01- Estácio de Sá abre a primeira noite de desfiles do Grupo Especial
estaPor Redação
Reportagem: Gilvan Lopes, Heitor Olímpio, Jorge Bezerra, Gil Bezerra, Lú Rufino, Rafael Rios e Sirlene Oliveira
Fotos por Jorge Bezerra e Mariana Barcellos
Imagens: Marcelo Faria
Produção: Julia Fernandes
Suporte Remoto: Jack Costa
Editor: Julia Fernandes e Gilvan Lopes
“Pedra” é o enredo que a Estácio de Sá apresenta para retornar ao grupo especial das escolas de samba em 2020; na história; no dia a dia, na natureza etc.
Com o enredo Pedra, desenvolvido pela carnavalesca super campeã, a professora Rosa Magalhães, a agremiação abre os desfiles na Marquês de Sapucaí pelo Grupo Especial.
SAMBA ENREDO: “Pedra”
Autores: Edson Marinho, Jorge Xavier, Júlio Alves, Jailton Russo, Ivan Ribeiro, Dudu Miller,
Alexandre Moraes e Hugo Bruno
Intérprete: Serginho do Porto
O poder que emana do alto da pedreira
Tem alma justiceira tem garra de leão
Senhor não deixa um filho seu sozinho
Tirando pedras do meu caminho
Vai, São Carlos
À força dos ancestrais
Pedra fundamental do Samba
Batalhas e rituais
Paredes que contam histórias
Na sede pela vitória
Sagrada, talhada, encravada no chão
Conduz meu pavilhão
Ê, roda pra lá; ê, roda pra cá
Brilha na estrada seguindo o caminho do mar
Diamantes e amores, sedução e fantasia
A riqueza dos senhores dos escravos, alforria
No verso duro a inspiração
Da serra do meu pai e meu avô
O trem que leva a produção
Das minas à tinta do grande escritor
Vem peneirar, peneirar
O garimpo traz o ouro, a cobiça dos mortais
Peneirar, peneirar
Devastando a natureza no Pará dos carajás
Da lua, de Jorge, eu vejo o Planeta Azul chorar
Atire a pedra quem não tem espelho
Quero meu rubi vermelho
Pra minha Estácio de Sá
Sinopse do Enredo: “Pedra”
A pedra, para o ser humano, representa a permanência do tempo. A camada externa e dura da Terra, a rocha.
A beleza sólida desse material é a essência de nosso planeta. E foi essa beleza sólida que nossos ancestrais usaram como caminho para registrar suas passagens pelo mundo.
Descobriu-se a beleza dos diamantes, de tantas pedras preciosas ou semipreciosas e do ouro. Foi esta uma das primeiras atividades de exploração dos homens no Brasil, mais precisamente em Minas Gerais, no século XVIII. A partir de 1771, criou-se a Real Extração, sob o controle da Coroa portuguesa, decreto que durou até mesmo depois da Proclamação da Independência. Foram as primeiras pedras que trilhamos no nosso caminho.
E vamos seguir pela estrada de Minas, pedregosa…
O poeta Carlos Drummond de Andrade nasceu e cresceu em Itabira, em Minas. Da janela de seu quarto, costumava observar o perfil montanhoso cujo destaque era o pico do Cauê. ‘’Chego à sacada e vejo minha serra, a serra de meu pai e meu avô, a serra que não passa … Essa manhã acordo e não a encontro britada em bilhões de lascas…”
Fora-se a Pedra, engolida pelo enorme trem, fora-se a pedra do poeta.
Outro escritor mineiro, Guimarães Rosa, enfocou “a biodiversidade do cerrado e o relevo constituído pelo calcário, rocha maleável e moldável pela ação das águas. O Morro da Garça só emite recados porque é uma pirâmide no meio de Minas e de uma história imemorial do garimpo, da pecuária, dos boiadeiros viajantes e da surda vidência sertaneja.”
Outra pedra que faz parte do nosso caminho é a Serra dos Carajás. Recebeu o nome de seus antigos moradores – os índios Carajás. Segundo suas crenças, eles nasciam do interior do solo – solo rico e pedregoso, repleto de grutas. Quando nasciam, saíam desse mundo subterrâneo para ir habitar a superfície.
A região é uma pedra enorme toda feita de ferro, e em seu entorno nascem pequenas cidades. Segundo uma artesã do Centro Mulheres de Barro, na cidade de Parauapebas, surgiram muitos conflitos por aquele rico pedaço de chão.
A própria cidade é um amálgama de pessoas vindas de todos os cantos do Brasil. Vêm do norte e do nordeste, do sul e do sudeste, vêm do centro e vêm do leste. Todas sonhando em extrair daquela terra as muitas riquezas que ela guarda. E acabam também formando uma amostra da variedade do povo brasileiro.
A rocha mais antiga que conhecemos uma lasca com pouco mais de dois centímetros, foi coletada na Lua pelos astronautas da nave Apollo. Tem quatro bilhões de anos.
A nossa Terra, vista da Lua, ainda é linda, azulzinha… Até quando?
Bateria do Mestre Chuvisco abrindo a primeira noite de Desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Estácio de Sá brilhando em seu retorno a Sapucaí no Grupo Especial.
Bibliografia consultada:
Cosmologia e Sociedade Karaja – André Amaral de Toral – Universidade Federal do Rio de Janeiro
Museu Nacional – 1992 – pags 145 a 162.
Pedra – O Universo Escondido – Denise Milan – S. Paulo – Bei Comunicação – 2018.
Maquinação do Mundo – Drummond e a mineração – Wisnik, José Miguel – 1a. edição-S. Paulo
– Companhia das Letras- 2018
Mitos e Lendas Karajás – Peret , João Américo – Rio de Janeiro 1979.
A margem do projeto ferro carajas – uma pequena contribuição a história social e cultural de Parauopebas Rocha, Avon Jose Araujo – 1980 – 2009
A história de Parauopebas Força e Trabalho em Carajá – Miguel Angelo Braga Reis – 2016
FICHA TÉCNICA
Fundação 27/02/1955
Cores Vermelha e Branca
Presidente Leziário Jerônimo do Nascimento
Presidente de Honra
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Telefone Quadra (21) 2504-2883
Barracão
Telefone Barracão
Internet www.gresestaciodesa.com.br
Imprensa Enildo do Rosário (Viola)
Tel.: (21) 97042-3109
Enredo 2020 “Pedra”
Direção de Carnaval Mário Mattos e Marcão Selva
Carnavalesco Rosa Magalhães
Intérprete Serginho do Porto
Mestre de Bateria Chuvisco
Rainha de Bateria Jack Maia
Mestre-Sala e Porta-Bandeira José Roberto e Alcione Carvalho
Comissão de Frente Ariadne Lax