03 – Estácio de Sá é a terceira escola a desfilar neste sábado (02)

Por Gilvan Lopes e Heitor Olímpio
Fotos por Chiara Martelotta e Lucas Andrade
Suporte Mídias: Julia Fernandes
Suporte Técnico/Remoto: Jack Costa
A Estação de Sá apresentou a devoção ao Cristo Negro de Portobelo, com o enredo “A Fé que emerges das águas” do carnavalesco Tarcísio Zanon e composição de Jorge Xavier, Edson Marinho, Alexandre Naval, Luiz Sapatinho, Álvaro Roberto, Cláudio e Tinga. No enredo a Estácio contou a história da imagem do cristo que foi encontrada no mar do Caribe.
Alegre e muito feliz, o presidente Leziario Nascimento falou com a nossa reportagem do Portal Sambrasil sobre o clima na comunidade “A Estácio vai brigar pelo titulo, a comunidade muito feliz. Fico triste pela condição da pista devido as chuvas de ontem e os pontos de alagamento que tem ainda na cidade. A escola vem muito bonita e pronta para fazer um excelente desfile e conquista o titulo deste ano”.
O 1º casal de mestre sala e porta bandeira, José Roberto e Alcione Carvalho que vieram com uma fantasia que representava o sagrado. Para a nossa reportagem do Portal Sambrasil, José disse como foi a preparação para o desfile “ensaiamos a dança em parceria Tarcísio (carnavalesco) pensando em tudo. Ensaiamos aqui na Sapucaí de madrugada varias vezes e em baixo de chuva para nos prepara para qualquer clima que se apresentasse hoje”.
A Vermelha e Branca do Estácio passou sem problemas na Marques de Sapucaí.
Com o enredo “A fé que emerge das águas” desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon, nos remete ao poder da FÉ, através das águas em especial pelo fato histórico e religioso do Cristo Negro de Portobelo. O Cristo Negro é uma estátua de madeira de Jesus Cristo em Iglesia de San Felipe, uma igreja paroquial católica localizada em Portobelo, Panamá. A estátua foi encontrada nas margens do porto da cidade.
“Ouve, meu Pai, ao chamado em Portobelo
Onde os tambores de Congo se afinam
Os malandros se dobram
Os mascarados dançam
E as polleras bailam a melodia
Pai Nosso, bendito e misericordioso
Cristo de braços abertos sobre as águas
Aquele que comparte o fardo da nossa cruz diária
Ajuda-nos a mirar o passado com gratidão
Encarar o presente com valentia
E construir o futuro com esperança”
Foi fundada em 27 de fevereiro de 1955 com o nome Unidos de São Carlos. O nome “Estácio de Sá” foi adotado em 1983 para representar não só o Morro de São Carlos, mas todo bairro do Estácio. Sua quadra funciona na Avenida Salvador de Sá, no bairro carioca Estácio.
Por ser do Estácio, bairro da primeira agremiação a usar o título de “Escola de Samba” – a Deixa Falar – e conhecido como “berço do samba”, a Estácio de Sá passou a ser reconhecida pelo IPHAN como a primeira escola de samba do Brasil. A partir de 2011, passou a comemorar seu aniversário na data de fundação da Deixa Falar.
Possui um título de campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro, conquistado em 1992, com o enredo “Paulicéia Desvairada – 70 anos de Modernismo”, dos carnavalescos Chico Spinoza e Mário Monteiro. Também venceu por sete vezes a segunda divisão do carnaval carioca, e outras duas vezes a terceira divisão.
