01 B – GRES União de Jacarepaguá
Por Marcelo Faria e Equipe Sambrasil Rio
Reportagens: Sirlene Oliveira, Ricardo Netto, Gilvan Lopes, Roberta Campos, Lizia Nascimento, Fernanda Gaspar e Rafael Rios
Imagens: Julia Fernandes, Sirlene Oliveira, Fernanda Gaspar e Lizia Nascimento
Fotografias: Arlene Melo, Marcelo Faria, Lizia Nascimento, Fernanda Gaspar e Marcelo S. Faria
Suporte técnico: Jack Costa e Jaime Jotta Jr.
Videomaker: Jaime Jotta Jr. e Raphael Rios
Produção: Lízia Nascimento e Fernanda Gaspar
Redes Sociais: Jack Costa, Lízia Nascimento, Julia Fernandes e Sirlene Oliveira
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A agremiação verde e branco de Jacarepaguá, zona oeste carioca, contará a história de Manuel
Congo, que liderou a maior rebelião de escravizados no Vale do Paraíba, e Mariana Crioula, que
participou do mesmo movimento, sendo aclamada a rainha do quilombo formado pelos negros
fugitivos “pertencentes” ao capitão-mor de ordenanças Manuel Francisco Xavier. A revolta
aconteceu em Paty do Alferes. O enredo é desenvolvido pelos carnavalescos Lucas Lopes e
Rodrigo Meiners
ENREDO: Manuel Congo, Mariana Crioula, os heróis da liberdade no Vale do Café
Sinopse do Enredo:
Soam os tambores de África – do Reino de Congo – suntuoso e soberano. Das terras da velha
Angola, Guiné e Benim, de Dongo, Matamba, Cassange, Cabinda e Quissama. Uma África em berço
dourado. Nobre e ancestral em sua raiz. Onde cada aldeia carregava um herdeiro da bravura do seu
povo. Terra de heróis e heroínas. Berço de guerreiros e guerreiras. Protegidos e forjados pela
espada de ferro de Ogum. O senhor da guerra em tempos de paz.
Eis que tamanha riqueza não seria esquecida. As praias são tomadas por invasores e a costa
africana não resiste. A grande calunga navega trazendo os filhos dessa África poderosa para o
Brasil com correntes no pescoço e argolas no pés. Um oceano de lamentos e preces… Ao aportar,
negros escravizados são expostos na dor em pleno cais do valongo no Rio de Janeiro e feito
mercadoria são vendidos e guiados para o Vale do Paraíba do Sul.
Ordens dos barões do café: plantar, colher e servir. Na fonte de ouro verde do Brasil – o cafezal –
eram escravos de ganho e mucamas abandonados perante a tanta crueldade. O capitão e senhor
das terras Manuel Francisco Xavier e sua esposa Francisca Eliza Xavier enriqueciam por braços
negros e nas madrugadas ouvía-se o estalar das chibatas contra qualquer rebeldia. Mas, o ato de
um capataz despertou a inssurreição negra. O sangue africano fervia sobre a dor de cada irmão.
Dois heróis surgiriam no Vale do Paraíba do Sul. Quebrem as correntes! Fujam das senzalas! Era o
povo preto em rebelião. Vozes libertárias ecoavam e conduziam o sentimento e o ideal de ser livre
novamente. Manoel Congo e Marianna Crioula encorajaram e conduziram mata adentro todos
aqueles que sonhavam com a liberdade. Resistência. Bravura. Heroísmo. Um quilombo. “Morrer sim,
entregar não!”. Lutar em um tempo em que ser livre nunca foi um direito. Acender a centelha da
coragem em um tempo onde enfrentar é resistir.
