01 B – GRES Paraíso do Tuiuti
Por Marcelo Faria e Equipe Sambrasil Rio
Reportagens: Sirlene Oliveira, Ricardo Netto, Gilvan Lopes, Roberta Campos, Lizia Nascimento, Fernanda Gaspar e Rafael Rios
Imagens: Julia Fernandes, Sirlene Oliveira, Fernanda Gaspar e Lizia Nascimento
Fotografias: Arlene Melo, Marcelo Faria, Lizia Nascimento, Fernanda Gaspar e Marcelo S. Faria
Suporte técnico: Jack Costa e Jaime Jotta Jr.
Videomaker: Jaime Jotta Jr. e Raphael Rios
Produção: Lízia Nascimento e Fernanda Gaspar
Redes Sociais: Jack Costa, Lízia Nascimento, Julia Fernandes e Sirlene Oliveira
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ENREDO: “Mogangueiro da cara preta”
Sinopse do enredo
O termo “especiarias” era conhecido na Europa nos séculos XIV e XV para designar temperos e
condimentos, que não só davam mais sabor aos alimentos como serviam também para conservá-
los, sendo alguns usados como remédios.
Os preços altíssimos cobrados então causaram indiretamente o “Descobrimento” da América e do
Brasil.
Sua importância vai até os dias de hoje. Quem nunca saboreou um mingau com canela ou um doce
de coco com cravo da Índia – que até hoje mantém no nome sua origem?
Neste rol de especiarias, vamos listando a pimenta do reino, a canela, o açafrão, o anis, e até
mesmo a noz moscada, natural da Indonésia, mas que se aclimatou muito bem na Índia, além do
cominho e o curry. Na verdade, esses são alguns dos produtos que enriqueceram a mesa europeia
a partir da Idade Média. Seu alto custo era cobrado por importadores que bloqueavam sua
comercialização. A saída foi procurar um caminho direto a seus produtores, pelo mar – dando
origem às “descobertas” de novas terras. O comércio se tornou bastante comum entre o Ocidente e
o Oriente.
E assim começa nossa história…
Conta-se que um carregamento de búfalos, originários da Índia, também fez parte desse grande rol
de exportações.
Viajavam num navio que, devido a forte tempestade, acabou naufragando perto da costa brasileira.
Muitos deles, milagrosamente, conseguiram se salvar nadando até a terra firme.
Chegaram a um lugar que, tal qual a Índia, era habitado havia milhares de anos.
Desses antigos moradores, temos apenas restos de uma civilização admirável em seus trabalhos
em argila, cuja fabricação era especialmente decorada.
Nossos búfalos sobreviventes se aclimataram muito bem nessa região. Foram se multiplicando e
hoje formam o maior rebanho de búfalos do país.
A terra que os acolheu era em alguns lugares alagadiça, e esses animais se refrescavam nesses
oásis de águas cristalinas, por conta de sua constituição que lhes permitia sair d’água sem esforço
graças a seus fortes músculos traseiros.
A terra a que chegaram tão bravamente, na verdade era uma ilha, a Ilha de Marajó, situada entre a
desembocadura de um rio e o oceano.
E seu povo tem por esses animais a maior reverência.
Aproveitando as influências de festas nortistas, Mestre Damasceno, grande artista popular
marajoara, criou um “Búfalo – Bumbá”, uma adaptação do Auto do Boi, tendo como figura central o
búfalo.
A presença do boi foi largamente disseminada entre os povos Bantos africanos que, no período da
colheita, conduziam um boi estilizado, em procissão animada por cantos e danças.
Os escravos, cantadores de muitas gerações, usavam palavras e ritmos de seus universos poéticos,
narrando aventuras de outros tempos e espaços, com histórias nas quais os bichos falavam,
dançavam, cantavam e assombravam reinos humanos e os animais.
