida, a essa homenagem. Isso será uma injeção de ânimo pra que ele melhore muito e venha sambar com a gente no próximo ano.”
Ronynho Intérprete da Santa Cruz: “Com o desfile de hoje, somam-se 8 carnavais no Acadêmicos de Santa Cruz. Afirmou estar feliz por voltar a Sapucaí, depois de dois anos sem carnaval em virtude da pandemia.”
Equipe entrevistou Samir Trindade e Júnior Fionda, compositores do Samba enredo da Santa Cruz:
Fionda- “É uma alegria estar aqui pelo terceiro ano consecutivo, com nosso samba na avenida.”
Samir- ” Pude homenagear Ruth de Souza e agora Milton Gonçalves. É uma alegria imensa ”
VEJA A GALERIA DE IMAGENS QUE A EQUIPE SAMBRASIL DE REPÓRTERES FOTOGRÁFICOS PRODUZIRAM.
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SINOPSE DO ENREDO: Axé, Milton Gonçalves! No Catupé da Santa Cruz
AXÉ, MILTON GONÇALVES! No Catupé da Santa Cruz.
Hoje a coroa da Acadêmicos de Santa Cruz gira majestosa e carregada de axé. E busca nas entrelinhas do passado as origens da minha história. E assim, abençoada pelos meus ancestrais, resgata minhas raízes de baobá e as entrelaça com as raízes dos cafezais da cidade onde nasci.
Que o seu movimento, feito o mágico rodar de uma baiana, abra os portais do tempo e liberte a magia que transforma o banzo em canto de saudade, reacendendo em minha alma, a infância vivida em Monte Santo, nas Minas gerais. E assim me faça reviver a coroação dos reis de Congo diante do altar enfeitado da Igreja Matriz de São Francisco de Paula, de onde partiam em cortejos que celebravam a realeza preta com a dança do Catupé e os cantos ritmados pelos bombos, caixas de guerra, agbês e gonguês, e que agora desfilam nas ruas das minhas lembranças.
Que sua representatividade, talhada em majestoso ébano, seja o elo de união entre a África de lá e a África de cá, manifestadas na sabedoria dos pretos mais velhos, tão maltratada e desrespeitada no árduo trabalho escravo nas lavouras de café.
Que reluza feito o sol refletindo no mais puro metal e ilumine as trilhas e caminhos que me levaram à são Paulo da esperança e, guie a minha jornada de luta por melhores condições de vida e dignidade, porque ainda carrego em minha essência, a crueldade que marcou o lombo dos ex-escravos no período pós-abolição e que, empurrou os negros das regiões escravistas para as grandes cidades, desnudando os desafios da adaptação determinados pela cor da pele.
Que seja um farol a me orientar nesse mundo novo e desconhecido, mas repleto de velhos preconceitos. E que essa luminosidade me revele, na sala de projeção, aquele lugar mágico que ao apagar as luzes, fazia desaparecer a dolorosa realidade da discriminação e das privações. E não me permita esquecer que ali, onde heróis, soldados, romances, comédias, tudo vinha como um remédio contra a dureza da realidade que me cercava, e que me fazia fantasiar e sonhar que um pedaço de madeira, era uma espada e eu, o próprio rei Artur.
Que seja uma bússola a orientar a minha embarcação por um oceano de palavras e livros, e assim me leve à descobrir mundos que eu não conhecia. Vista-me com a armadura do conhecimento para que eu possa vencer o dragão da ignorância e me libertar dos porões da miséria e da senzala do preconceito. Que a minha fortaleza seja sempre uma livraria para que eu nunca deixe de sonhar, porque a minha história, é a história de um sonhador. E eu quero seguir nessa utopia teimosa que sempre me fez acreditar que havia um outro mundo no qual a vida era muito melhor.
Que acolha, em seu movimento, os bons ventos do destino que mudam livremente de direção e pregam suas peças. E iluminada, como as estrelas que também mudam de lugar no céu, mas não perdem o poder de guiar, acenda as mágicas luzes da ribalta e modifique definitivamente a minha existência, para eu sempre me lembrar da “ Mão do Macaco” abrindo as cortinas que que me fizeram mergulhar no universo dos espetáculos e sentir a arrebatadora experiência de ser um soldado de chocolate ou um sábio preto velho, num piscar de olhos.
