02 A_ GRES ESTÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA é a segunda agremiação a desfilar na Sapucaí
Por Redação e Marcelo Faria
Equipe Sambrasil: Julia Fernandes, Gilvan Lopes, Roberta Campos, David Junior, Sirlene Oliveira, Rafael Rios, Ricardo Netto, Mariana Barcellos, Jorge Bezerra, Viviane Pinheiro, Gil Bezerra, Marcelo Faria e Jack Costa
Imagens: Proibida a reprodução das imagens e vídeos sem autorização expressa do autor. Lei 9610 de Direito Autoral. Copyright: @agenciasambrasil @portalsambrasil @sambrasilturismoecultura. Visite o álbum, curta e marque seus conhecidos.
O GRES Estação Primeira de Mangueira, apresenta em seu desfile oficial, o enredo Angenor, José & Laurindo, uma grande homenagem a três gigantescos baluartes da agremiação, Cartola, Jamelão e Delegado, desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Viera.
“Engana-se quem pensa que os habitantes do Morro de Mangueira morrem sem ter o que deixar como herança, assim como estão enganados aqueles que pensam que, os que lá nascem, estão desprovidos de bens. Quando fizeram a partilha da herança deixada por ANGENOR, JOSÉ & LAURINDO, saibam todos que nenhum morador daquele morro ficou de fora. Eles herdaram um bem preciso e precioso. Lá, nascem ricos daquilo que o dinheiro não compra, e nós, quando privados da arte que brota a granel nos corpos da favela, ficamos mais pobres.” Trecho final da sinopse de enredo.
Moacir luz, compositor do samba da Estação Primeira de Mangueira: “Desde que ganhamos o Samba, a emoção é muito grande. Fui apresentado a Mangueira em 1985 por Beth Carvalho. Tenho amor por todas as escolas, mas a verde é rosa é diferente”.
Leandro Vieira, Carnavalesco da Mangueira: “É a mangueira mais clássica que eu já fiz!..tem uma pegada moderna também, mas vem muito classica”.
Luiz Carlos Máximo, Compositor, Letrista e Jornalista, desfilante da Mangueira.
“Estávamos ansiosos pra voltar e voltamos em grande estilo, com a Mangueira, tradição verde-e-rosa, pé no chão, com bastante criatividade… Do jeito que a Mangueira gosta e vamos disputar esse título. Falar desses 3 ícones do Carnaval, prova que as Comunidades tem um potencial criativo muito grande. Gente do Morro que são esses grandes artistas. Essa é a força do nosso Povo!”
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SINOPSE DO SAMBA: Angenor, José & Laurindo
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A poesia que habita a Mangueira foi inventada por um pedreiro de pele preta batizado ANGENOR. Por usar um chapéu maltrapilho, por ironia, os amigos apelidaram Angenor com o título que ainda o acompanha na eternidade: CARTOLA. O príncipe do princípio. O poeta que escolheu as cores da Mangueira. O que cantou as alegrias e as dores do morro. Aquele que ergueu – como quem bate laje, mistura o cimento ou empilha tijolos – duradouro e permanente estado de poesia.
Se a Mangueira chora, ela é uma canção do Cartola que lamenta o peito vazio, o amor que finda e a sentença que o mundo é tal qual um moinho. Se a Mangueira se enche de esperança, ela é um samba do Cartola a anunciar que um dia melhor está por vir. Um convite para correr e ver o céu e o sol de uma nova manhã. Alvorada colorida de beleza. Sem choro, tristeza e dissabor. A lembrança diária de que, ao findar a tempestade, o Sol Nascerá.
Quem lá habita descende desse amálgama de poesia enraizada feito uma roseira. Sim, há roseiras nas favelas. Há jardins e há rosas. Rosas que insistem em nascer. Rosas que brotam dos escombros. Jardim solitário onde, dizem os antigos, ainda está viva a rosa que Cartola cantou, sentenciando quase como queixa que, insistindo em não falar, exala apenas – e ainda hoje – o perfume de sua última enamorada.
Se a poesia de quem guardava e lavava carros ocupa o riso e o pranto de quem mora lá, a voz de outro preto – este, batizado JOSÉ – reside na localidade, habitando-a sem pedir licença. Afirmo, sem medo de errar, que essa voz que paira no ar habita tanto o silêncio das manhãs quanto o burburinho das travessuras dos moleques que brincam quando a tarde cai. Essa voz é a voz de José Bispo Clementino dos Santos. Para a Primeira Estação, o JAMELÃO.
Voz potente como convém aos reis. Reis pretos. Reis, com voz de trovão. Voz de criança que foi engraxate e gritou alto para vender jornais. Voz retinta. De bamba curtido no sereno das batucadas. Voz de pele azeviche. Voz que guarda o visgo saboroso de um jamelão colhido fresco.
Não há como remediar: todo mangueirense que nasce, cresce, sobe e desce aquele morro é acompanhado por essa voz. Essa voz é a voz da própria Mangueira. Ela é uma voz que paira no ar. No claro da manhã e no breu da noite. Uma voz à espreita. Voz quase reza. Voz que ralha e benze os seus.