“Que já houve um tempo em que eles conversavam entre si e com os homens é certo e indescritível,
pois que bem comprovado nos livros de fadas carochas. Mas, hoje em dia, agora, agorinha mesmo,
aqui, ali e em toda parte, poderão os bichos falar e serem entendidos, por você, por mim, por todo
mundo, por qualquer filho de Deus?!”
São histórias contadas pelas avós. “Meu boi preto mogangueiro, árvore para te apresilhar? Palmeira
que não debruça: buriti – sem entortar…”
Os búfalos passeiam pela cidade, servem de montaria para a polícia e ajudam na coleta do lixo. E, à
noite, ouve-se as vozes de mães ninando seus pequenos:
Boi, boi, boi da cara preta, pega essa menina que tem medo de careta…
Carnavalescos: Rosa Magalhães e João Vitor Araújo
SAMBA ENREDO: “Mogangueiro da Cara Preta”
Compositores: Alessandro Falcão / Cláudio Russo / Gustavo Clarão / Julio Alves / Moacyr Luz / Pier
Ubertini / W. Correia
Intérprete: Wander Pires
NUM MAR DE TEMPESTADE E VENTANIA
FOI TRAZENDO ESPECIARIAS
QUE O BARCO NAUFRAGOU
NOZ MOSCADA, CRAVO, IGUARÍAS
NO CAMINHO PARA AS ÍNDIAS
O MARINHEIRO SE PERDEU NA MADRUGADA
O MOGANGUEIRO CORREU PARA O IGARAPÉ
A CURUMINHA ENTOOU UMA TOADA
ENQUANTO ABRIA-SE A FLOR DO MURURÉ
E NESSE ENCONTRO ENTRE O RIO E O OCEANO
A GRANDE ILHA QUE CULTIVA O CARIMBÓ
DIZEM QUE ÍNDIOS AINDA FALAM COM HUMANOS
HÁ MUITOS ANOS NA ILHA DE MARAJÓ
EH! BATUQUEIRO NO SAMBA DE RODA, CURIMBÓ
QUERO VER VOCÊ CANTAR, COMO CANTA O CURIÓ
OKÊ CABOCLO! ONDE VAI A PIRACEMA?
RIO ACIMA SEGUE O VOO DE UMA JURITI PEPENA
HÁ MÃO QUE MODELA A VIDA
NO BARRO MARAJOARA
E O BÚFALO QUE PISA
ESSE CHÃO DO PARAUARA
CHAMA O MESTRE DAMASCENO
PRA ENTOAR ESTA CANÇÃO
DAS CANTIGAS DA VOVÓ
DO TEMPO DA ESCRAVIDÃO
É LÁ! É LÁ! É LÁ!
CANOEIRO VIVE SÓ “MORENÁ”
É LÁ! É LÁ! É LÁ!
MAS PRECISA DE UM XODÓ
CADÊ O BOI?
O MOGANGUEIRO, O MANDIGUEIRO DE OYÁ
MEU TUIUTI NÃO TEM MEDO DE CARET
A TRÁS O BOI DA CARA PRETA DO ESTADO DO PARÁ
FICHA TÉCNICA
Fundação 05/04/1952
Cores Amarelo ouro e azul pavão
Presidente Renato Thor
Quadra Campo de São Cristóvão, 33 – São Cristóvão – Rio de Janeiro – RJ CEP 20921-440
Telefone Quadra (21) 96643-2613
Barracão Cidade do Samba (Barracão nº 09) – Rua Rivadávia Correa, nº 60 – Gamboa – CEP:
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Site www.paraisodotuiuti.com.br
E-mail assessoriaparaisodotuiuti@gmail.com
Imprensa Igor Ricardo Tel.: (21) 99517-7736
Enredo 2023: “Mogangueiro da cara preta”
Carnavalescos Rosa Magalhães e João Vítor Araújo
Diretor de Carnaval André Gonçalves
Intérprete Wander Pires
Mestre de Bateria Marcão
Rainha de Bateria Mayara Lima
Mestre-Sala e Porta-Bandeira Raphael Rodrigues e Dandara Ventapane
Comissão de Frente Lucas Maciel e Karina Dias