Nas terras do vale do café reside a herança cultural da luta quilombola. Vassouras e Paty do Alferes
guardam em seu ventre o legado de dois heróis da liberdade. Hoje, no antigo Lago da Força, atual
centro histórico de Vassouras, há o Memorial Manoel do Congo e em Paty do Alferes, encontra-se o
Centro de Assessoria Jurídica Popular Marianna Crioula – além de inspirar artistas em obras como o
filme “Ngangula, o ferreiro de Paty” de Pedro Sol; o documentário “Marianna Crioula – Um Grito de
Resistência” e a peça “A saga de Manoel Congo e Marianna Crioula – Os Heróis da Resistência” de
Ricardo Andrade Vassíllievitch. Vassouras e Paty do Alferes também são o berço de manifestações
africanas deixadas pelos escravos em sua história no vale do café. Terra de capoeiras, jongueiros e
maculelês.
Que a luta e os nomes de Manoel Congo e Marianna Crioula sejam lembrados pra sempre no axé
das nossas baianas, na pulsação da nossa bateria, na ancestralidade da nossa velha guarda e na
voz de todo componente. Que o ideal de liberdade e igualdade racial viva e viver é resistir.
Jacarepaguá evoca suas raízes ancestrais nesta noite de coroação ao rei e a rainha do vale do café.
Salve Manoel do Congo e Marianna Crioula! Salve os heróis da liberdade!
CARNAVALESCOS: LUCAS LOPES E RODRIGO MEINERS
SAMBA ENREDO: Manuel Congo e Mariana Crioula. Heróis da Liberdade no Vale do Café
Compositores: Valtinho Botafogo · Victor Rangel · Phabbyo Salvat · Douglas Ribeiro · Diego Nicolau
· Tem Tem Jr · Marcelinho Santos · João do gelo · Claudio Matos · Beto Aquino · Thiago Bahiano ·
Genaro Du Banjo
Intérprete: Luiz Paulo JR
Firma ponto, eu quero ver, vai ter batuquejê
Chama o povo do samba, ê samborê!
Jacarepaguá, eu respeito a sua história
Resistência é a marca da nossa vitória
Tambor ressoa de Angola, guiné e benim
É reino de congo, espada de ogum
Nobreza ancestral que repousa em mim
Bravura dos senhores de orun
Maré me leva em lamentos e preces
Aporta na areia calunga de dor
Um cais no estreito da argola que prende
O valongo se fez preto na pele que sangra
Escorre o pranto que sufoca nossa gente
É mucama de iaiá, é escravo do feitor
Valentia da senzala não sucumbe ao capitão
Lá nos cafezais, a revolta se faz
Pra findar o açoite que fere o irmão
Quilombo de luta à luz da esperança
Correntes se quebram, é negra insurreição
Lugar de fala contra a tirania
Vive em toda manifestação
Vai ter jongo e capoeira, ê, camará!
Noite de coroação, quilombola vai jogar
No axé da mãe baiana, ideal de igualdade
Manoel e mariana, os heróis da liberdade
Composição: Beto Aquino / Claudio Matos / Diego Nicolau / Douglas Ribeiro / Genaro Du Banjo /
João Do Gelo / Marcelino Santos / Phabbio Salvatt / Temtem Jr. / Thiago Bahiano / Valtinho
Botafogo / Victor Rangel.
FICHA TÉCNICA
Presidente: Reinaldo Bandeira
Vice-presidente: Ana Lívia Costa
Direção de Carnaval: Márvio Araújo, Paulo Dimitri, Marcus Vinícius e Jaime Bernardes
Direção de Harmonia: Márvio Araújo e Paulo Dimitri
Carnavalescos: Lucas Lopes e Rodrigo Meiners
Intérpretes: Rogério Jr. E Natália Monteiro
1º Casal de Mestre-sala e Porta-bandeira: Silas Leleu e Zé Paulo Miranda
Mestre de Bateria: Marcus Vinícius
Comissão de Frente: Márcio Vieira e Fabrício Ligeiro
Madrinha de Bateria: Amanda Mattos
ENREDO: Manuel Congo e Mariana Crioula. Heróis da Liberdade no Vale do Café