SAMBA
LETRA
COMPOSITORES: JORGE XAVIER, EDSON MARINHO, ALEXANDRE NAVAL, LUIZ SAPATINHO, ÁLVARO ROBERTO, CLÁUDIO E TINGA
INTÉRPRETE: SERGINHO DO PORTO
Bendito seja sou o fruto do senhor
Santificado nazareno do amor
Oh! Pai, oh! Virgem Maria
Abençoai seu peregrino em romaria
De joelhos no altar lhe oferto
Meu poderoso eu peço
Sua graça em comunhão
Procuro estar em sua companhia
Para curar minhas feridas
Confortar meu coração
Do fogo reluz Ave Sagrada
Meu Deus de tantas moradas
Um fiel em devoção
Senhor
Senhor é divino, é encanto
O canal de amor
Para unir dois oceanos
Um panamenho estaciano filho seu
A imagem e semelhança sou eu
Pai nosso da negra tez
Sagrado Rei dos Reis
Obatalá
Rege o palanque em procissão
Devotos clamam em oração
Pra vitória conquistar
Amém, os tambores
Vão rufar pra louvar
E levar a minha Estácio de Sá
Sua gloria alcançar
A fé que embala a alma
Emerge das águas
Trazendo esperança
O Cristo negro salvador da cruz
Protetor da humanidade
Caminho de luz
FICHA TÉCNICA
Presidente: Leziário Nascimento
Carnavalesco: Tarcísio Zanon
Direção de Carnaval: Marcos Alexandre, Marcão Selva e Nelson Souza
Diretor Geral de Harmonia: Walmir Cerilo
Intérprete: Serginho do Porto
Comissão de Frente: Ariadne Lax
Mestre de Bateria: Chuvisco
Rainha de Bateria: Leyla Barros
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: José Roberto Junior e Alcione Carvalho
2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Marcos Ferreira e Laryssa Victória
SINOPSE DO ENREDO – A Fé Que Emerge das Águas
Pai Nosso que emerge das águas
Santificado seja vosso nome: Nazareno
Venha a nós neste momento
E abençoada seja vossa chegada
Pai Nosso que emerge das águas
Resplandecente como o pássaro sagrado
Em teu altar a medalha de ouro ofertamos
Para que traga a nós as correntezas do Pacífico e do Atlântico
As águas, antes bravias, contigo se acalmaram
E o povo, colérico, enfim ficou curado
Pai Nosso que emerge das águas
Evoca a memória de uma terra que surgiu do fogo
Cessa a nuvem de pólvora que exalou do ouro
Limpa as lágrimas do rio que chora
E ergue o canal que une dois mundos
Pai Nosso que emerge das águas
Perdoai as ofensas daqueles que não o entendem
Daqueles que não compreendem que sua cor é negra
Um Cristo que carrega a cruz das três raças
Pai branco, Pai índio, Pai negro
Pai Nosso, seja kuna ou seja banto
Na colheita ou no palenque do guerreiro Bayano
Salve Obatalá Nosso Pai
Se Jesus Cristo tivesse morrido na cruz dos dias de hoje
Ele seria negro
Porque nosso Cristo é o Cristo Negro
Nosso Cristo é o que seu povo quer que ele seja
Por isso, Pai Nosso que emerge das águas
A memória de uma nação celebrai hoje
E fazei com que Ismael tire seu chapéu
Para uma gente que peregrina
Para uma gente que peleja
Uma gente que festeja
Uma gente que tem fé
Ouve, meu Pai, ao chamado em Portobelo
Onde os tambores de Congo se afinam
Os malandros se dobram
Os mascarados dançam
E as polleras bailam a melodia
Pai Nosso, bendito e misericordioso
Cristo de braços abertos sobre as águas
Aquele que comparte o fardo da nossa cruz diária
Ajuda-nos a mirar o passado com gratidão
Encarar o presente com valentia
E construir o futuro com esperança
Ó, Cristo Nazareno Negrón
Nesta noite te oferecemos flores em devoção
Que seja feita, aqui e aí, a tua vontade
Assim na Terra como no céu:
Glória e prosperidade ao Panamá
E alegria a nosso povo da Estácio de Sá
Amém.
Carnavalesco: Tarcisio Zanon
Texto: Daniel Targueta