Que resplandeça em sua realeza preta, a força dos que não desistem do combate, e seja o meu equilíbrio entre as lutas na arena da vida e a minha vida no Teatro de Arena. Prometo seguir sem Black-Tie, mas com a determinação de Zumbi, o guerreiro de Palmares.
Que ela, cintilante, aqueça meu espírito de bom malandro, tal qual o sol que brilha sobre a Guanabara, porque o Rio teimou em me chamar para um chopp à beira mar. Hoje, confesso que sou um mineiro maneiro, com alma carioca, rubro negro e amante da batucada e sei que esse é o “Grande Momento”. E que, certamente, pelo menos por uma temporada, serei o “Rei do Rio’, e até mesmo, uma “Rainha Diaba”, como símbolo definitivo da inquietação de um negro em movimento constante.
Graças a Deus e aos meus Orixás, eu venci. E aqui não cabe nenhuma arrogância, mas é bem verdade que eu nunca aceitei o “lugar do negro” que a sociedade havia demarcado.
Eu venci como irmão da coragem que sempre fui. E então, “Bem-Amado”, ganhei asas e voei com a magia consagradora que a telinha me permitiu, feito pontos de luz de liberdade.
Hoje, num momento de grande emoção, vejo com muito orgulho duas bandeiras que se unem, marcadas pela negritude. Uma carrega as cores verde e branco da Acadêmicos de Santa Cruz, a outra é bordada com as cores da luta pela igualdade que eu sempre empunhei.
Mas essa história não se encerra aqui, porque as minhas memórias continuarão a ser construídas, enquanto minha obra seguir falando em prol dos negros e de todos os brasileiros ao mesmo tempo.
E assim, será!
Axé!
Cid Carvalho.
FICHA TÉCNICA
Presidente: Moysés Antônio Coutinho Filho (Zezo)
Carnavalesco: Cid Carvalho
Diretor de Carnaval: Ricardo Simpatia
Direção Geral de Harmonia: Elson Bragança e José de Souza Barros (Cobrinha)
Intérprete: Roninho
Comissão de Frente: Marcelo Chocolate e Marcello Moragas
Mestre de Bateria: Riquinho
Rainha de Bateria: Larissa Nicolau
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Carlos Eduardo (Mosquito) e Roberta Freitas
2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: José Mauro e Mayara Bombom
SAMBA ENREDO: Axé, Milton Gonçalves! No Catupé da Santa Cruz
Compositores: Samir Trindade, Júnior Fionda, Elson Ramires e Rildo Seixas
Intérprete: Roninho
Banzo ê Banzo ê vai embora
Ê saudade grande feito monte santo
Santifica o filho mais um rei do Congo
Meu retinto peito bate em ritmo de bombo
Tenho a força do axé ginga de Catupé
Agbê, gonguê rufam caixas de lembrança
Em São Paulo da esperança
Cor da pele fez lição
Nego véio ensinou
A talhar a… vida
Na coragem e na luta
Dessa gente perseguida
Sonho meu!
De Erê Ganga, Zumbí
Tantas páginas e livros
E miragens pela frente
Sonho meu
Desde cedo aprendi
Que o verbo resistir
Se conjuga no presente
Vencer as feridas (açoite cultural)
Arenas da vida (senzala social)
E ser bem amado (a luta ao fim servil)
Persistir no Brasil
É sangue de Palmares
Nas veias emoção, nos palcos meus altares
Orixá da nação
Espelho a cintilar a arte
Um santo, a cruz da liberdade
A Santa Cruz é liberdade
Preto rei! Preto é rei
Nesse Rio de Oxossi fiz o meu gongá
Preto rei! Preto é rei
Saravá Milton Gonçalves na coroa de Oxalá
Obá obá obára ôôô…
Obá obá obára ôôô…
MINI DESFILE: @PORTALSAMBRASIL / @LIGARJ TV https://youtu.be/iO-CQNdkr7w
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A PANDEMIA AINDA NÃO ACABOU!
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