Não à toa, quando a Mangueira chora, ela é a voz do Jamelão num samba “dor de cotovelo” com letra de Ary e Lupicínio. Triste, ela é o Jamelão em “Folha Morta”. Jamelão em “Ela disse-me assim”. Quando a Mangueira é faceira, ela é a voz do Jamelão em ritmo de gafieira. Solo de piston. Batuta de Severino Araújo. Jamelão, cabaré e Orquestra Tabajara. Quando se enfeita para descer o morro, ser mais bonita e reinar majestosa enquanto desfila, ela é a voz do Jamelão para um samba do Nelson Sargento, Pelado, Jurandir, Darcy e Hélio Turco.
Sinto saudade da POESIA e da VOZ que habita minha escola como todos os que agora estão distantes do convívio com ela. Fechando os olhos para imaginar revê-la, querendo-a pertinho de mim, ouço a voz do JAMELÃO e a poesia do CARTOLA romperem o silêncio que já se estende em demasia. Agora, gostaria de vê-la dançando diante de mim. Reis e rainhas que dançam. Corpos pretos que dançam. Gente que flutua ao dançar. Gente que parece exibir-se para testemunhar que são a descendência e a extensão de uma realeza.
Imaginando-a dançando e coroada, impossível não crer que todo corpo que habita a Mangueira não herda a dinastia de seu mais famoso bailarino. Bailarino preto. Príncipe da Ralé. Um Obá da favela bordado de paetês. O herdeiro da coroa de Marcelino. Mestre dos que querem ser mestre. O samba que risca o chão. Aquele que, já estando velho, dançava como o menino que atendia pelo nome de LAURINDO.
Impossível não crer que toda uma legião que defende a bandeira que ostenta o verde e o rosa da Primeira Estação não guarda a gana e a sede com a qual o mestre-sala DELEGADO defendeu o pavilhão que cortejou por décadas. Décadas de excelência e notas máximas. Difícil não crer que ele não esteja ao menos em uma gota de sangue de toda criança, menino ou menina, que nasceu ou nascerá naquele morro.
Engana-se quem pensa que os habitantes do Morro de Mangueira morrem sem ter o que deixar como herança, assim como estão enganados aqueles que pensam que, os que lá nascem, estão desprovidos de bens. Quando fizeram a partilha da herança deixada por ANGENOR, JOSÉ & LAURINDO, saibam todos que nenhum morador daquele morro ficou de fora. Eles herdaram um bem preciso e precioso. Lá, nascem ricos daquilo que o dinheiro não compra, e nós, quando privados da arte que brota a granel nos corpos da favela, ficamos mais pobres.
Leandro Vieira
Rio de Janeiro, dezembro de 2020.
DESENVOLVIMENTO, PESQUISA E TEXTO: LEANDRO VIEIRA.
SAMBA ENREDO: Angenor, José & Laurindo
Compositores: Moacyr Luz, Bruno Souza, Leandro Almeida e Pedro Terra
Letra:
Mangueira… Teu cenário é poesia
Liberdade e autonomia
Que o negro conquistou (ô, ô, ô)
Mangueira… A alvorada anuncia
O legado, a dinastia
A sabedoria se chama Angenor
Nesse solo sagrado o Samba ecoou
Tem cantor, mestre-sala e compositor
Lustrando sapato, vendendo jornal
Chapéu de pedreiro no mesmo quintal
Três iluminados Reis do Carnaval
As rosas não falam, mas são de Mangueira
Eu vi Seu Laurindo beijando a bandeira (bis)
José Clementino na flor da idade
O sol colorindo a minha saudade
É verde e rosa a inspiração
A devoção por toda nossa raiz
Quem traz a cor dessa nação
Sabe que o morro é um país
A voz do meu terreiro imortaliza o Samba
E quem guardou com amor o nosso pavilhão
Tem aos seus pés a nossa gratidão
Só sei que Mangueira
É um céu estrelado
Não é brincadeira
Sou apaixonado (bis)
A Estacão Primeira
Relembra o passado
Valei-me, Cartola, Jamelão e Delegado
VÍDEO Making Of Oficial: @portalsambrasil @riocarnaval https://youtu.be/CnFEAZvDTB0
FICHA TÉCNICA:
Fundação | 28/04/1928 |
Cores | Verde e Rosa |
Presidente de Honra | Hélio Turco |
Presidente | Elias João Riche Filho |
Quadra | Rua Visconde de Niterói, 1.072 – Mangueira, CEP 20943-001 |
Telefone Quadra | (21) 2567-4637 |
Barracão | Cidade do Samba (Barracão nº 13) – Rua Rivadávia Correa, nº 60 – Gamboa – CEP: 20.220-290 |
Telefone Barracão | (21) 2223-5889 |
Site | www.mangueira.com.br |
Imprensa | Rubem Machado e-mail: rubemachado@gmail.com Tel: (21) 99954-1476 |
Enredo 2022 | Angenor, José & Laurindo |
Carnavalesco | Leandro Vieira |
Direção de Carnaval | Comissão de Carnaval |
Intérprete | Marquinho Art’Samba |
Mestre de Bateria | Wesley |
Rainha de Bateria | Evelyn Bastos |
Mestre-Sala e Porta-Bandeira | Matheus Olivério e Squel Jorgea |
Comissão de Frente | Rodrigo Negri e Priscila Motta |
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